Lição 06: Apocalipse – O Livro do Trono | 2° Trimestre De 2022 | EBD – BETEL

EBD Revista Editora Betel | 2° Trimestre De 2022 | Tema: APOCALIPSE – Mensagem sobre o triunfo de Cristo, exortações e promessas ao povo de Deus | Escola Biblica Dominical | Lição 06: Apocalipse – O Livro do Trono

TEXTO ÁUREO

“E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono.” Apocalipse 4.2

VERDADE APLICADA

Independente das circunstâncias, podemos perseverar confiando no Senhor, pois o Seu reino é supremo e eterno.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ensinar que o Apocalipse é o livro do trono.
Mostrar os personagens em volta do trono.
Apresentar as características de Cristo no trono.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
APOCALIPSE 4

3- E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra de jaspe e de sardônica; e o arco celeste estava ao redor do trono, e era semelhante à esmeralda.
4- E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentado sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestes brancas; e tinham sobre suas cabeças coroas de ouro.
5- E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus.
6- E havia diante do trono um como mar de vidro, semelhante ao cristal. E, no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás.

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LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA / Dn 7.14 Jesus: foi-lhe dado domínio, reino e glória.
TERÇA / Mt 26.64 Jesus: assentado à destra de Deus.
QUARTA / Ef 1.21 Jesus: acima de todo principado e potestade.
QUINTA / 1Tm 6.15 Jesus: Rei dos reis e Senhor dos senhores.
SEXTA / Hb 1.3 Jesus: o resplendor da glória de Deus.
SÁBADO / Ap 1.5 Jesus: príncipe dos reis da terra.

HINOS SUGERIDOS – 125, 202, 451

 MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore para que, mesmo em meio às crises, estejamos firmes e constantes no Senhor.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução
1- O trono
2– Em volta do trono
3– No trono
Conclusão

INTRODUÇÃO

A palavra trono aparece 44 vezes no Apocalipse, deixando claro que este é o livro do trono. A revelação mostra a soberania e o poder de Deus em levar adiante o plano estabelecido antes da fundação do mundo: “congregar em Cristo todas as coisas” [Ef 1.10].

PONTO DE PARTIDA

O reino de Deus é supremo e eterno.

1- O TRONO

Até aqui, João está na ilha de Patmos. Mas, com o fim das mensagens às sete igrejas da Ásia, ele é arrebatado ao céu e lá continua a receber a revelação do Apocalipse. A primeira coisa que João vê é um trono: “E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu” [Ap 4.2]. Trono fala de proteção [Ap 7.15]; de poder de julgar [Ap 20.4]; e de autoridade [Ap 7.17].

1.1. Trono alto e sublime. Diferente dos tronos humanos, que são transitórios, limitados e falíveis, o trono de Deus é perfeito e elevado. A Bíblia mostra a grandeza de Deus em Seu trono, afirmando que o trono de Deus está no céu [Sl 11.4]; Seu trono é tão alto e elevado que todo céu é o Seu trono [Mt 5.34]; é santo e domina sobreas nações [Sl 47.8]; domina sobre tudo [Sl 103.19]. Temos um vislumbre de sua grandeza na visão de Isaías: “Eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo.” [Is 6.1]. A visão do trono divino mostra que o cristão deve, mesmo em meio às crises, manter-se firme e confiante, pois está debaixo de um governo soberano, poderoso e eterno, o de Deus.

Subsídio do Professor: Segundo o Dicionário Wycliffe: “A palavra grega “thronos” é o lugar de onde Cristo governará a Terra [Mt 19.28; 25.31]. Ele representa o último lugar pelo qual se garante uma promessa ou juramento [Mt 23.22]. Cristo herda o trono de Davi [Lc 1.32; At 2.30]. Estar sentado à mão direita do trono de Deus significa uma completa aprovação [Hb 8.1; 12.2]. Ele é o símbolo do direito de Deus de julgar os homens e de reinar sobre o mundo [Ap 4.2ss], e da futura autoridade dos discípulos de Cristo [Mt 19.28; Ap 20.4].”

1.2. Trono de justiça e juízo. A Bíblia, ao falar sobre o trono de Deus, nos revela que “justiça e juízo são a base do teu trono” [Sl 89.14]. Enquanto na história da humanidade, ao longo do tempo, surgem governos marcados por corrupção, violência e totalitarismo, o trono de Cristo é um trono de justiça. Nele o homem encontrará o real sentido de equidade, segurança e paz. O juízo nos lembra o que está por vir. No Apocalipse, vemos que o tempo de Deus tratarcom a humanidade se aproxima: “Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer” [Ap 4.1]. A Grande Tribulação é antecedida pela visão do trono, fazendo-nos entender que vem do alto, vem de Deus o juízo que se aproxima.

Subsídio do Professor: De acordo com Geziel Gomes: “A glória de Cristo, o Senhor do Reino: foi lhe dado domínio, reino e glória [Dn 7.14]; sentado à destra do poder de Deus [Mt 26.64; Cl 3.1; Hb 1.3]; acima de todo o principado e potestade [Ef 1.21]; Soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores [1Tm 6.15]; sustenta todas as coisas com a Palavra do Seu poder [Hb 1.3]; a Ele estão sujeitos, anjos, autoridades e potestades [1Pe 3.22]; Soberano dos reis da terra [Ap 1.5].”

1.3. Trono de Davi. O trono de Deus no céu nos faz lembrar que Cristo governará sobre este mundo, já que é dito a João: “Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer.” [Ap 4.1]. Quando Davi quis edificar uma casa a Deus, o Senhor não permitiu, mas lhe disse que seu trono, através de um descendente, “será firme para sempre” [2Sm 7.1-16]. Maria recebeu o anúncio de que seria a mãe do Messias e que o “Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.” [Lc 1.32-33]. Seu trono é um trono de vitória [Ap 3.21], pois Cristo venceu o diabo, a carne, o mundo e a morte [Hb 12.2]. Este trono mostra o juízo iminente e também será “luz para alumiar as nações e para glória de teu povo Israel” [Lc 2.32].

Subsídio do Professor: Segundo Claudionor Corrêa de Andrade: “A promessa de que Cristo governará todas as nações é-lhe feita através de Davi de quem herdaria o trono: “Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da terra por possessão” [Sl 2.8]. Mais tarde a promessa lhe é referida por Isaías: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros” [Is 9.6]. Em significativas passagens, o profeta descreve como será o reino de Cristo. Será marcado pela justiça, segurança, prosperidade, temor a Deus e pela expansão do conhecimento divino.”

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EU ENSINEI QUE:

A visão do trono divino mostra que o cristão deve, mesmo em meio às crises, manter-se firme e confiante, pois está debaixo do governo soberano, poderoso e eterno de Deus.

2- EM VOLTA DO TRONO

Quando foi arrebatado ao céu, João viu coisas inefáveis que nunca tinha visto. Dentre elas viu os personagens que aparecem em volta do trono e compõem o majestoso cenário que tinha visto inicialmente [Ap 4]. Vejamos quem são estes personagens e o significado desta visão.

2.1. Os vinte e quatro anciãos. Há intérpretes que consideram os 24 anciãos como sendo anjos. Contudo, é mais provável que simbolize todo o povo de Deus ao longo da história: “E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestes brancas; e tinham sobre as suas cabeças coroas de ouro.” [Ap 4.4]. Eles aparecem com coroas na cabeça e sentados em tronos, que são promessas de Cristo aos salvos e não aos anjos [Mt 19.28; Ap 3.21; 1Pe 5.4]. O número 24 relacionado a eles sinaliza uma cifra completa, que pode estar apontando para os patriarcas das tribos de Israel e os doze apóstolos, simbolizando, assim os salvos dos Antigo e Novo Testamentos. Vide as referências às doze tribos e aos doze apóstolos na descrição da Nova Jerusalém [Ap 21.12-14].

Subsídio do Professor: Stanley M. Horton: “Em nenhum lugar da Bíblia, os anjos são chamados de anciãos. As coroas que os anciãos usam são de vitória; a palavra é usada para descrever também as coroas preparadas para os crentes, não para anjos. Ao mesmo tempo, as coroas falam de realeza; quando os soldados coroaram Jesus com uma coroa de espinhos, seu propósito foi zombar dEle como Rei dos judeus. Em nosso texto [Ap 4.4], a palavra é usada em conexão com os anciãos assentados sobre o trono, e que têm poder real [Ap 5.10]. As roupas brancas são também prometidas aos crentes vencedores [Ap 2.10; 3.4].”

2.2. Os quatro seres viventes. A descrição dos seres que João viu “no meio do trono, e ao redor do trono” [Ap 4.6], envolvidos em adoração contínua [Ap 4.8-9] e, também, estão atuantes em outros momentos revelados no Apocalipse [Ap 6.1, 3, 5, 7; 7.11; 14.3; 19.4] nos remete à visão de Ezequiel [Ez 1.4-6] que os identifica como querubins [Ez 10.20-21]. Os querubins aparecem guardando a entrada do Éden após a queda do homem [Gn 3.24], eles aparecem no tabernáculo e no templo [Êx 36.35; 2Cr 3.7, 14] e dois querubins de ouro foram colocados em cima do propiciatório, a tampa de ouro da arca do concerto [Êx 25.18]. Em Sua glória, Deus é aquele que habita entre os querubins [1Sm 4.4; 2Sm 6.2; Is 37.16].

Subsídio do Professor: Stanley M. Horton: “Apesar de adorarem a Deus continuamente, cumprem de igual modo a sua vontade, e executam os seus julgamentos [Ap 6.1-2]. Portanto são seres reais, não simbólicos. Parece que representam não somente toda a criação diante de Deus, como os querubins que Ezequiel vira, mas são também os líderes de toda a criação. Eles falam a uma só voz quando adoram a Deus. Mas também individualmente [Ap 6.1, 3, 5, 7].”

2.3. As sete lâmpadas de fogo. João vê sete lâmpadas de fogo diante do trono e nos é dada, junto da visão, a sua identificação: as sete lâmpadas de fogo são os sete espíritos de Deus [Ap 4.5], que, como já estudamos na lição 2, fala da múltipla e perfeita operação do Espírito Santo 11.2]. A visão do Espírito como sete lâmpadas de fogo pode significar Sua capacidade de perscrutar, conhecer todas as coisas, expressando Sua onisciência e onipresença. Este conhecimento deve nos levar a uma vida de santidade e obediência à Palavra de Deus, tendo em vista que Deus abomina o pecado [1Jo 3.6].

Subsídio do Professor: Stanley M. Horton: “As sete lâmpadas de fogo são os “sete espíritos de Deus”, como o interpreta um dos anjos. Entretanto, podem representar os sete espíritos de Deus falados por Isaías [Is 11.2-3]. De qualquer forma, deixam João ciente de que o Espírito Santo estava, e está, presente no trono; falam também do Espírito Santo como um fogo consumidor, cheio de indignação santa contra todo o pecado. Veja Isaías 4.4, onde o Espírito de Deus é chamado de “Espírito de julgamento” e “espírito de ardor”. O Espírito Santo reprova os culpados e os chama para uma prestação de contas [Jo 16.8].”

EU ENSINEI QUE:

Quando foi arrebatado ao céu, João viu coisas inefáveis que nunca tinha visto.

3- NO TRONO

O apóstolo João, ao ser arrebatado, chega a um lugar onde há um trono “e um assentado sobre o trono” [Ap 4.2]. Deus, o soberano Senhor sobre todo universo, é visto em Seu esplendor, majestade e glória. Esta visão de Deus em Seu trono é um despertamento para que busquemos “as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus” [Cl 3.1]. Devemos nos manter firmes na fé em Cristo, como filhos de Deus, porque naquele dia, como Ele é, nós também O veremos [1Jo 3.2].

3.1. Como jaspe e sardônica. Duas pedras aparecem para definir a aparência de Deus, em Seu trono: “E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra de jaspe e de sardônica” [Ap 4.3]. Estas pedras falam do esplendor e beleza, da presença de Deus, já que são utilizadas para mostrar a glória e fulgor da nova Jerusalém [Ap 21.11, 18-20]. Porém, é interessante notar que, no Antigo Testamento, jaspe e sardônica aparecem no peitoral do juízo usado pelo sumo sacerdote no ofício sacerdotal [Êx 28.15-20]. O que indica que, além de majestoso e singular, este trono é também um trono de juízo.

Subsídio do Professor: O Novo Testamento comentado por William Barclay (Apocalipse) – p. 179: “Segundo H. B. Swete: “Evita rigorosamente os detalhes antropomórficos.” Descreve a Deus “no brilho de cores como de pedras preciosas”, mas nunca menciona aparências ou formas exteriores. A Bíblia vê muitas vezes a Deus como luz. As Epístolas Pastorais dizem que Deus mora na luz inacessível [1Tm 1.16]. Muito antes, o salmista já tinha falado de Deus, aquele que se cobre de luz como de uma roupagem [Sl 104.2]João vê sua visão em termos da luz que se desprende das pedras preciosas. Não sabemos que pedras eram exatamente, porque os antigos tinham nomes para as distintas gemas que não correspondem totalmente aos nomes modernos. Os três nomes que aparecem aqui são jaspe, cornalina e esmeralda. De uma coisa, pelo menos, podemos estar seguros: Estas pedras representam simbolicamente as mais preciosas de todas as pedras valorizadas por sua beleza radiante.”

3.2. Arco celeste. O arco de Deus aparece, pela primeira vez, como sinal da promessa de Deus de nunca mais destruir a terra com água [Gn 9.8-16]. Quando Noé e sua família saem da Arca, Deus estabelece Seu arco no céu como sinal permanente desta promessa. Assim como o arco celeste se estabeleceu como símbolo de esperança e restauração depois da destruição do dilúvio, o arco celeste aparece aqui novamente indicando que, mesmo com toda a destruição que está prestes a vir, haverá restauração e vida. Recordemos que “as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos” [Lm 3.22]. O arco ao redor do trono nos remete, também, ao texto de Hebreus 4.14-16: porque Nosso Senhor Jesus Cristo intercede por nós, é possível, junto ao trono, alcançar misericórdia e achar graça.

Subsídio do Professor: R. N. Champlin: “O arco-íris foi, originalmente, o sinal de um pacto, isto é, uma promessa de Deus ao homem, de que aterra não seria novamente destruída pela água. Assim sendo, o arco-íris do Apocalipse (em seu quarto capítulo) poderia ser sinal do novo pacto de Deus com o homem, por meio de Cristo, que a sua parousia dará maior cumprimento. O temporal da tribulação terá de anteceder esse acontecimento, pois o arco-íris veio após a grande tempestade do dilúvio.”

3.3. Semelhante a esmeralda. O arco celeste tem sete cores, mas o que João vê em volta do trono é totalmente diferente de qualquer arco-íris visto aqui na terra: “E o arco celeste estava ao redor do trono, e era semelhante à esmeralda.” [Ap 4.3]. A esmeralda, assim como as outras pedras citadas, também aparece no peitoral do sumo sacerdote [Êx 28.15-20]. É a pedra que representa ou corresponde à tribo de Judá, a tribo real. Mostrando a soberania e poder deste trono. Que visão gloriosa foi esta vista por João e revelada a nós!

Subsídio do Professor: R. N. Champlin: “No peitoral do sumo sacerdote, a esmeralda era a pedra de Judá, a tribo de onde viria o rei. Esse nome significa louvor, portanto, na vinda do rei, o cumpridor da promessa, teremos razão para louvar ao Senhor. Essa é a bendita esperança. Sua cor verde fala de vida. No contexto da promessa, isso aponta para a vida eterna.”

EU ENSINEI QUE:

A visão de Deus em Seu trono é um despertamento para que permaneçamos firmes na fé em Cristo, como filhos de Deus, porque naquele dia, como Ele é, nós também O veremos.

CONCLUSÃO

Vimos que, sendo o Apocalipse o livro do trono, devemos confiar em Deus, que cumprirá Suas promessas. Assim, a Igreja de Cristo vivenciará tudo o que Deus tem planejado para ela, pois Jesus Cristo voltará e arrebatará a Sua Igreja. Permaneçamos firmes mantendo nossos olhos em Cristo.

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