EBD Pecc (Programa de Educação Cristã Continuada) | 4° Trimestre De 2025 | TEMA: Filipenses, Colossenses e 1 e 2 Tessalonicenses – Cartas para a Vida Cristã | Escola Biblica Dominical | Lição 03: Filipenses 3 – A Vida Cristã Rumo ao Alvo
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Filipenses 3 há 21 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com os alunos, Filipenses 3.1-21 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Paz do Senhor, professor(a)! A aula acerca deste estudo deve levar o aluno a entender o motivo da alegria cristã em Jesus. Se o sentido dessa alegria for bem conhecido, não haverá espaço para legalismos vazios. Podemos explorar a seção biográfica da carta e explicar que a salvação não depende de nenhum outro critério, senão a fé. Estejamos prontos para recusar qualquer ensino que tente nos impedir de celebrar alegremente o favor que Jesus nos concedeu por amor. No Brasil, as práticas judaizantes já começaram a ser ensinadas novamente, outra vez sob o argumento de uma suposta “volta à verdade”. Contudo, já superado esse equívoco, devemos prosseguir para o alvo e para o prêmio da salvação.
OBJETIVOS
Esclarecer o sentido da alegria em Jesus;
Resistir a qualquer ensino contrário à alegria que temos em Jesus;
Renovar a decisão de prosseguir para Jesus.
PARA COMEÇAR A AULA
Pergunte aos alunos: “O que motiva você a continuar firme na caminhada cristã?” Ouça algumas respostas e, em seguida, questione: “O que pode nos desviar do alvo?” Essas perguntas ajudarão a introduzir o tema da lição com base na experiência pessoal dos alunos, preparando o terreno para a reflexão sobre o exemplo de Paulo.
LEITURA ADICIONAL
“Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Vários termos usados nesta declaração contêm ideias que Paulo acabou de mencionar. Prossigo (gr. diõkõ) refere-se ao vers. 12, e possivelmente ao 6, no qual o verbo foi usado em mau sentido, o de perseguir a igreja. Alvo (gr. skopos, encontrado apenas aqui, de todas as cartas paulinas) significa a fita diante da meta, no final da pista, à qual o atleta dirige seu olhar. Paulo já usou esta ideia em 2:4, na frase: “não tenha cada um em vista… senão também cada qual o que é dos outros”. Soberana vocação, isto é, o chamado “subi a mim”, a ser pronunciado pelo juiz supremo, na ocasião da coroação do vencedor, após ter ele ganhou a corrida, pode referir-se à conversão de Paulo (no v. 12), quando a voz divina falou-lhe no caminho de Damasco, e ele obedeceu. Contudo, é difícil relacionar isto à noção de um prêmio que pertence mais ao encerramento feliz de uma raça, do que ao seu começo. J. F. Collange apresenta, então, uma hipótese digna de nota: Paulo estaria aludindo ao costume, nos jogos de Olímpia, de proclamar-se o nome e as conexões de família, do vencedor, dirigindo-se lhe a palavra, antes de sua coroação, sob as ordens do agõno-thetès, o juiz presidente. Mesmo assim, o prêmio não está definido. Estaria Paulo pensando na “coroa da vida” (1 Co 9:25; cf. 2 Tm 4:8; Tg 1:12; Ap 2:10), termo familiar dos jogos olímpicos? Ou seria o reconhecimento que Cristo fará dele, no último dia, e sua certeza de ser finalmente aceito, isto é, que não será desqualificado (1 Co 9:27)? Ou, mais simplesmente, pode ser que seja Cristo mesmo o prêmio, de modo que ao atingir o fim de sua carreira, Paulo gratamente antecipa o cumprimento do desejo de “ganhar a Cristo” (v. 8), que primeiro o motivou. A sugestão exposta por último conduz à próxima seção. Livro: “Filipenses: introdução e comentário” (Ralph P. Martin. Tradução de Oswaldo Ramos. 1. ed., São Paulo: Vida Nova, 1985. Série Cultura Bíblica – Vida Nova. p. 153-154).
Texto Áureo
“Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Fp 3.14
Leitura Bíblica Com Todos
Verdade Prática
O alvo e o prêmio da corrida espiritual é o próprio Cristo.
INTRODUÇÃO
I- PERIGO DOS FALSOS MESTRES 3.1-3
1- Roubam a alegria cristă 3.1a
2- Importunam a Igreja 3.1b
3- Suas características 3.2
II- A VIDA DE PAULO NO PASSADO 3.4-7
1- Circuncisão e nobre nascimento 3.5a
2- Fariseu 3.5b
3- Perseguidor da Igreja 3.6
III- PAULO NO PRESENTE E NO FUTURO 3.8-21
1- Justificado por Cristo 3.9
2- Prosseguia para o alvo 3.14
3- Esperança da ressurreição 3.21
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
Correr em direção ao alvo é a única coisa que ocupa a mente de um corredor na pista de corrida. Nada o desvia de sua rota. Assim deve ser com a corrida cristã.
I- PERIGO DOS FALSOS MESTRES (3.1-3)
Poucas coisas têm trazido tanto prejuízo para a Igreja quanto os ensinos perpetrados pelos falsos mestres. Desde os tempos apostólicos, a Igreja enfrenta heresias. Engana-se quem pensa que hoje é diferente.
1- Roubam a alegria cristã (3.1a) Quanto ao mais, irmãos meus, alegrai-vos no Senhor.
Paulo volta ao importante tema da alegria, já mencionado outras vezes (1.4,25; 2.2, 17,18, 28). Mas agora acrescenta algo importante: “no Senhor”. Regozijar-se não é apenas uma sugestão e sim um comando. Nossa alegria está em quem Jesus é e naquilo que Ele fez em nosso favor. Falsos mestres roubam a alegria do crente porque colocam sobre ele um fardo insuportável que vai drenando o seu prazer de servir a Deus. O Evangelho não aceita aditivos. Nada pode ser acrescentado, por isso traz descanso. Tudo já foi feito. Não há nada a ser conquistado. Quando queremos acrescentar algo ao Evangelho para melhorá-lo, ocorre o contrário: nós o perdemos. Ninguém pode ser salvo confiando em Jesus e mais alguma coisa, daí a intolerância de Paulo com os judaizantes. Estava em jogo a verdade do próprio Evangelho. O veneno do legalismo ontem e hoje continua letal para a alegria cristã. A ideia legalista dos falsos mestres de que a salvação deve ser parcialmente conquistada pelas boas obras mata a alegria cristã. É a promoção de um cristianismo sem a graça de Deus e sem ela estaremos perdidos, pois como Pau-lo vai dizer em outra carta: “pela graça sois salvos, por meio da fé” (Ef 2.8). A CONTI
2- Importam a Igreja (3.1b) A mim, não me desgosta e é segurança para vós outros que eu escrevo as mesmas coisas.
O apóstolo diz estar sendo repetitivo, mas o assunto exigia isso. De todos os desafios enfrentados pela Igreja, os internos sempre foram os mais perigosos. Paulo estava preocupado, pois ouvira que a Igreja de Filipos estava sendo atacada pelos falsos mestres. Quem eram eles? Devido ao seu chamado para evangelizar os não judeus, nenhum grupo atormentou mais o apóstolo do que aquele conhecido como judaizantes. Estes eram judeus que confessavam Jesus, mas insistiam que a salvação não poderia ser obtida a menos que os cristãos, sejam gentios ou judeus, guardassem a lei de Moisés, especialmente a circuncisão, que era o sinal distintivo da antiga aliança. Sem a circuncisão, diziam, não haveria salvação. O erro judaizante feria de morte a doutrina da salvação pela graça por meio da fé, razão pela qual Paulo foi tão inflexível e incisivo ao refutá-los. Não se faz acréscimos ao Evangelho de Jesus Cristo. Não podemos nem precisamos melhorá-lo. Infelizmente, existem os judaizantes modernos, os quais glorificam-se não em Cristo, mas em suas próprias ações.
3- Suas características (3.2) Acautelai-vos dos cães! Acautelai–vos dos maus obreiros! Acautelai-vos da falsa circuncisão.
A descrição que Paulo faz aqui dos falsos mestres dispensa maiores explicações sobre o caráter maléfico deles. Por três vezes, Paulo usa o verbo “acautelai-vos”. Na Bíblia, a repetição tríplice de algo merece especial atenção. Vejamos o que o apóstolo quer dizer. São três aspectos do mesmo tipo de gente.
a) “Cães” não se referem a animais de estimação. Nos tempos bíblicos, o cão era um animal imundo diante da lei (Dt 23.18), que vadiava latindo e revirando os lixões em busca de cadáveres para se alimentarem. Chamar os judaizantes de cães era o mesmo que os considerar desprezíveis e vis.
b) “Maus obreiros” mostra que sua área de atuação era a Igreja de
Cristo. Mas ao invés de cooperar para o seu bem, prejudicava-na. O falso obreiro distorce as Escrituras para sua própria condenação e dos que o ouvem. Estão mais para demolidores do que construtores do reino.
c) “Falsa circuncisão” demonstra que o rito havia se tornado um fim em si mesmo, o que nunca foi o propósito divino. Por não ser acompanhada de um coração transformado pelo Espírito, o que eles faziam era tão somente mutilar. O cristão é a verdadeira circuncisão é o que Paulo diz na sequência (3.3).
II- A VIDA DE PAULO NO PASSADO (3.4-7)
Essa seção de Filipenses é extremamente biográfica. Paulo examina a própria vida e nos deixa ensinos profundos. Seu propósito continua sendo desmascarar os lobos que buscavam espaço entre o rebanho que Deus lhe confiara.
1- Circuncisão e nobre nascimento (3.5a) Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus.
Paulo não se sentia confortável em falar de si mesmo e, em geral, só o fazia debaixo de pressão e, mesmo assim, contrariado. Mas como os judaizantes vociferavam suas pretensas credenciais judaicas, Paulo vê-se forçado a desmascarar a falsa confiança deles. Primeiro, lembra que fora circuncidado dentro da mais estrita obediência da lei, ou seja, ao oitavo dia. Não era um prosélito (como alguns judaizantes). Nasceu judeu. Além disso, pertencia a uma das mais notáveis tribos, a de Benjamim. Se a distinção especial de pertencer ao povo de Israel possuísse algum valor salvífico, então eu teria direito a isso, diz Paulo. Mas, ao contrário deles, que confiavam na carne (qualquer suposto privilégio à parte de Cristo), Paulo não se gloria da sua linhagem, embora estando em maior vantagem, como acabara de demonstrar; Antes, diz que servia (adorava) a Deus em Espírito e gloriava-se em Cristo (não na carne).
2- Fariseu (3.5b) Quanto à lei, fariseu.
Paulo pertenceu à mais severa seita judaica dos seus dias. Não havia muitos deles, apenas algo em torno de seis mil, afirmam historiadores. Eram comumente orgulhosos de sua formação rigorosa e escrupulosos na guarda da lei. O fato de Jesus os ter denunciado como hipócritas e condutores cegos nos faz sentir aversão por tudo que representavam, mas eles não foram assim sempre. Em suas origens, o farisaísmo foi uma reação ao mundanismo helênico, com forte ênfase na pureza religiosa. Sua alta consideração pela Lei merecia admiração. Isso explica o orgulho pré-cristão de Paulo ao dizer: “quanto à lei, fui fariseu”. Entretanto, posteriormente, os fariseus transformaram-se em religiosos hipócritas, que viviam uma santidade falsa. De um início admirável, eles gradualmente se degeneram no ritualismo vazio. Não obstante, tiveram seu valor e continuaram sendo profundamente respeitados nos seus dias.
3- Perseguidor da Igreja (3.6) Quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.
Os judaizantes exaltavam suas supostas virtudes judaicas, mas nenhum deles poderia se equiparar ao que Paulo tinha sido. Ele foi o mais cruel e implacável perseguidor da Igreja de Cristo e braço de ferro do Sinédrio. Paulo sentia profundo pesar por isso que fizera, a ponto de dizer que nem mesmo deveria ser apóstolo, dado o fato de haver perseguido a Igreja de Deus (1Co 15.9). Sua argumentação aqui era clara: se os judaizantes achavam possuir privilégios, sua “vantagem” sobre eles era demasiada grande. Ele fora perseguidor. Os judaizantes poderiam alegar o mesmo? Quando finalmente teve um encontro pessoal com Cristo, Paulo percebeu que toda a sua religiosidade não o qualificava diante de Deus. Ele era um miserável pecador. Pior ainda: um iludido e orgulhoso pecador. Todos os seus aparentes “lucros” converteram-se em enorme perda. A contabilidade não apenas foi zerada, mas também rebaixada é considerada perda. Cristo é o único lucro real. De que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a alma? Que vantagem teria?
III- PAULO NO PRESENTE E NO FUTURO (3.8-21)
Já vimos como foi a vida de Paulo antes de Jesus, agora veremos a mudança que o Evangelho trouxe. O poder de Cristo apaga o passado, orienta o presente e dá segurança para o futuro.
1- Justificado por Cristo (3.9) E ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé.
Paulo fora criado, como já vimos, no mais rigoroso judaísmo e aprenderá que a lei era o caminho da salvação. A obediência a ela salvava o fiel. Mas ele estava equivocado e deixa isso claro na carta aos Filipenses. Descobriu que a salvação só é possível pela fé em Cristo. Se a salvação viesse pela lei, então a morte de Jesus teria sido em vão. Paulo diz no texto lido que não encontrou justificação dos seus pecados na lei, mas por meio da fé em Cristo. Toda a sua bagagem (Fp 3.4-7) mostra-se inútil e desnecessária. Era um esterco. Essa é uma lição importante nesse tempo em que tentam judaizar a igreja: sistema religioso algum pode nos salvar. A relação entre a fé e a lei foi muito problemática nos primórdios da Igreja. Mesmo atualmente existem correntes evangélicas confusas misturadas lei e graça, como era o caso dos judaizantes, ao ensinarem uma salvação proveniente das duas coisas. A lei fora transitória. Já cum-priu seu papel criando uma consciência de pecado, mas não tem o poder de salvar. Cristo tem.
2- Prosseguia para o alvo (3.14) Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
Paulo gostava das analogias esportivas. Aqui compara o crente a um atleta de alto nível. Wiersbe diz que “prossigo” é a tradução de um verbo usado pelos gregos para descrever um caçador perseguindo avidamente a presa. A determinação do atleta está em evidência aqui. O bom corredor não olha para trás. Ele sabe que se o fizer, perderá velocidade e foco. “Uma coisa faço” (vs 12). Um só e único objetivo. Paulo “corre” espiritualmente. Cristo é não apenas a maior, mas a única meta da vida. Tudo o mais deve se conectar com Ele. Conhecê-lo é o maior dos tesouros. A meta e o alvo do apóstolo também deve ser a nossa: alcançar um profundo e íntimo conhecimento de Cristo.
3- Esperança da ressurreição (3.21) O qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.
A corrida só termina na glória. A linha de chegada só será finalmente cruzada no retorno de Cristo. O universo inteiro aguarda esse momento (Rm 8.22). Enquanto os judaizantes viviam no passado, tentando convencer outros a voltarem para a lei, o crente é chamado a viver focado no futuro, aguardando a volta de seu Salvador. Paulo diz que uma pátria celestial nos aguarda, “de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (v. 20). A esperança no regresso de Cristo deve orientar a nossa vida neste mundo. Aqui, sofremos, envelhecemos, adoecemos e morremos. Temos um “corpo de humilhação” exposto a todo tipo de fraquezas, porém um novo e glorioso corpo nos aguarda. Um corpo semelhante ao de Cristo. Maranata!
APLICAÇÃO PESSOAL
Como tem sido a sua corrida espiritual? Continua resoluto e focado em Cristo ou tem permitido que as distrações diminuam seu ritmo?
RESPONDA
1) Mencione dois perigos dos falsos mestres.
R. Roubam a alegria cristã e importunam a igreja.
2) A qual tribo Paulo diz que pertencia?
R. Tribo de Benjamim.
3) Na volta de Jesus, o que acontecerá com o nosso corpo?
R. Será transformado em um corpo glorioso semelhante ao de Jesus.
Este blog foi feito com muito carinho 💝 para você. Ajude-nos 🙏 Se desejar apoiar nosso trabalho e nos ajudar a manter o conteúdo exclusivo e edificante, você pode fazer uma contribuição voluntária via Pix: 346.994.088.69 (CPF) Seja um parceiro desta obra “Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.” Lucas 6:38
SAIBA TUDO SOBRE A ESCOLA DOMINICAL: