Lição 11: A Relevância do Discernimento | 3° Trimestre de 2022 | EBD BETEL

EBD Revista Editora Betel | 3° Trimestre De 2022 | TEMA: SERMÃO DO MONTE – A Ética, os Valores e a Relevância dos Ensinos de Jesus Cristo | Escola Biblica Dominical | Lição 11: A Relevância do Discernimento

TEXTO ÁUREO

“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.” Tiago 1.5

VERDADE APLICADA

Precisamos da constante ajuda do Espírito Santo para agirmos e nos relacionarmos com discernimento e equilíbrio.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ensinar a discernir entre o certo e o errado.
Mostrar como a hipocrisia é cega e injusta.
Destacar a santidade e a riqueza do Evangelho.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 7

1- Não julgueis, para que não sejais julgados
2- Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós
3- E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?
4- Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
5- Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA / 1Sm 16.7 O Senhor vê o coração do homem.
TERÇA / Mt 13.13-14 O coração do povo está endurecido.
QUARTA / 1Co 2.14-15 O homem natural e as coisas do Espírito
QUINTA / Gl 6.1 Encaminhar com espírito de mansidão.
SEXTA / Tg 5.19-20 Acerca da conversão de pecadores.
SÁBADO / 2Pe 2.22 O perigo dos falsos mestres.

HINOS SUGERIDOS 205, 243, 305

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore para que possamos compreender o verdadeiro valor das coisas santas.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução
1-
Discernindo entre o certo e o errado
2– Discernindo a natureza das coisas
3– Discernindo entre o digno e o indigno
Conclusão

INTRODUÇÃO

Jesus segue desenvolvendo o tema da natureza da vida do Reino para Seus discípulos. E agora passa a alertá-los sobre as tentações que podem surgir em seus relacionamentos pessoais [Mt 7.1-2].

PONTO DE PARTIDA

É preciso praticar a Palavra de Deus.

1- Discernindo entre o certo e o errado

Comumente, as mesmas características que nos aborrecem nos outros são a que temos. Jesus nos ensina que devemos examinar nossas motivações e nossa conduta em vez de julgar o próximo [Mt 7.1].

1.1. Não julgueis. Jesus dedicou um espaço considerável para condenar os líderes religiosos por sua hipocrisia, que os levava a uma aparência externa de justiça para serem elogiados pelas pessoas [Mt 6.1-18]. Agora, reconhece que Seus discípulos também podem cair na mesma hipocrisia [Mt 7.1-5]. Em seguida, adiciona uma palavra de advertência sobre o extremo oposto de não discernir [Mt 7.6]. A ordem de Jesus de não julgar os outros pode ser a mais amplamente citada de suas declarações. Muitas pessoas usam esse versículo na tentativa de silenciar seus críticos, interpretando que Jesus queria dizer: “Você não tem o direito de me dizer que estou errado”. A questão aqui é saber como lidar com o julgamento, quais os critérios e em que medida se deve usá-los.

Subsídio do Professor: Nesse contexto, Jesus está nos alertando quanto à importância de distinguir o certo do errado. Essas palavras não aludem a toda modalidade de julgamento [Mt 7.20; 1Co 5.12], mas ao julgamento censurador, injusto, que não pode ser justificado. Muitos intérpretes acreditam que Jesus se referiu às atitudes e ações dos fariseus, que censuravam aos outros em tudo, sem jamais reconhecerem a presença de qualquer defeito neles mesmos. Essa era a atitude típica deles. Paulo ilustra esse ensino escrevendo aos romanos [Rm 2.1]. Os versículos 17-24 de Romanos 2 aludem diretamente ao judeu que julgava o gentio, mas que fazia a mesma coisa que ele.

1.2. Quem julga será julgado. A exigência de Jesus aqui é que Seus discípulos não sejam inclinados a julgar e a censurar [Rm 14.10-13; Tg 4.11-12]. A firmeza do compromisso dos discípulos com o Reino de Deus e a justiça exigida deles não os autoriza a adotar uma atitude julgadora. Os que “julgam” assim serão “julgados” não pelos homens (o que traria pouca consequência), mas por Deus (o que se adequa ao tom solene do discurso). O discípulo que toma sobre si a tarefa de julgar o que o outro faz usurpa o lugar de Deus [Rm 14.10] e, por isso, tem de responder a Ele. John Stott nos diz que “a ordem para não julgar não é uma exigência para ser cego, mas, antes, um pedido para ser generoso. Jesus não nos pede que deixemos de ser homens (suspendendo nosso poder de crítica que ajuda a nos distinguir dos animais), mas que renunciemos a presunçosa ambição de ser Deus (arvorando-nos em juiz)”.

Subsídio do Professor: Jesus alerta Seus discípulos sobre o erro de se colocarem acima dos outros para declará-los culpados diante de Deus. Devemos ter cuidado para não fazer esse tipo de julgamento, porque nós também seremos julgados por cometer um pecado pior do que aquele que estamos denunciando [Tg 4.12]. Quando julgamos uma pessoa, podemos fazê-lo exagerando os fatos, ou subestimá-los, e é difícil para nós encontrar o meio-termo. Além disso, mencionar as fraquezas dos outros é, ao mesmo tempo, minimizar as nossas. A verdade é que julgar é usurpar o lugar que corresponde apenas a Deus.

1.3. O autocontrole no julgamento. O texto indica que a prática que Jesus proíbe era habitual e se realizava entre os judeus [Mt 7.3-4; Jo 8.15]. Aparentemente, algumas pessoas têm uma necessidade psicológica de descobrir e divulgar defeitos em outras pessoas. Ninguém pode evitar formar uma opinião sobre outras pessoas e práticas. Desde a infância, aprendemos a importância de distinguir entre o bom e o mau, o belo e o feio, certo e errado. Ser capaz de analisar criticamente um objeto, ou seja, distinguir objetivamente entre os elementos, virtudes, características, é uma capacidade necessária na vida. Enfim, é preciso ter humildade para entender que nosso julgamento sobre s pessoas é apenas uma opinião, a expressão da qual podemos e devemos controlar [Sl 34.13; Tg 3.10].

Subsídio do Professor: Existem várias razões pelas quais o crente não deve praticar críticas destrutivas. Aquele que pratica julgamento destrutivo garante duas coisas: seu próprio julgamento da parte dos outros e da parte de Deus; o grau ou gravidade desse julgamento [Mt 7.2]. Quando julgamos os outros sem misericórdia, Deus nos julgará sem misericórdia. Um espírito generoso e misericordioso para com os outros geralmente desperta a mesma atitude dos outros para conosco.

EU ENSINEI QUE:

Devemos examinar nossas motivações e nossa conduta em vez de julgar o próximo.

2- Discernindo a natureza das coisas

Jesus nos ensina que o homem só pode ver o exterior, e, portanto, não pode entender o que está na mente e no coração de outrem [1Sm 16.7b].

2.1. O argueiro e a trave. John Sttot nos diz que a “trave” descrita por Jesus se refere a um pedaço comprido de madeira lavrada que se usava na estrutura de um prédio. Quem estivesse atrás dessa madeira não poderia ver; nem determinar precisamente a verdadeira natureza das coisas. O “argueiro” era uma lasquinha ou um pequeno cisco. Tanto o homem que estivesse atrás de uma trave, quanto o que tinha um cisco estavam impedidos de ver corretamente. Jesus estava dizendo que se uma pessoa não consegue ver corretamente, como pode de alguma maneira fazer juízo? [Mt 7.3-4]. Jesus não diz que é errado ajudar um irmão a tirar um cisco do olho, errado é uma pessoa com uma “viga” no olho oferecer ajuda. Isso é hipocrisia [Mt 7.5].

Subsídio do Professor: Nosso julgamento é sempre parcial, porque nunca temos todas as evidências necessárias para um julgamento completo. Além disso, somos por natureza tendenciosos, arbitrários e subjetivos em nossos julgamentos. No olho alheio estava um cisco, na visão de quem julgava estava uma trave, isso indica que o julgamento que fazemos acerca de outros pode dizer mais sobre nós do que sobre a pessoa que pretendemos julgar. Em muitas situações, aquele que julga é ainda pior do que quem está sendo julgado

2.2. Vencendo a hipocrisia. A hipocrisia consiste em duas coisas: o hipócrita não reconhece o seu próprio pecado, que é maior que o pecado alheio; depois, finge justiça ou interesse espiritual, ordenando que os outros endireitem suas vidas. Fingir interesse espiritual era a característica mais notável dos fariseus [Mt 7.5]. Para esclarecer a questão, Jesus escolhe o olho como ilustração, pois é uma das partes mais sensíveis do corpo humano. Chega a ser ridícula a atitude de um homem com uma trave no olho tentando remover um cisco do olho de outro. Os fariseus viam os pecados dos outros, mas não conseguiam enxergar as próprias transgressões. Jesus usou o olho como ilustração para nos ensinar a ter uma perspectiva espiritual da vida [Mt 6.22-23].

Subsídio do Professor: É muito comum negligenciarmos os nossos pecados e imediatamente descobrirmos pecados nos outros. Aquele que tem pecado dificilmente saberá como remover os pecados alheios, especialmente se os seus próprios são mais graves que os dos outros. Um bom discípulo de Cristo, além de cuidar de si mesmo e manter-se vigilante, deve também corrigir e orientar seus faltosos irmãos e irmãs [Gl 6.1; Tg 5.19-20]. Porém, essa é uma tarefa que só pode ser realizada a partir de uma vida humilde.

2.3. O perigo de não ter discernimento. Jesus aborda um problema no extremo oposto do julgamento hipócrita: a ingênua aceitação das pessoas sem discernir suas verdadeiras origens. Embora os crentes estejam impedidos julgar os outros a partir de motivações erradas e sem critérios bíblicos [Mt 7.1-5], Jesus preveniu contra uma completa falta de discernimento em relação às atitudes das pessoas para com o Evangelho. O Senhor exige discernimento adequado do bem e do mal [Mt 7.6, 15-23], porque, em seu cotidiano, os discípulos de Jesus terão que fazer constantes avaliações. A verdade não deve ser imposta aos rebeldes que a rejeitam e as coisas santas não devem ser dadas aos que buscam os defeitos dos outros. Jesus insiste sobre a necessidade de sabermos classificar as coisas

Subsídio do Professor: Como povo de Deus, temos o privilégio de lidar com as “coisas santas” do Senhor. Ele nos confia as verdades preciosas da Palavra de Deus e devemos cuidar delas com todo zelo [2Co 4.7]. Se não deve haver trave que nos impeça de remover o cisco, por outro lado, não pode existir cegueira que nos impeça, em algumas situações, de discernir sobre o contexto e a maneira como as pessoas estão lidando com o conteúdo do Evangelho que está sendo compartilhado. Anunciar a Palavra a tempo e fora de tempo não anula a nossa responsabilidade de estarmos atentos à direção do Espírito Santo [At 16.6-7] e às ocasiões nas quais as pessoas não estão predispostas a ouvir ou serem esclarecidas [Mt 7.6; 26.63; Lc 23.9-11].

EU ENSINEI QUE:

O homem não pode entender o que está na mente e no coração de outrem.

3- Discernindo entre o digno e o indigno

Nesse último ponto, Jesus se vale de figuras de linguagem para ensinar a Seus discípulos que as coisas santas não podem ser dadas para aqueles que não querem, ou que não tenham capacidade para apreciar os valores espirituais [Mt 7.6]

3.1. Os cães. Herbert Lockyer nos diz que o Senhor se refere aqui a cães selvagens e rosnadores, que se voltam e mordem a mão daqueles que os alimentam. Os cães do Oriente são mais selvagens e vivem mais em matilhas do que os nossos cães domesticados, alimentam-se de carniça e lixo e são mais sanguinários do que os do Ocidente. Era a esses que Jesus tinha em mente quando os usou em referência aos que, de forma selvagem, odeiam a verdade. Jesus quer que Seus discípulos sejam inteiramente inofensivos em seu relacionamento com outros, mas ao mesmo tempo que reconheçam que nem todos estão sempre em condições de serem abordados para ouvirem e conhecerem o Evangelho [Mt 7.6b].

Subsídio do Professor: O uso que Cristo faz desse símile dos cães selvagens nos faz lembrar que há testemunhos que instintivamente nos recusamos a dar, quando estamos diante de pessoas que desprezam completamente tais comportamentos. Somos proibidos de expressar a aprovação pela prostituição das coisas sagradas. É provável que Jesus esteja advertindo Seus seguidores a não forçarem o Evangelho aos ouvidos desinteressados e indiferentes [Mt 10.11-14]. Não importa quão pacientemente venhamos gastar tempo e dedicação ao ensino de algumas pessoas, elas simplesmente não possuem “ouvidos para ouvir” [Mt 11.15; 13.13-15]

3.2. Os porcos. Essa analogia foi usada por Cristo para mostrar como as pessoas reagem quando estão vivendo em rebelião aberta contra Deus; pessoas rebeldes, que teimosamente rejeitam Sua verdade e fecham suas mentes e corações ao conhecimento espiritual [2Pe 2.22]. Isso não significa que devemos nos abster de ensinar o Evangelho para aqueles que são párias da sociedade. O próprio Jesus comia com pecadores e publicanos e os ensinava [Mt 9.10]. A ideia aqui é que é inútil continuarmos pregando a verdade àqueles que a recusam. Assim como um porco não conseguiria entender nem apreciar a grande beleza e valor das pérolas, esses tais jamais poderiam entender o valor e a grandeza das verdades divinas [1Co 2.14].

Subsídio do Professor: Embora os crentes estejam impedidos de julgar os outros [Mt 7.1-5], Jesus preveniu contra uma completa falta de discernimento em relação às atitudes das pessoas para com o Evangelho, com o que é santo. Essas pessoas profanas são aquelas que, quando apresentadas ao Evangelho, recebem-no com desprezo e escárnio. Jesus fez uso desses animais como símbolo para ilustrar a natureza de alguns homens. Precisamos usar de cautela com tais pessoas, não evitando ajudá-las quando isso for possível, mas sem fazer do Evangelho um verdadeiro motivo de zombaria da parte delas.

3.3. As pérolas. As “pérolas”, consideradas as mais preciosas de todas as joias [Mt 13.45-46; 1Tm 2.9], passaram a simbolizar a preciosidade da verdade. É fácil imaginarmos o desapontamento e consequente ira dos porcos ao descobrir que o que pensavam ser comida eram apenas pérolas. Essa é uma imagem muito cabível para os que são impuros, selvagens e incapazes de apreciar as joias inestimáveis da fé cristã! São esses, diz Cristo, a quem não temos o direito de entregar o tesouro das nossas pérolas. Após ouvirem a Palavra, se tornam piores do que eram antes [Sl 14.1; Pv 26.4]. “O sagrado” e “pérolas” são termos que se referem a verdades espirituais de grande valor.

Subsídio do Professor: As pérolas são para aqueles que estão dispostos a valorizar as riquezas dos tesouros de Deus, não para os ímpios que se endurecem perante eles e amaldiçoam o caminho da fé em Cristo. Pessoas sem respeito e más não podem entender o valor do Evangelho. Portanto, elas o lançam fora com escárnio. Não devemos deixar de transmitir a Palavra de Deus aos infiéis, mas devemos ser suficientemente sábios para discernir, evitando trazer a zombaria e a ridicularização à mensagem de Deus. Além disso, devemos ser cautelosos para não acontecer que venhamos também profanar essas santas verdades confiadas a nós [Ez 44.23].

EU ENSINEI QUE:

As coisas santas não podem ser dadas para aqueles que não querem, ou que não tenham capacidade para apreciar os valores espirituais [Mt 7.6].

CONCLUSÃO

Quando ajustamos nossa visão de acordo com os ditames da Palavra de Deus, os erros podem ser corrigidos, a forma de vida mudada e os tesouros repartidos àqueles que são confiáveis e dignos [Mt 7.6].

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