BD Editora Betel | 4° Trimestre De 2025 | TEMA: PERSONAGENS BÍBLICOS VIRTUOSOS E MARCANTES – Homens e mulheres que permaneceram fiéis a Deus diante das circunstâncias da vida | Escola Biblica Dominical | Lição 06: Ana – A força de quem ora gera Milagres
TEXTO ÁUREO
“Por este menino orava eu; e o Senhor me concedeu a minha petição, que eu lhe tinha pedido”, 1 Samuel 1.27
VERDADE APLICADA
Na jornada cristã, em todo o tempo, devemos expressar um viver marcado por humildade, oração, perseverança, fidelidade e gratidão ao Senhor.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Reconhecer o valor da oração persistente
Ressaltar que Ana orava por uma causa específica
Compreender a importância de cumprir os votos feitos a Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
1 SAMUEL 1
10 Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor e chorou abundantemente.
11 E votou um voto, dizendo: Senhor dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim de lembrares, e da tua serva te não esqueceres, mas à tua serva deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.
20 E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e teve um filho, e chamou o seu nome Samuel, porque, dizia ela, o tenho pedido ao Senhor.
21 E subiu aquele homem Elcana, com toda a sua casa, a sacrificar ao Senhor o sacrifício anual e a cumprir o seu voto.
22 Porém Ana não subiu, mas disse a seu marido: Quando o menino for desmamado, então o levarei, para que apareça perante o Senhor e lá fique para sempre.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | 1Sm 2.1-10 Ana exaltou o Senhor.
TERÇA | SI 37.5 Entrega o teu caminho ao Senhor e confia.
QUARTA | SI 113.9 Deus faz a mulher sem filhos viver em família
QUINTA | Rm 12.12 Quem persevera na oração sempre alcança.
SEXTA | Tg 4.10 O Senhor exalta os que se humilham diante dEle.
SÁBADO | Ap 21.4 Deus seca as lágrimas dos que choram.
HINOS SUGERIDOS 151, 210, 577
MOTIVO DE ORAÇÃO – Ore para que tenhamos propósitos claros diante de Deus.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1- A história de Ana
2- A oração de Ana
3- A fidelidade de Ana
Conclusão
INTRODUÇÃO
Nada é impossível para Deus, e Ana experimentou essa verdade. Sua história nos mostra a importância de perseverar na oração e de cumprir nossos votos a Deus, cuja bondade é de eternidade a eternidade.
PONTO DE PARTIDA: A oração persistente alcança Deus
1- A história de Ana
Ana é mencionada somente nos dois primeiros capítulos da Primeira Carta de Samuel, mas seu nome até hoje é lembrado no meio cristão. Do hebraico Hanah, seu nome significa “graça ; “benevolência” ou “favor’: Uma mulher atribulada de espírito por não conseguir engravidar, ela orou incessantemente até fazer um voto ao Senhor: “[…] e da tua serva te não esqueceres, mas à tua serva deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha’; 1 Sm 1.11.
1.1. Ana não tinha filhos. Casada com Elcana, um levita da tribo de Coate (1Cr 6.22-23,32-34), Ana não tinha filhos. Porém, a outra mulher de Elcana, Penina, já tinha filhos (1Sm 1.2). Por essa razão, Penina humilhava Ana constantemente. Elcana amava muito a Ana, tanto que ele subia a Siló todos os anos para adorar e sacrificar ao Senhor e dava a ela uma porção do sacrifício maior e melhor, embora desse porções do sacrifício também a Penina (1Sm 1.3-5).
Para muitos escritores, os sete filhos relatados por Ana na oração de exaltação em seu cântico de forma poética, no capítulo 2, verso 5, quando ela diz que a estéril teve sete filhos e a que tinha muitos filhos enfraqueceu, é tido como uma metáfora para representar que o milagre realizado por Deus foi perfeito. Pois, na cultura da época, o número sete representava a perfeição. O sacerdote Eli sempre abençoava Elcana e sua mulher Ana, dizendo: “O Senhor te dê semente desta mulher, pela petição que fez ao Senhor’: Então o Senhor abençoou Ana, que concebeu e deu à luz três filhos e duas filhas (1 Sm 2.20,2 1).
1.2. Ana se humilhou diante de Deus. A humildade levou Ana à vitória tão esperada, uma vez que a humildade precede a honra (Pv 15.33). Com o coração amargurado e muito choro, Ana se humilhou diante de Deus por sua causa: ter um filho varão. A resposta à oração de Ana mostra que Deus tem poder para mudar circunstâncias, mesmo as que, aos olhos humanos, parecem impossíveis. O Senhor ouve e responde às nossas súplicas, e isso de acordo com a Sua vontade e no Seu tempo.
Dicionário Bíblico Universal (1957): “Humildade – uma humilde disposição espiritual. O paganismo não tinha qualquer palavra para significar a graça e beleza da humildade. Os termos correspondentes queriam dizer fraqueza e baixeza de alma. A humildade é preciosa aos olhos de Deus (1 Pe 3.4); revela que mais graça será dada a quem a possuir (SI 25.9; Tg 4.6) […] Jesus nos deu o grande exemplo de humildade (Fp 2.6-8)
1.3. Ana fez um voto com Deus. Uma mulher sem filhos, na cultura judaica da época, era um tipo de maldição, e Ana vivia essa dura realidade. Humilhada por Penina, embora Elcana a amasse mais, ela não se conformou com aquela situação. Certamente, Ana compreendia a seriedade de fazer um voto a Deus (Ec 5.5), mas ela foi ousada e disse que, se o Senhor lhe desse um filho varão, ela não só entregaria o menino para o serviço a Ele como também seus cabelos nunca seriam cortados (1 Sm 1.11).
Pr. Valdir Bícego: “Deus lhe concedeu outros cinco filhos: três homens e duas mulheres (1 Sm 2.21), dando-lhe, assim, a bênção que mais tarde o salmista registrou (Sl 113.9). Ana foi honrada pelo Senhor (1 Sm 2.30). Os que se humilham serão exaltados (Mt 23.12). Samuel foi um dos maiores personagens do Antigo Testamento, exercendo, como já foi dito, os ministérios de profeta, sacerdote e juiz. Ele marcou o fim da época dos juízes e o início do período dos reis de Israel, cabendo a ele ungir dois dos primeiros monarcas de Israel: Saul e Davi, para assim constar da galeria dos heróis da fé” (Hb 11.32).
EU ENSINEI QUE:
A humildade levou Ana à vitória tão esperada, uma vez que a humildade precede a honra (Pv 15.33).
2- A oração de Ana
Ana ainda é lembrada como um exemplo de fé, oração e perseverança. Ela estava orando com amargura de alma e chorando muito quando fez o seguinte voto: se o Senhor lhe desse um filho varão, ela daria o menino para servir ao Senhor pela vida toda (1 Sm 1.10,11). Ana, após anos de esterilidade e angústia, recebeu a bênção de conceber Samuel, que mais tarde se tornaria um grande profeta e juiz em Israel.
2.1. Ana perseverou em oração. Ana entendeu que não podia retroceder nem abdicar de seu sonho (Hb 10.38,39), e a sua atitude de fé perseverante a faz ser lembrada até hoje. A história de Samuel também começa com a oração de sua mãe. A resposta veio, sugerindo que os dons de Deus muitas vezes vêm com um propósito maior: Samuel foi um presente para Ana, mas também um instrumento divino para o povo de Israel.
Bispo Samuel Ferreira (1998): “A vida de Ana traz até nós a realidade do Deus do impossível. Após anos vivendo uma situação difícil, Ana busca a presença do Senhor, lutando por um filho que nunca havia chegado por ser estéril. A perseverança de Ana diante do Senhor e a palavra profética do sacerdote Eli fizeram dela uma mulher vitoriosa. A vitória de Ana ainda hoje é motivo de inspiração e desafio para muitos que desejam uma bênção de Deus. Creia no Deus de Ana, pois Ele também é o seu Deus”.
2.2. Ana foi grata. Ao dizer: “O Senhor me concedeu a minha petição que eu lhe tinha pedido” (1 Sm 1.27), Ana expressa gratidão e reconhecimento pela bênção de Deus. Isso nos ensina a importância de dar o devido crédito a Deus pelas vitórias em nossa vida. Com aprendemos com Tiago, o líder da primitiva em Jerusalém: “Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação”, Tg 1.12 ARA. Ana suportou, perseverou, creu e, após receber a bênção pedida, expressou sua gratidão e cumpriu seu voto a Deus.
Bispo Samuel Ferreira (1998): “Ana perseverou diante do Senhor. A vitória de Ana se deu também devido a sua perseverança: “E sucedeu que, perseverando ela em orar perante o Senhor, Eli fez atenção à sua boca” (1 Sm 1.12). Diante de tantas dificuldades à sua volta, Ana precisou lutar com Deus em oração: isso é perseverança. O Apóstolo Paulo nos ensina que devemos perseverar na oração (Rm 12.12). Foi pela perseverança que a Igreja Primitiva triunfou diante das lutas e tribulações (At 2.42). Jesus nos ensinou a orar sempre e nunca desfalecer (Lc 18.1)”.
2.3. O choro sincero de Ana. O choro de Ana expressou a dor de sua alma. Seu pranto não era apenas por tristeza, mas um clamor profundo a Deus: “Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor e chorou abundantemente”; 1 Sm 1.10. Seu choro revelou sua vulnerabilidade, mas também sua confiança absoluta em Deus, e a resposta veio em 1 Sm 1.27, quando o Senhor transformou suas lágrimas em alegria. O choro de Ana nos ensina que, mesmo em meio ao sofrimento, a súplica sincera encontra eco no coração de Deus: “Os justos clamam, e o Senhor os ouve”; Sl 34.17.
Bispo Samuel Ferreira (1998): “Ana, uma mulher de lágrimas. O marido de Ana via toda sua situação, se condoía por ela, mas nada podia fazer: “Então Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está mal o teu coração?”, 1 Sm 1.8. Ana era uma mulher de lágrimas e angústias, mas suas lágrimas eram anotadas no livro de Deus (Sl 56.8). Deus vê quando choramos em sua presença: “…e vi as tuas lágrimas…”, Is 38.5. Por isso, Jesus afirmou: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”, Mt 5.4.
EU ENSINEI QUE:
Ana ainda é lembrada como um exemplo de fé, oração e perseverança.
3- A fidelidade de Ana
Quando Samuel foi desmamado, Ana não hesitou em levar o menino ao Templo para servir sob a tutela do sacerdote Eli (1 Sm 1.24-27). Em vez de recuar diante do sacrifício de deixar ali seu tão desejado filho, ela declarou: “Ao Senhor eu o entreguei”; 1 Sm 1.28. Ao cumprir seu voto, Ana mostrou sua fidelidade e obediência ao Deus que ouviu seu clamor (Ec 5.4).
3.1. Não faça voto de tolo. O Senhor não se agrada de quem vota e não cumpre, fazendo voto de tolo (Ec 5.1-5). No hebraico, o termo neder significa “voto”; “promessa”; e está ligado, pela mesma raiz, à nadir, que significa “raro”; “incomum’: Assim, fazer um voto a Deus é assumir o raro compromisso e cumprir a promessa, conforme o propósito específico pretendido pelo votante. Essa atitude é essencial para manter o vínculo de fidelidade com Deus: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votes e não pagues”; Ec 5.4,5).
Bispo Samuel Ferreira (1998): “Ana cumpre seu voto perante o Senhor. Era desejo de Ana cumprir o seu voto; mas, como uma mãe cuidadosa, ela esperou o tempo determinado para que Samuel fosse desmamado (1 Sm 1.22). Só então o levou à Casa de Deus: “E, havendo- -o desmamado, o levou consigo… e o trouxe à casa do Senhor, a Siló, e era o menino ainda muito criança”, 1 Sm 1.24. Ana trouxe consigo uma oferta ao Senhor e, diante de Eli, ela declarou a razão do seu voto e da sua alegria (1Sm 1.26-28). O verdadeiro crente se alegra quando paga seus votos ao Senhor (Sl 116.12-14).
3.2. O legado de Ana. O legado de Ana transcende sua história pessoal e se eterniza como um testemunho de fé, oração e propósito divino. De sua angústia e clamor (1 Sm 1.10), nasceu Samuel, um dos maiores profetas e juízes de Israel, que ungiu os primeiros reis da nação, Saul e Davi (1 Sm 10.1; 16.13). Assim, sua fidelidade a Deus expressa na entrega de Samuel ao Senhor, teve participação e reflexos no desenvolvimento do Plano Redentor, pois o estabelecimento da monarquia e a unção de Davi estavam conectados com a vinda do Messias.
Joyce G. Baldwin (1997, p. 65) comenta 1 Samuel 2.10, o cântico de Ana: “Embora Israel não tenha tido rei até alguns anos depois disso, a necessidade que sentiam disso já havia sido expressa na época dos juízes (Jz 8.22; 9). Contudo, a esperança de um rei era tão antiga quanto a aliança abraâmica (Gn 17.6). […] Portanto, não há nada anacrônico no discernimento de Ana de que estava para raiar uma era de realeza mediante o ministério de seus filho, pois ela desempenha um papel profético aqui”
3.3. O louvor de Ana. O cântico de louvor de Ana (1 Sm 2.1-10) exalta a soberania divina e prenuncia o cântico de Maria, no NT (Lc 1.46- 55), refletindo uma espiritualidade profunda e que inspirou gerações. O legado de Ana é um exemplo de como nossa fidelidade pode ecoar na Salvação Eterna, mostrando que Deus usa corações quebrantados para cumprir Seus grandes propósitos.
Lawrence Richards (2004, pp.233- 234) comenta o cântico de Ana, pontuando que muitos poderiam considerar a situação de abrir mão do filho tão desejado como angustiante, mas Ana louva ao Senhor: `Ana era capaz de olhar além de si mesma e de suas necessidades. Conseguia sentir o amor de Deus e confiar nele. E estava conseguindo enxergar o futuro que Deus preparara para aquele filho que ela amava tão intensamente. Visto que Ana havia de fato entregado o filho ao Senhor, confiava que Deus iria cuidar dele e proporcionar-lhe uma vida plena e realizada.
EU ENSINEI QUE:
O cântico de louvor de Ana exalta a soberania divina e prenuncia o cântico de Maria, no NT.
CONCLUSÃO
O sacerdote Eli, num primeiro momento, não tói capaz de compreender a profundidade do sofrimento de Ana: “Até quando estarás tu embriagada?’; 1 Sm 1.14. Entretanto, Ana nos deixou uma poderosa lição de fé e submissão à Soberania de Deus. Do choro desesperado à entrega de Samuel para o serviço de Deus, Ana transformou sua dor em um ato de adoração, cumprindo seu voto ao Senhor com fidelidade e gratidão (1 Sm 1.27,28).
SAIBA TUDO SOBRE A ESCOLA DOMINICAL: