EBD Pecc (Programa de Educação Cristã Continuada) | 4° Trimestre De 2025 | TEMA: Filipenses, Colossenses e 1 e 2 Tessalonicenses – Cartas para a Vida Cristã | Escola Biblica Dominical | Lição 10: 1 Tessalonicenses 2 e 3 – A Integridade do Pregador do Evangelho
SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em 1 Tessalonicenses 2 e 3 há 33 versos Sugerimos começar a aula lendo, com os alunos, 1 Tessalonicenses 2.1-20 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia. Olá, professor(a)! Este estudo inicia com uma defesa da verdade evangélica, pois Paulo cria um contraste entre a sua conduta e a conduta dos seus detratores judaizantes. Suas palavras mostram com quanta renúncia e sinceridade o apóstolo havia confrontado o pecado através da pregação fiel ao Evangelho. Em tempos de condutas duvidosas e ministrações suavizadas, o exemplo de Paulo nos encoraja a acolher e a amar, mas sem renunciar ao confronto com o pecado. Acolhimento sem disciplina não é inclusão; inclusão sem arrependimento não é conversão. Encoraje os alunos a seguirem firmes, resistentes a todo ensino permissivo e às tribulações que tenham que enfrentar por fidelidade ao Evangelho.
OBJETIVOS
Declarar o compromisso de testemunhar o evangelho com fidelidade;
Recusar ministrações contrárias ao testemunho bíblico;
Compreender a importância de resistirmos às tribulações em nome do evangelho.
PARA COMEÇAR A AULA
Convoque três voluntários e entregue a eles as seguintes frases: “você nasceu para vencer, não para sofrer”; “Deus quer te ver no monte, não no vale”; “a graça não permite que o crente viva nenhum tipo de sofrimento”. A seguir mostre como essas frases são emotivas e inspiradoras, porém mentirosas. Conclui mostrando que nem tudo que nos agrada corresponde à verdade e que verdadeiros mestres não alteram as palavras bíblicas nem deixam de renunciar a si mesmos pelas suas ovelhas.
LEITURA ADICIONAL
“OBREIROS DO REINO DE DEUS”. As exposições subsequentes da carta precisam ser enfocadas e compreendidas diante do pano de fundo histórico daquele tempo, tão certo como justamente nesse caso também se destacam com nitidez concreta como válidas para cada época e situação. Pois os três homens de forma alguma foram os únicos “missionários” que apareceram solitários nas cidades gregas, como personagens jamais vistos! Eram simplesmente três entre centenas de pregadores, com os quais podiam ser muito facilmente confundidos. O próprio Jesus falou em Mateus 23.15 sobre a intensa atividade missionária dos fariseus e escribas que “percorrem o mar e a terra para fazer um prosélito”. Sobretudo no território grego viajava uma inestimável multidão de “missionários” das mais diferentes visões de mundo, filosofias e cultos religiosos, incontáveis oradores itinerantes, terapeutas, curandeiros, milagreiros, artistas, músicos e atores de toda espécie. A época agitada estava repleta de buscas e indagações. Seguramente muitos desses homens estavam cheios de honesta convicção de realmente serem capazes de trazer respostas a essas buscas e perguntas. Mas até mesmo eles com demasiada facilidade representavam “enganadores enganados” que viviam e agitavam “por desvairamento”. Quantas vezes essa atividade itinerante se tornava um “pretexto para a ganância”. “Com ardis” tentava-se tirar dinheiro dos trouxas. Até mesmo más intenções de cunho sexual (“impureza”) devem ter-se mesclado nesse contexto (cf. 2Tm 3.6). Uma vida sem trabalho, vivida às custas de outros, todo tipo de aventuras de cunho duvidoso ou pelo menos a “honra” do homem famoso capaz de relatar seus sucessos aqui e acolá no mundo, reunindo grandes multidões em torno de si – essas eram as reais molas propulsoras da vida de muitos viajantes. O “discurso bajulador”, que apelava para a vaidade dos ouvintes e tentava conquistar tanto a eles quanto a seu favor e seu bolso, representava um meio permanente para o sucesso. Livro: “Cartas aos Tessalonicenses, Timóteo, Tito e Filemom” (Werner de Boor, Hans Burke. Tradução de Werner Fuchs. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2007. p. 19).
Texto Áureo
“A verdade é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de intuitos gananciosos. Deus disto é testemunha.” 1Ts 2.5
Leitura Bíblica Com Todos
1 Tessalonicenses 2.1-20
Verdade Prática
Tão importante quanto aquilo que fazemos para Deus é a motivação pela qual o fazemos.
INTRODUÇÃO
I- A INTEGRIDADE DE PAULO 21-6
1- Justa motivação 2.3
2- Não buscou aplausos 2.4
3- Não buscou o lucro 2.5
II- METÁFORAS ESCLARECEDORAS 27-20
1- Uma mãe carinhosa 2.7
2- Um trabalhador incansável 2.9
3- Um pai exemplar 2.11
III- PERMANECENDO FIRMES 3.1-13
1- O exemplo de Timóteo 3.2
2- As tribulações da Igreja 3.3
3- A oração de Paulo 1Ts 3.12
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
Integridade é imprescindível e necessária a todos, especialmente a quem prega ou ensina as Escrituras. Ser íntegro é fazer a coisa certa pelos motivos certos a qualquer tempo, inclusive quando nenhum olho humano está sobre nós.
I- A INTEGRIDADE DE PAULO (2.1-6)
Após pregar o Evangelho em Tessalônica, alguns judeus suscitaram uma feroz perseguição a Paulo (Atos 17) e ele se viu obrigado a deixar prematuramente a cidade. Não demorou e seus adversários suscitaram dúvidas e acusações sobre suas intenções.
1- Justa motivação (2.3) Pois a nossa exortação não procede de engano, nem de impureza, nem se baseia em dolo.
Todos sabemos que não é incomum o questionamento sobre as motivações de quem serve no Reino de Deus, especialmente os líderes. Paulo inicia o capítulo dizendo que os irmãos viram a maneira como ele entrou e pregou em Tessalônica (“Vós mesmos sabeis…”). Ele evoca o testemunho da Igreja. Eles viram o seu procedimento. Como já foi dito, não basta ser íntegro, é necessário parecer íntegro. Apenas dizer “Deus conhece o meu coração e sabe da minha sinceridade” não é suficiente. É necessário estar acima das suspeitas e viver de tal modo que, quando jogarem lama em nosso nome, ela não grude. Precisamos nos abster de toda forma de mal (1Ts 5.22). Ao lembrar as perseguições sofridas quando implantou a igreja em Tessalônica, Paulo está dizendo, em outras palavras, que se a sua motivação fosse o próprio bem-estar e conforto, como alguns acusavam, ele não teria se submetido a tamanha oposição e sofrimento. Alguém suspeitava dos seus motivos ao anunciar o Evangelho? Tal coisa não fazia sentido considerando o quanto ele padeceu ali (2.2).
2- Não buscou aplausos (2.4) Pelo contrário, visto que fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar ele o evangelho, assim falamos, não para que agradecemos aos homens, e sim a Deus, que prova o nosso coração.
Na defesa da sua integridade, o apóstolo lembra que, em sua estada em Tessalônica, sua pregação não foi de lisonjas e adulações visando agradar os ouvintes, mas ser fiel ao conteúdo do Evangelho que Deus lhe confiara. Sua preocupação primária era a aprovação de Deus e ele estava certo de que contava com ela. O mundo não quer ser confrontado e a mensagem de arrependimento não é e nunca foi popular. O ser humano não quer ser mudado; ele quer ser aceito e satisfeito. O mundo hoje faz uma campanha forte tentando convencer a todos que o pecado não existe e que o ser humano é bom por natureza, só precisando ser compreendido e apoiado. O mundo que vivemos tenta ressignificar o pecado dando bons nomes para ele. Mas isso não muda a sua natureza. Jesus não nos enviou ao mundo para dizer que está tudo bem com o mundo. Enviou-nos para dar-lhes um ultimato: arrependam-se. No verso 5 ele diz que “nunca usou de linguagem de bajulação”. O que é bajulação? É deixar de dizer a verdade e usar de palavras agradáveis com o objetivo de obter vantagens pessoais. O pecador sem Cristo não precisa ser bajulado, mas ouvir a verdade em amor. Não é possível agradar a Deus e aos homens ao mesmo tempo e o tempo todo.
3- Não buscou o lucro (2.5) A verdade é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de intuitos gananciosos.
Deus disto é testemunha O dinheiro exerce um grande fascínio sobre o ser humano. O apóstolo, contudo, deixa claro que nunca teve como motivação o lucro ou o ganho financeiro. Quem age assim é o mercenário e ter esse intuito já significa completa desqualificação. Há lugares onde é possível ganhar muito dinheiro e até ficar rico, mas com certeza o ministério cristão não é esse lugar. Se alguém deseja ficar rico deve procurar outra coisa para fazer. O mercenário é aquele que procura uma vida fácil e isso não se coaduna com a postura de Paulo entre eles. Ele suou, sofreu, trabalhou e pregou visando a salvação dos tessalonicenses e não o despojar de suas posses. Paulo, diferente de muitos outros na história e nos nossos dias, nunca fez da pregação uma plataforma para ganhar dinheiro. Quando teve necessidades e o seu trabalho não foi suficiente, ele recebeu, por duas vezes, socorro financeiro da igreja de Filipos (Fp 4.16). Tudo isso mostrava sua lisura e probidade.
II- METÁFORAS ESCLARECEDORAS (2.7-20)
Com o intuito de esclarecer sua defesa e integridade, Paulo faz uso de algumas figuras de linguagem.
1- Uma mãe carinhosa (2.7) Embora pudéssemos, como enviados de Cristo, exigir de vós a nossa manutenção, todavia, nos tornamos carinhosos entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos.
Diferente daquilo de que o acusavam, Paulo esclarece que nada quis tirar dos tessalonicenses. Em vez de exigir a merecida manutenção, ele agiu como uma mãe ou uma ama que acaricia meigamente os seus filhos. Sua recusa de ser sustentado por eles foi feita a despeito do fato de ter o legítimo direito a isso. Como alguém poderia lhe acusar de espiá-los? Como age uma mãe? Longe de tirar algo, a mãe é aquela que provê todas as necessidades de seus filhos. Como uma mãe faria com um recém-nascido, o apóstolo estava pronto a partilhar “não somente o evangelho de Deus, mas, igualmente, a própria vida” (1Ts 2.8) aos recém-convertidos de Tessalônica.
2- Um trabalhador incansável (2.9) Porque, vos recordais, irmãos, do nosso labor e fadiga; e de como, noite e dia labutando para não vivermos à custa de nenhum de vós, vos proclamamos o evangelho de Deus.
Paulo lembra que trabalhou incansavelmente na Tessalônica enquanto lhes pregava o Evangelho de Cristo. Ele tinha plena consciência do direito do seu sustento e, embora o defendesse com vigor (1Co 9.3-12), insistia ainda mais enfaticamente que ele pessoalmente não faria uso disso, preferindo auto sustentar-se ou receber ofertas de outras igrejas que não aquela onde pregava. Essa atitude de Paulo dava-se porque ele sabia que não faltariam acusadores para o caluniar e tentar prejudicar o seu trabalho, atribuindo-lhe intuitos gananciosos, como de fato estava acontecendo. A partir do exemplo de Paulo, nasceu o termo “fazedores de tendas”, expressão moderna usada para se referir ao missionário que, inspirado no exemplo do apóstolo Paulo, trabalha para se sustentar e criar oportunidades de estabelecer pontes com o contexto local. Já que a profissão de Paulo era a de fazedor de tendas, conforme Atos 18.3, adotou-se essa expressão como referência a esse tipo de missionário.
3- Um pai exemplar (2.11) E sabeis, ainda, de que maneira, como pai [cuida] a seus filhos, [assim fomos] a cada um de vós.
Em outra analogia extraordinária, Paulo se compara a um pai. Essa ilustração carrega a ideia não apenas do afeto, mas também do interesse, firmeza e disciplina próprias a um pai. “A cada um de vós” mostre o interesse e atenção individual. O pai cuidadoso sabe diferenciar as necessidades diversas de cada filho. No versículo seguinte (2.12), o apóstolo diz que seu ministério como pai incluía três coisas: exortar, consolar e admoestar: Exortar é encorajar. Qual filho não precisa de encorajamento? Consolar é importante tarefa pastoral, assemelhando-se ao cuidado de um pai. Admoestar significa confrontar e, se necessário, repreender. O papel do pai não se limita a agradar, mas a preparar para a vida. Isso às vezes requer expedientes mais duros e firmes.
III- PERMANECENDO FIRMES (3.1-13)
Nada alegra mais um pastor de almas do que ver seu rebanho firme servindo ao Senhor: A firmeza dos crentes tessalonicenses é o foco neste capítulo e isso é demonstrado de vários modos.
1- O exemplo de Timóteo (3.2) E enviamos nosso irmão Timóteo, ministro de Deus no evangelho de Cristo, para, em benefício da vossa fé, confirmar-vos e exortar-vos.
Paulo precisava muito do serviço e da companhia de Timóteo. Mesmo assim o envia a Tessalônica para fortalecer os crentes de lá. O amor age assim: prioriza os outros. Embora não forneça os detalhes, o apóstolo diz que ele mesmo desejou e tentou visitá-los por duas vezes, mas foi impedido por Satanás (1Ts 3.18). Decide então enviar seu auxiliar mais amado e confiável. Seu amor e cuidado pastoral para com a Igreja eram tão intensos que ele mal podia suportar a distância e a incerteza quanto ao bem-estar espiritual dos irmãos (1Ts 3.1).
Os adjetivos que Paulo usa para com Timóteo revelam o grande apreço que tinha por ele. Timóteo é chamado de irmão, ministro de Deus e cooperador. A missão dada a ele era clara: confirmar e exortar (animar) a fé dos crentes. No verso 5 encontramos um propósito adicional, a saber, “indagar o estado da vossa fé”. A estatura espiritual de Timóteo o qualificava para animar e edificar os outros. Serviço cristão não é terapia para gente problemática e cargos não são para segurar gente de caráter duvidoso, Pessoas “doentes” precisam ser curadas primeiro. Só depois podem servir.
2- As tribulações da Igreja (3.3) A fim de que ninguém se inquiete com estas tribulações. Porque vós mesmos sabeis que estamos designados para isto.
As perseguições exerciam uma pressão muito grande sobre os tessalonicenses para que abandonassem a fé em Jesus. Ao animar os crentes de Tessalônica, Paulo diz algo que alcança todos nós, ou seja, as tribulações fazem parte da peregrinação dos crentes. Ninguém está isento. Esse é, portanto, o encorajamento do apóstolo: a lembrança de que a perseguição é o destino dos cristãos. A lógica paulina nesse quesito é imbatível. Se uma pessoa sabe que algo desagradável faz parte do seu destino e que é inevitável, então fortalece-se para enfrentá-lo e não pensará que é um sinal de que está no caminho errado nem será tomado de surpresa. Parece que somos traumatizados em relação ao sofrimento. Fomos condicionados por uma cultura secular e materialista a buscar nossa felicidade e prazer aqui. Há, inclusive, alguns que se iludem achando que, por serem cristãos, Deus não permitirá que nada de ruim lhes aconteça, ignorando o ensino do próprio Jesus em João 16.33. Um ensino importante na Bíblia é que o cristão inevitavelmente sofrerá por causa da sua fé. Se você é crente, não aprovará a forma, os métodos e os padrões do mundo, e isso lhe custará algo, tenha certeza. Não deseje, nem espere aplausos e prestígios do mundo. Como disse Spurgeon: “você espera ser honrado por um mundo que crucificou o teu Senhor?”.
3- A oração de Paulo (17s 3.12) O Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco.
Paulo sente-se muito alegre com o relatório positivo trazido por Timóteo e se lança em ação de graças e súplicas. Sua expressão em 3.8 é por demais comovente: “porque, agora, vivemos, se é que estais firmados no Senhor.” No verso 9 e 10 ele apresenta uma pergunta retórica, tão grande era sua gratidão a Deus. Entretanto, Paulo também está consciente de que progressos precisam e devem ser feitos. Os verbos sinônimos “crescer” e “aumentar”, usados no verso doze também podem ser traduzidos por “abundar” e “transbordar”. A oração de Paulo não deixa dúvida. Não há limites para o exercício do amor. O amor deve alcançar, inclusive, os de fora (“para com todos”). Os tessalonicenses já demonstravam amor. Paulo deseja que isso aumente e o círculo seja ampliado. O amor cristão não pode ser confinado aos de dentro. Deve ultrapassar os limites congregacionais e alcançar inclusive os inimigos (Mt 5.43-48). O amor transbordante é a maior marca da presença de Cristo no seio de uma Igreja (Jo 13.35).
APLICAÇÃO PESSOAL
Sonde o seu coração e pergunte a si mesmo se aquilo que está fazendo é mesmo para a glória de Deus.
RESPONDA
Marque V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações abaixo:
(V) Tão importante quanto aquilo que fazemos para Deus é a motivação pela qual o fazemos.
(V) Embora tivesse direito ao seu sustento, Paulo preferiu auto sustentar-se ou receber ofertas de outras igrejas enquanto pregava em Tessalônica.
(F) O amor é algo que o cristão verdadeiro oferece apenas àqueles que professam a mesma fé.
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