Lição 09: O Tesouro no Céu, a Candeia e a busca do Reino | 3° Trimestre De 2022 | EBD BETEL

EBD Revista Editora Betel | 3° Trimestre De 2022 | TEMA: SERMÃO DO MONTE – A Ética, os Valores e a Relevância dos Ensinos de Jesus Cristo | Escola Biblica Dominical | Lição 09: O Tesouro no Céu, a Candeia e a busca do Reino

TEXTO ÁUREO

“Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6.33

VERDADE APLICADA

O cristão deve sempre propagar o reino de Deus e promover a justiça de Deus por intermédio da evangelização e do amor ao próximo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ensinar que devemos ajuntar para a eternidade.
Devemos discernir entre o que é eterno e passageiro.
Istar as necessidades do Reino como prioridade.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 6

19- Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam
20- Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
21- Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
22- A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.
23- Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA / Pv 4.27 Retira o teu pé do mal.
TERÇA / Pv 15.30 A luz dos olhos alegra o coração.
QUARTA / Is 51.8 A justiça do Senhor dura para sempre. xx
QUINTA / Mt 6.26-33 A ansiosa solicitude pela nossa vida.
SEXTA / Mt 15.7-8 A hipocrisia dos fariseus
SÁBADO / Lc 12.13-21 A parábola do rico insensato.

HINOS SUGERIDOS 2, 77, 432

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore a Deus por uma melhor compreensão dos tesouros celestiais.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução
1-
As atitudes do coração humano
2– Confrontando as impurezas da alma
3– A busca pelo Reino de Deus e Sua justiça
Conclusão

INTRODUÇÃO

Jesus nos alerta sobre o valor das coisas espirituais em comparação com as coisas materiais. Seu enfoque está na durabilidade e valor daquilo que estamos juntando em nossa vida [Mt 6.19-20].

PONTO DE PARTIDA

Devemos buscar o Reino de Deus e Sua justiça.

1- O tesouro no céu

Esta passagem nos ensina a colocar nossa confiança em Deus e não nas coisas terrenas (materiais), como em todo o sermão, o “cerne” da questão é o coração. Um coração puro buscará os tesouros celestiais [Mt 6.33].

1.1. Evitar supervalorizar aquilo que a traça pode destruir. O conteúdo das palavras de Jesus não visa atingir diretamente a pobreza ou a riqueza. Quando fala em acumular tesouros no céu, Jesus fala de não ter como objetivo acumular riquezas terrenas que perecem. Sua instrução é para que não venhamos cometer o absurdo de dedicar uma vida inteira por algo que é perecível [Mt 6.19-20]. Assim eram os fariseus. Eles usavam a religião para ganhar dinheiro, seus corações estavam totalmente apartados de Deus [Mt 15.7-8; 16.4]. No Oriente, parte da riqueza de qualquer homem consistia em roupas custosas e luxuosas. Porém, estando guardadas, as traças vinham e destruíam toda sua beleza e valor. Tesouros na terra não devem ser a cobiça do cristão, pois são destrutíveis, vulneráveis [Lc 12.13-21; Tg 5.2-3].

Subsídio do Professor: Os tesouros orientais incluíam roupas caríssimas, muito finas, que facilmente eram destruídas por pragas e traças [Tg 5.2]. Jesus nos alerta a viver outra perspectiva, a da eternidade, que um dia iremos desfrutar. Ele nos chama para investir no Reino [Mt 6.19-20]. Nesse mundo, corremos o perigo de estar mais apegados às coisas que nos separam de Cristo, isto é, ser mais apegados às coisas materiais, às pessoas ou a qualquer coisa que nos dê segurança ou prazer. Deus sabe que precisamos de certas coisas para viver [Mt 6.32]. Não é errado possuir coisas, errado é permitir que as coisas nos possuam.

1.2. Evitar supervalorizar aquilo que a ferrugem pode consumir. A palavra traduzida por “ferrugem” ou “mofo” significa literalmente “o que come”. O termo é uma palavra geral para a ideia de “consumir”, que aponta não apenas para uma ação destrutiva sobre os metais, mas para uma deterioração de natureza mais ampla como plantações, vinhas e até dentes. William Barclay acrescenta que no Oriente a riqueza de muitos homens consistia no grão de uma colheita abundante, e que esses grãos eram armazenados em enormes celeiros, onde, ao entrar carunchos ou roedores, se perdia o tesouro [Mt 6.19; Lc 12.13-21]. Jesus nos convida a encontrar deleite naquilo que o tempo e sua capacidade de erosão são totalmente impotentes [Mt 6.20].

Subsídio do Professor: Tudo aquilo que é de valor para esse mundo, e que vivemos para conquistar, jamais será duradouro ou estará completamente guardado. Ao instruir Seus discípulos a acumularem para os céus, Jesus deixa claro que haverá uma vida após essa e que tudo aquilo que depositamos daqui para lá, será utilizado quando lá estivermos. Essa é uma maravilhosa perspectiva da eternidade, algo muito incomum de se ouvir em nossos dias [1Co 15.19].

1.3. Evitar acumular onde ladrões minam e roubam. Na Palestina a maioria das casas era feita de barro ou tijolo cru, e os ladrões podiam entrar fazendo um buraco na parede, e ao entrar roubavam tudo o que podiam carregar. Ninguém estava seguro, e por mais cuidadosos que fossem, não podiam conservar seus tesouros [Mt 6.19-20]. A traça, a ferrugem e os ladrões representam aquelas forças que fazem os tesouros terrenos diminuírem em valor e serem totalmente destruídos [Is 51.8]. Jesus aponta um lugar seguro onde devemos computar o saldo de nossas vidas futuras. Acumular tesouros no céu é acumular boas obras diante de Deus, servindo a Ele com integridade e amando ao próximo como a nós mesmos [Mt 22.37-40].

Subsídio do Professor: Os judeus conheciam muito bem a frase “tesouros no céu”. Identificavam esses tesouros principalmente com duas coisas: 1) Diziam que as ações bondosas que alguém fazia no mundo, transformavam-se em seu tesouro no céu; 2) Eles sempre relacionaram a expressão tesouros no céu com o caráter. Tanto Jesus quanto os rabinos judeus sabiam que tudo o que se acumula de maneira egoísta mais cedo ou mais tarde se perde. Mas o que se oferece a outros com generosidade acumula para a vida eterna. Esse foi o princípio usado pela Igreja Primitiva, que cuidava de todos aqueles de quem ninguém se ocupava [At 2.44-45].

EU ENSINEI QUE:

Devemos colocar nossa confiança em Deus e não nas coisas terrenas (materiais).

2- A candeia dos olhos

O discurso segue e agora Jesus fala acerca da visão, da capacidade de discernir o que é de valor eterno do que não tem valor e é temporal. A visão determina a direção e a qualidade de uma vida [Mt 6.22-23].

2.1. O olho bom. Aqui Jesus utiliza o olho em um sentido metafórico distinto, referindo-se a uma lâmpada que ilumina a vida interior de uma pessoa. Ele continua com o tema do “tesouro” aludindo ao “olho” como canal para a pessoa interior: “Os olhos são a lâmpada de nosso corpo, é com eles que iluminamos todo o nosso interior” [Mt 6.22]. Quando o olhar é simples e mira somente numa direção com clareza e atenção, então o corpo todo também será dirigido de forma correta e segura por eles. Isso significa que a caminhada de fé se torna luminosa e límpida [Pv 15.30]. Se o olho é bom, ele se torna o canal que permite que o coração se encha com a luz do tesouro de Deus.

Subsídio do Professor: Na literatura judaica, havia uma conexão estreita entre o coração e os olhos [Sl 19.8; Pv 15.30; 23.26; Jo 12.40]. Já que o coração é o verdadeiro depositário do tesouro divino, Jesus indica que, quando o olho foca em algo de valor, torna-se o tubo que enche o coração com este objeto [Mt 6.23]. Um caminho bem ordenado depende de uma visão objetiva e direta. O cristão não pode jamais caminhar com uma visão dividida entre alvos. Se a mente estiver dividida, então seremos instáveis em nossos caminhos. A visão desfocada e dupla resulta em movimentos confusos [Pv 4.25-27; Tg 1.8].

2.2. O olho mau. Da mesma forma que o bom olhar conduz ao tesouro divino, o mau olhar pode fazer com que as trevas predominem sobre nossas vidas [Mt 6.23]. Jesus fala sobre a nossa capacidade de discernir o verdadeiro valor das coisas, diz que os “olhos” são a lâmpada, não a luz do corpo. A palavra traduzida por “bom” é “aplous”, que significa “são, sadio”, um olho sem complicações em si mesmo. Por outro lado, Jesus usa a palavra mau, “poneros”, que significa “má influência, destempero”. Esse tipo de olho vê as coisas duplicadas; espiritualmente, exerce má influência sobre o que o possui e sobre as demais pessoas. Tudo pode ser obscuro para aquele que não possui bons olhos [Pv 4.19].

Subsídio do Professor: A palavra “mau” aqui conota a ideia de mal moral. No mundo antigo, o “olho mau” é aquele que cobiça com inveja o que pertence a outra pessoa; é um olho ganancioso, mesquinho. Esta expressão aparece de forma semelhante em Mateus 20.15, onde a expressão literal “mau olhado” indica inveja. Se os olhos de um discípulo se fixam em algum tesouro terreno como seu valor, identidade e segurança terrena, seu coração também estará cheio de trevas. Quando a vista é colocada em algo mau, o olho se torna o canal pelo qual o mal enche o interior da pessoa

2.3. Os donos do coração. As ideias de dois tesouros [Mt 6.19-21] e dos dois olhos [Mt 6.22-23] nos preparam para o clímax da escolha entre dois mestres. A tentação de adorar o deus do materialismo era bem conhecida no judaísmo e Jesus foi direto com aqueles que desejavam segui-lo. “Não há como servir a dois senhores”, Jesus nos chama a um compromisso incondicional, onde devemos detestar ou rejeitar qualquer coisa que atrapalhe nosso vínculo com Ele. Ele nos chama para uma entrega total [Mt 10.34-39; 12.30; Lc 14.26]. O materialismo pode escravizar nossa vontade. Não podemos servir a dois senhores ao mesmo tempo. Ou Jesus Cristo é nosso Senhor, ou o dinheiro [Mt 6.24].

Subsídio do Professor: O maligno tem como atividade principal usar a idolatria material para enganar os filhos de Deus. A avareza e a cobiça são suas armadilhas favoritas. Jesus não proíbe o cristão de ser rico, mas, sim, de entregar seu coração à riqueza. O acúmulo de riquezas é uma ocupação tão absorvente que, mais cedo ou mais tarde, o dinheiro escraviza as suas vítimas e as leva a desprezarem a Deus. Por esse motivo Jesus assinalou que ou estamos com Ele, ou contra Ele. Com Deus não pode haver lealdades divididas.

EU ENSINEI QUE:

Devemos discernir o que é de valor eterno do que não tem valor e é temporal.

3- A busca pelo Reino de Deus e Sua justiça.

Por recomendação do próprio Senhor, o cristão deve ter anseio pelo Reino de Deus e por Sua justiça. Ao priorizarmos Sua obra, Ele promete recompensar a nossa fidelidade em servi-Lo [Mt 6.33].

3.1. A prioridade de cada cristão. Buscar o Reino de Deus deve ser a prioridade de cada cristão. Na lista de nossas prioridades, o conhecimento de Deus e de Seu plano salvador deve sempre vir em primeiro lugar. A vontade de Deus é impregnar esse mundo com sua influência benigna [Mt 6.10]. O buscar aqui não se resume em chegar-se a Deus para que alivie todos os nossos fardos, necessidades, enfermidades ou preocupações. Jesus se refere a um relacionamento, uma busca profunda que possa tanto nos fazer ver e entender, quanto esclarecer para aqueles que andam em trevas [Lc 13.18-19]. Buscar o reino é esforçar-se para avançar na experiência e crescer em aperfeiçoamento [Mt 5.48].

Subsídio do Professor: Para que o reino de Deus avance, ele deve primeiro crescer no coração de cada homem e mulher de fé. Se o coração desse homem ou mulher de Deus não estiver preparado com as bênçãos do Reino de Deus, então não pode ser de bênção a outros no crescimento do reino. Em termos práticos, se o coração de um crente não crescer em Cristo, então sua influência será pequena. Sem frutos, o reino não cresce, não avança e não seremos uma influência para o mundo.

3.2. A justiça do reino. A conjunção de reino e justiça constitui um tema especial no Sermão do Monte [Mt 5.6, 10, 20]. Quando se trata de Deus, a justiça é um dos atributos mais fundamentais de Seu Ser, que garante que Suas ações para com qualquer pessoa sejam de acordo com o que ela merece. No que diz respeito ao ser humano, é o valor moral que inclina as pessoas a agir e julgar, respeitando a verdade e dando a cada um o que é devido. Os religiosos da época de Jesus conheciam toda verdade da lei, mas exerciam uma falsa justiça, usando a religiosidade para enganar a pessoas. O exercício da justiça envolve romper com todos os padrões mundanos e viver uma vida disciplinada e regida pela Palavra de Deus [Cl 3.1-2].

Subsídio do Professor: Jesus disse que nossa retidão como cidadãos do Reino deve exceder a dos escribas e fariseus. Mas como nossa justiça pode ser consistente com o que é exigido pelo Senhor? Permitindo que Ele se torne o centro de nossas vidas e abrindo nosso coração para que a cada dia Ele nos aperfeiçoe, transformando-nos conforme à Sua imagem e semelhança. O convite a buscar o Reino e Sua justiça é um chamado à obediência, a viver uma vida de exemplos e ações que glorifiquem a Deus. A justiça do Reino é diferente da justiça do mundo porque a única coisa que ela promove é a pessoa de Deus [Mt 6.33].

3.3. A recompensa da prioridade. Ao listar a prioridade do reino Jesus fez uma importante declaração para aqueles que são Seus discípulos. “Ele disse que cuidaria de todas as nossas necessidades”. Isto não significa que Ele nos concederá todos os tipos de desejos ou coisas que nos agradam, diz que Ele nos suprirá. Se Deus é nossa prioridade, Ele cuidará de nós. Como filhos de Deus, somos chamados a depositar toda nossa fé, confiança e esperança apenas nEle. Nossas decisões devem girar em torno de Deus, e Seu Reino e justiça devem ser sempre a prioridade de nossas vidas. Jesus diz para não vivermos ansiosos quanto às nossas necessidades e pede que confiemos em Sua ação milagrosa [Mt 6.31-33].

Subsídio do Professor: As necessidades podem corroer nosso estado de paz e encher nossas vidas de ansiedade e preocupações, mas Jesus nos ensina que não devemos nos preocupar por coisas como: o que comeremos ou com que haveremos de nos vestir, porque a vida tem um valor mais alto e merece ser dedicada a um propósito mais alto que a escassez de nossos haveres. Confiar nunca foi fácil. Mas é preciso exercitar a fé, e a busca pelo conhecimento é o caminho. A confiança nasce de um estado espiritual que depende unicamente da entrega de nosso ser diante de Deus [Mt 6.26-33].

EU ENSINEI QUE:

Por recomendação do próprio Senhor, o cristão deve buscar o Reino de Deus e Sua justiça.

CONCLUSÃO

Faz parte do discipulado, o constante exercício em discernir os tesouros do Reino, o cultivo de um viver puro e priorizar o Reino de Deus e a Sua justiça, confiando que o Senhor cuida de nós e provê o necessário para o nosso bem-estar nesta terra.

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