EBD Revista Editora Betel | 4° Trimestre De 2024 | TEMA: OS DEZ MANDAMENTOS – Estabelecendo Princípios e Valores Morais, Sociais e Espirituais Imutáveis para uma Vida Abençoada | Escola Biblica Dominical | Lição 03: Não farás para ti imagem de escultura – A Devoção e a Reverência ao Único e Verdadeiro Deus
TEXTO ÁUREO
“Porque te não inclinarás diante de outro deus; pois o nome do Senhor é Zeloso; Deus zeloso é ele.” Êxodo 34.14
VERDADE APLICADA
Idolatria não é apenas adorar uma imagem, mas representa tudo aquilo que pode ocupar o lugar de Deus em nossos corações.
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OBJETIVOS DA LIÇÃO
Explicar o segundo mandamento.
Expor os avisos e promessas do segundo mandamento.
Ressaltar os cuidados com os ídolos e com a idolatria.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
ÊXODO 20
4- Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
5- Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem.
6- E faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Êx 34.14 O Senhor é Zeloso.
TERÇA | Is 45.20 Imagem de escultura: deuses que não salvam.
QUARTA | Ez 16.38-43 A Justa Retribuição de Deus.
QUINTA l Mt 22.37 O dever de amar o Senhor de todo o coração.
SEXTA | Mt 23.32-36 Jesus censura os ,escribas e fariseus.
SÁBADO | 2 Co 4.3-4 A luz do evangelho da glória de Cristo.
HINOS SUGERIDOS: 173, 205, 227
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que nada ocupe o lugar de Deus em seu coração.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1- O segundo mandamento
2- Avisos e promessas
3- O cuidado com as imagens
Conclusão
INTRODUÇÃO
No primeiro mandamento, Deus exige exclusividade para aqueles que fazem parte de Sua aliança. Agora, no segundo mandamento, Ele ordena que os ídolos sejam banidos. Ele não divide Sua glória com ninguém [Is 42.8].
PONTO DE PARTIDA – Deus não divide Sua glória com ninguém.
1- O segundo mandamento
O primeiro mandamento estabelece a adoração somente a Deus e a mais ninguém. Já o segundo mandamento ordena adorar a Deus diretamente, sem mediação de qualquer objeto. Nele, Deus dá um basta na idolatria.
1.1. Entendendo o segundo mandamento. A diferença entre o primeiro e o segundo mandamento é que o primeiro nos fala de uma adoração ao Deus certo, ele nos chama a adorar o verdadeiro Deus e a rejeitar o “deus falso”. Já o segundo nos ensina a adorar o Deus certo do modo certo. Na verdade, o Deus Criador não pode ser comparado com ídolos feitos à semelhança de homens. Enquanto o primeiro mandamento nos ensina a adorar o Deus certo, o segundo mandamento nos estimula a rejeitar e nos proíbe de adorar os falsos deuses ou ao Senhor Deus de maneira falsa. O uso de imagens na prática litúrgica de adoração tende a estimular ou induzir as várias formas de politeísmo. Deus nos deu uma maneira certa de adorá-lo. Para Deus importa tanto a forma de adorar quanto a quem adorar. Não podemos adorá-lo de qualquer forma [Dt 12.1-4).
R. Alan Cole (Êxodo – Introdução e comentário, Vida Nova, 1980, p. 150) comenta sobre a proibição do uso de imagens: ”Para o israelita, o homem fora criado à imagem de Deus, à Sua semelhança [Gn 1.26], mas isso não significava enfaticamente que Deus fosse igual ao homem [Is 55.9]. A localização e materialização de Deus também era outro perigo inerente à idolatria. Mesmo Israel, em dias futuros, viria a crer que a presença de Deus estava localizada e ,contida na arca ou no templo; quanto mais o teriam feito se tivesse existido uma imagem? Em Deuteronômio 4.12, a razão apresentada é o fato de que no Sinai Israel não vira qualquer forma ou semelhança: o povo havia apenas ouvido a voz de Deus. A isso corresponde o papel dominante exercido ao longo de toda a história da fé israelita pela “palavra de YHWH”, falada ou escrita”.
1.2. A proibição do mandamento. A ordenança era simples: Não fazer imagens de escultura [Êx 20.4a]. E o que era um ídolo? Era uma arte criada com ferramentas, moldada por mãos humanas e esculpida em madeira, pedra ou metal como sendo a representação de algum ser divino [Lv 26.1; Is 45.20; Na 1.14]. O segundo mandamento não rejeita a arte de inventar coisas, rejeita o ato de fazê-las para que sirvam de objeto de adoração. Quase todos os deuses do Egito eram apresentados em forma de animais. O deus Anúbis tinha corpo de homem e cabeça de chacal; o deus Seth tinha corpo de homem com a cabeça de um cão de orelhas alongadas e cauda ereta; o deus Hórus tinha a cabeça de falcão e assim por diante. O mandamento informa os tipos de ídolos que Deus proíbe: nada no céu; nada na terra, nada no mar. Logo em seguida vemos mais proibições (encurvar e servir – v. 5) e o porquê: “ … porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso”.
As palavras ordenadas pela boca de Deus no Sinai ainda nos assustam em nossos dias. Os ídolos de nosso século podem ser diferentes dos artefatos da antiguidade. Não temos hoje o bezerro de ouro, mas a cobiça por fama, dinheiro e sucesso se tornaram os ídolos de nossa geração. A sociedade vigente oferece uma miríade de coisas atrativas, e não importa a que ídolo nos curvemos, o resultado será sempre o mesmo: a separação do verdadeiro Deus [1Jo 5.20-21].
1.3. A explicação do mandamento. Deus se recusou a ser representado pela imagem de qualquer coisa existente na criação. Mesmo assim, Ele declara uma razão para tal regra: o amor [Êx 20.5]. Deus proíbe a idolatria porque é um Deus zeloso e ciumento. Quando retratamos o zelo divino, não o comparamos com um sentimento doentio, invejoso, ou que deseja obter algo que não lhe pertence. Falamos de um zelo santo, que protege sua possessão. É como o amor de um marido que ama intensamente sua esposa e não suportaria vê-la nos braços de outro homem [Êx 34.14). O que Ele tão zelosamente protege nesse mandamento é a honra de Seu amor. Como Salvador, Ele tem o direito de exigir como o adoremos. Assim como nos ama, Ele não deseja que a qualidade de Seu amor por nós seja desprezada [Dt 7.6-8; Ez 16.38-43].
Este zelo divino reflete a natureza profunda e exclusiva do relacionamento que Deus deseja ter conosco. Deus nos ama com um amor intenso e inabalável, e esse amor se manifesta em Seu desejo de nos manter afastados da idolatria e nos atrair para Si. Ele nos chama a uma devoção exclusiva pois sabe que só Ele pode satisfazer nossas necessidades mais profundas. O zelo de Deus também é protetor. Ele nos guarda dos perigos espirituais que a idolatria traz, conforme visto em Isaías 42.8: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome! Não darei a outro a minha glória, nem a imagens o meu louvor. Este versículo destaca a exclusividade da glória de Deus e Sua determinação em manter Seu povo fiel Portanto, ao entender o zelo de Deus, vemos um reflexo de Seu amor protetor e santo, chamando-nos a viver em plena fidelidade e adoração a Ele.
EU ENSINEI QUE:
O segundo mandamento ordena adorar a Deus diretamente, sem mediação de qualquer objeto.
2- Avisos e promessas
É preciso cuidado na exposição de Êxodo 20.5-6 no que concerne à palavra de Deus sobre “visito a maldade dos pais nos filhos” e “faço misericórdia” pois há os que fazem uso destes e outros textos para respaldar e defender a ideia de “maldição hereditária”, criando confusão, principalmente em pessoas que não valorizam o estudo contínuo e sistemático da Palavra de Deus.
2.1. A iniquidade dos pais nos filhos. Conforme o Dicionário Hebraico de Strong, “maldade” em Êxodo 20.5 é uma das principais expressões no Antigo Testamento para indicar pecado. Esta expressão aponta para a ideia de desvio ou depravação intencional. Ou seja, o Senhor Deus está falando sobre aqueles que conhecem a Sua vontade que estava sendo revelada, mas se recusam a viver de acordo com ela. Tais pessoas serão alcançadas pelo juízo de Deus. Assim como as próximas gerações, caso compartilhem dos pecados de seus antepassados. Notar o final do versículo 5; “que me aborrecem”. Portanto, o texto está enfatizando a durabilidade do juízo divino enquanto permanecer as práticas abomináveis as transgressões da lei Evidente que há decisões, comportamentos e modo de vida dos pais que podem resultar em consequências na vida dos filhos. Mas não significa que estes filhos estão debaixo de maldição. Vide Ezequiel 18 – Deus não condena o filho por causa do erro do pai e nem o pai por causa do filho [Dt 24.16; 2 Rs 14.6].
Na Bíblia de Estudo Defesa da Fé (2010, p. 133) encontramos o comentário sobre ,Êxodo 20.5; “Nesse versículo, Deus sugere que uma razão pela qual devemos obedecer a Ele é o bem-estar de nossos filhos, netos e bisnetos. Como pequenas ondas que se espalham por uma superfície de águas calmas, os nossos atos produzem consequências para as gerações futuras. Nós podemos criar ondas de dificuldades ou de bênçãos (v.6), conforme as escolhas que fizermos”.
2.2. A bênção para os que guardam os mandamentos. Assim como o juízo divino viria sobre os que se recusam a viver segundo a vontade de Deus revelada, também o Senhor Deus promete agir com bondade e misericórdia para com os que O amam e obedecem [Êx 20.6). Estas expressões – amar e obedecer – nos remetem às palavras que Nosso Senhor Jesus Cristo proferiu pouco antes da crucificação aos Seus discípulos. Ou seja, aquele que verdadeiramente O ama é o que aceita ou tem os Seus mandamentos e os guarda ( ou obedece) – João 14.21. O apóstolo João escreveu que “este é o amor: que andemos em obediência aos seus mandamentos” [2Jo 6). Interessante notarmos a extensão ilimitada do amor de Deus expressa nos termos “em milhares” (“por milhares de gerações” – NTLH) em contraste com a durabilidade do juízo expressa no versículo 5: “até à terceira e quarta geração”.
R. Alan Cole (Êxodo – Introdução e comentário, Vida Nova, 1980, p. 150-151) comenta sobre Êxodo 20.6: “No hebraico, hesed, uma palavra característica da aliança (cuja tradução mais exata seria, “amor leal”). Pelos padrões semitas de linguagem, a ênfase da frase está na segunda parte . .f! verdade: que Deus punirá os que não se conformam à Sua vontade, mas o aspecto negativo é apenas a moldura para o aspecto positivo. Mais uma vez, o teste do amor é “guardar os meus mandamentos demonstrando ainda mais claramente a Israel que amor/ódio é mais atitude e atividade do que simples emoção. A palavra milhares é usada vagamente, como “miríades” em português, para indicar a extensão ilimitada da misericórdia demonstrada por Deus”.
2.3. Deus quer ser ouvido, não visto. Vivemos um tempo em que as pessoas para serem levadas a acreditar em Deus necessitam de um veículo de fé. Deus não se revelou no Sinai de maneira visível, mas audível [Dt 4.15-16]. Estudiosos acreditam que a imagem pode ser uma distração em termos de adoração e que precisamos ter mais cuidado em ouvirmos mais a palavra. O ponto central do pensamento pagão era fazer ídolos para poder controlar os deuses. Esse pensamento não difere muito de nosso tempo, porque a espiritualidade contemporânea age do mesmo jeito. As pessoas não se comprometem com Deus e com Sua Palavra. Elas querem uma forma fácil de servir, querem um “deus”, mais amigável, um deus que pode ser adaptável aos seus propósitos. Um deus que atende aos pedidos quando é solicitado [Dt 6.5; Mt 22.37].
É muito comum as pessoas interpretarem Deus como sendo apenas amor e nunca fogo consumidor. Outros já afirmam categoricamente que Deus conhece seus corações, e isto é claro na Bíblia. mas não justifica viver uma vida sem o conhecimento da Palavra e apenas tendo a Deus como um serviçal Com o passar do tempo, criamos uma religião que apresenta um “deus” diferente para cada tipo de cristão, um “deus” diferente até mesmo do “Deus” da Escritura [Os 63; Mt 22.29].
EU ENSINEI QUE:
A misericórdia de Deus dura para sempre
3- O cuidado com as imagens
Deus proibiu imagens de todo o tipo. Isso é uma ordem. Ele não criou esse mandamento apenas por exclusividade, mas com a finalidade de cuidar daqueles que são Seus.
3.1. Fugindo da idolatria. A forma primitiva certamente dizia: “Você não fará uma imagem esculpida”. Todos os povos têm tendência a isso. Mas Deus não pode ser fixado, localizado, limitado por uma representação. A imagem tem o objetivo de conduzir ao que ela representa, mas também tem o perigo de substituir a “meta divina” pelo próprio objeto antes que o encontro com Deus seja alcançado [1Co 10.14, 19 -21]. O ser humano, rapidamente satisfeito com o que é visível e palpável, corre o risco de não ir além das aparências, do visível, do físico, do que pode ser verificado pelos sentidos da visão etc. A imagem tem um poder de captura quase mágico da pessoa, por isso pode facilmente tornar-se um ídolo, isto é, uma representação que ocupa o lugar que pertence exclusivamente a Deus, o Senhor da história e da liberdade [Is 45.15].
Já vimos em toda a história como as imagens podem ser nocivas à vida espiritual das pessoas. As religiões do mundo que crescem a cada momento são uma prova poderosa do poder das imagens. Deus tem sempre razão quando diz não, e, nesse caso, Ele o faz como prevenção porque conhece o nosso amanhã [Is 46.9-10]. A adoração de ídolos não só afastou os israelitas do Deus vivo e verdadeiro, mas também abriu a porta a todos os tipos de outros pecados, inclusive a prostituição no templo, orgias e até mesmo o sacrifício de crianças.
3.2. A idolatria da mente. Nem todas as imagens falsas de Deus estão apenas nos templos; elas também existem nas mentes e corações de homens incrédulos. Frases como as seguintes são frequentemente ouvidas: “Gosto de pensar em Deus como ‘o grande arquiteto ou artista’ ou ‘não penso em Deus como um juiz, mas apenas como um pai amoroso”: É importante apontar que aqueles que se sentem livres para pensar em Deus como quiserem também estão quebrando o segundo mandamento. Não temos o direito de pensar em Deus como quisermos. A triste realidade é que todos aqueles que não conhecem o verdadeiro Deus fabricam ou inventam um falso Deus em suas mentes. O mundo está cheio de pessoas que têm ideias falsas sobre Deus, e isso ocorre porque elas se recusam a acreditar no que Deus tem dito acerca de si mesmo em Sua Palavra.
Quando Deus deu a Sua Lei para a humanidade, Ele começou com uma declaração de quem é [Êx 20.2]. Como podemos servir corretamente a um Deus que não conhecemos? É por esse motivo que muitas pessoas fabricam um “deus” segundo suas mentes, porque entendem que por Deus ser bom e amoroso, deverá aceitá-los da forma que são. Assim fabricam um deus sem juízo do inferno, que existe apenas para satisfazer seus caprichos e desejos, no deus de bolso que tem que se submeter ao suposto livre-arbítrio dos homens.
3.3. A imagem que Deus aceita. A mente finita natural não tem como entender ou captar a grandeza das coisas que Deus realiza [1 Co 2.14]. Quando Deus criou todas as coisas, fez homens e mulheres à Sua imagem [Gn 1.26-27]. Aqui está o porquê de Deus rejeitar a imagem. Ele já tem Sua imagem e somos nós. Nós não temos permissão para fazermos imagens que representam a Deus. Afinal o próprio já criou à Sua imagem e semelhança. Nossa presença na terra já é um testemunho do poder e da glória do Criador: O pecado mas a perfeita obra redentora de Jesus restaura [Rm 8.129; 1Co 15.49].
Cada um de nós tem em si o meio de fabricar imagens: a imaginação! Todos podem fazer um deus à sua imagem e semelhança.! E como vamos fugir disso? Andando em Espírito [Gl 5.16,25]. O fim do Evangelho é nos tornarmos semelhantes a Ele, esse é um trabalho diário, que a cada instante vai nos moldando até que alcancemos tal estatura. Se fizemos tudo e não nos tornamos parecidos com Cristo, então algo errado aconteceu e perdemos o verdadeiro foco da salvação oferecida por Jesus Cristo [2 Co 3.18; 1Jo 3.2].
EU ENSINEI QUE:
Deus proibiu imagens de todo o tipo.
CONCLUSÃO
Existem princípios que jamais devem ser esquecidos ou quebrados, eles podem determinar tanto a bênção quanto a maldição em nossas vidas. Assim é o segundo mandamento.
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