Lição 04: Confrontando a Nossa Natureza | EBD | 1° Trimestre De 2021

EBD | 1° Trimestre De 2021 | CPAD – Adolescentes – Tema do Trimestre: Aprendendo com as Cartas | Lição 04: Confrontando a Nossa Natureza

Objetivos

1- Conscientizá-los sobre a permanente luto entre a carne e o Espírito;

2- Descrever os resultados de uma vida dominada tanto pela carne quanto pelo Espírito;

3- Convocá-los a uma vida frutífera diante de Deus e dos homens,

TEXTO BÍBLICO

Gálatas 5:16-26

16 – Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.

17 – Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.

18 – Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.

19 – Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia,

20 – Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,

21 – Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.

22 – Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.

23 – Contra estas coisas não há lei.

24 – E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.

25 – Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.

26 – Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.

Destaque

“Porque o que a nossa natureza humana quer é contra o que o Espirito quer, e o que o Espírito quer é contra o que a natureza humana quer. Os dois são inimigos, e por isso vocês não podem fazer o que vocês querem.” (Gl 5.17)

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LEITURA DEVOCIONAL

Segunda – Lc 6.43-45

Terça – Jo 15.16

Quarta – Rm 8.12,13

Quinta – Ef 4.17-24

Sexta – Cl 3.1-3, 5-11

Sábado – Gl 5.16

Domingo – Rm 13.13,14

Material Didático

Professor, para a aula de hoje, você precisará de dois corações grandes de cartolina vermelha, 24 tiras de papel contendo uma das 15 obras da carne e uma das nove virtudes ao Fruto do Espírito, bem como um saco plástico.

QUEBRANDO A ROTINA

Caro professor, ao introduzir o segundo tópico da lição, sugerimos que você faça dois grandes corações de cartolina vermelha. Em seguida, divida a classe em dois grupos e distribua um coração para cada grupo. O grupo 1 representará a natureza humana caída dominada pelo pecado e o grupo 2, a nova natureza humana restaurada e guiada pelo Espírito Santo. Peça aos alunos que peguem dentro do saco apenas as características que representam a natureza do coração que possuem em mãos; caso peguem diferentes características, que devolvam ao saco.

Após colorem as características dentro do coração e terminarem a dinâmica, explique-os que podemos produzir obras da carne ou Fruto do Espírito, dependendo de quem terá o controle de nossa vida. Estimule-os a andarem no Espírito para que vençam a carne e que produza neles o fruto digno do arrependimento.

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ESTUDANDO A BÍBLIA

Não podemos nos esquecer de que os seres humanos são produto tanto da Criação como da Queda; embora criados à imagem e semelhança de Deus, fomos deformados pelo pecado. Depois que o pecado entrou no mundo nunca mais fomos os mesmos. Agora, a criatura vive em conflito com o Criador, com seus semelhantes e o restante da Criação; vive segundo sua natureza pecaminosa.

Somente a ação poderosa do Espírito Santo no interior do ser humano pecaminoso é capaz de transformá-lo em nova criatura e conduzi-lo à liberdade plena para uma vida frutífera.

O confronto com a nossa natureza

Todos nós passamos da condição de inimigos para amigos de Deus por meio da graça revelada em Jesus Cristo no Calvário. Entretanto, apesar desta nova condição desfrutada a partir do novo nascimento (Jo 3.3-8; Gl 3.2; 4.29), ainda que perdoados, purificados e habitados pelo Espírito Santo, não deixamos de hospedar, dentro de nós, uma fera chamada “carne”.

Tal expressão, no capitulo 5 de Gálatas, sobre a qual iremos refletir, não guarda nenhuma relação com aquilo que envolve o nosso esqueleto, ou o corpo, mas sim com a natureza pecaminosa que herdamos de nossos primeiros pais, Adão e Eva, quando resolveram desobedecer ao Criador (Gn 3).

A partir desse raciocínio Paulo diz que diariamente, em nós, ocorre um conflito, uma luta, uma ferrenha oposição entre nossa velha natureza (carne) e o Espírito Santo, pelo qual recebemos essa nova natureza por intermédio do novo nascimento (Gl 5.17).

Como solução do conflito entre a carne e o Espírito que ocorre em nosso interior, a Bíblia nos convida a lutar contra a carne, mas entregando totalmente o controle da nossa vida ao Espírito Santo, a fim de que Ele, que é capaz de efetuar em nós a verdadeira justiça que vem pela , nos ajude a combater efetivamente os desejos de nossa natureza pecaminosa, a qual conspira diuturnamente contra Ele e, conseguintemente, a nossa santidade (5.1,16-25).

Ora, o Espírito Santo não é uma influência ou força ativa; Ele é uma pessoa divina, assim como o Pai e o Filho. De maneira que se o Filho, na cruz, pagou o preço pelos nossos pecados como parte do plano que o Pai nos planejou, é o Espírito Santo que aplica isso à nossa vida quando nos submetemos a Ele.

Somente pelo e no Espírito somos fortalecidos e podemos vencer o carne. Não abra mão de viver uma vida cheia do Espírito Santo. Não temos nada a perder, muito pelo contrário, com o Espírito e em sua força somos mais que vencedores. Ande no Espírito!

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AUXÍLIO TEOLÓGICO

“Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne ” (Gl 5.16-18). O motivo de sermos verdadeiramente livres não é o fato do nosso passado ter sido mudado, ou o fato dos nossos sentimentos atuais terem mudado. Ainda podemos nos sentir inadequados, inseguros, hesitantes, e com medo. Nós somos livres porque Deus nos deu o seu Espírito Santo. O Espírito de Deus em nosso interior nos capacita. Liberdade não significa uma vida sem conflitos, significa a possibilidade de viver sem experimentar derrotas!

As nossas fraquezas não precisam nos arrastar para baixo, o nosso passado não mais nos incapacita. O Espírito Santo está ao nosso lado na guerra contra os desejos da nossa natureza pecadora. Nós não olhamos mais para a Lei, e lutamos. Olhamos para o Espírito Santo, confiamos nEle, e fazemos o que é certo” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.848).

Fruto do Espírito X Obras da Carne

Dando sequência em seu argumento, Paulo fala de dois tipos de comportamentos possíveis produzidos pelas respectivas naturezas quando assumem o controle de nossas vidas, a saber:

1. Obras da Carne (vv. 19-21).

As obras da natureza humana caída, embora invisíveis, são conhecidas por todos: “As coisas que a natureza humana produz são bem conhecidas” (Gl 5.19). Ainda que não exaustiva, o apóstolo relaciona, em uma lista, quinze práticas que demonstram uma vida controlada pelos desejos humanos pecaminosos, conhecidas como obras da carne. Tais obras, segundo o pastor John Stott, abrangem pelo menos quatro áreas da vida humana:

1) área do sexo: imoralidade sexual, impureza e ações indecentes; 2) área da religião: Adoração de ídolos, feitiçarias; 3) área social: inimizades, brigas, ciumeiras, acessos de raiva, ambição egoísta, desunião, divisões, invejas; e 4) área da alimentação: bebedeiras e farras.

Paulo deixa evidente que aqueles que escolhem viver suas vidas debaixo do domínio da natureza pecaminosa, produzindo suas más obras, recebem uma dura advertência: “[…] não receberão o Reino de Deus” (v.2l).

2. Fruto do Espírito (vv.22,23).

A nova natureza que recebemos com o novo nascimento marca uma maneira completamente diferente de vivermos, que é permitir o Espírito de Deus dirigir nossa vida (vv.16,18). Agora, como bem afirmou Paulo, “já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim” (2.20). Ou seja, aqueles que andam no Espírito têm sua carne controlada, mortificada diariamente, e neles o Espírito produz o que o apóstolo chamou de “fruto”.

Na carta, o “fruto do Espírito” apresenta nove virtudes que descrevem a atitude do cristão para com Deus, consigo mesmo e com próximo:

1) Atitudes relacionadas a Deus: amor, alegria, paz; 2) Atitudes relacionadas ao próximo: paciência, delicadeza, bondade; 3) Atitudes relacionadas com o indivíduo: fidelidade, humildade, domínio próprio. Aqueles que andam no Espírito e manifestam visivelmente seu fruto, o apóstolo ratifica: “Contra essas coisas não existe lei” (v.23).

Não se esqueça, sua nova natureza tem sede de comunhão com Deus e de uma vida santa. Porém, sua velha natureza anseia pelos perversos desejos pecaminosos.

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AUXÍLIO TEOLÓGICO

A vida pelo Espírito’ (5.13-26)

[…] Deus não nos libertou da Lei para que pudéssemos nos comportar de maneira ilegal, mas para que ao confiarmos completamente no Espírito, Ele pudesse transformar nosso interior. […] A primeira lista contém quatro categorias distintas de atos da carne. Cada uma delas é um comportamento, um ato público e não uma característica de personalidade… Em contraste, a lista que Paulo fornece do Fruto produzido pelo Espírito não inclui nenhum ato nem comportamento específico!

Tudo nesta lista é interior, uma qualidade de caráter. Por que Paulo não faz estas duas listas estritamente correspondentes e contrasta as ações devotas com as ações pecadoras, ou contrasta as características devotas da personalidade com as pecaminosas? Quem sabe a melhor explicação é que a Lei, que os judaizantes tanto elogiavam, lida somente com o exterior em sua abordagem à justiça. Ela está relacionada com o que uma pessoa faz, e não com o que a pessoa é… Na melhor hipótese, o que fazemos é apenas um reflexo do que somos.

A maneira de se produzir justiça é fazer uma mudança interior para que a pessoa torne-se realmente amorosa e boa” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.414).

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A manifestação do Fruto do Espírito

O fruto do Espírito se manifesta em nossas vidas por meio das obras. Não há como negar que nossas atitudes falam mais alto que as palavras. Foi o próprio Jesus quem disse que as pessoas são conhecidas ou reveladas pela qualidade dos frutos que produzem, pois “a árvore boa não dá frutas ruins, assim como a árvore que não presta não dá frutas boas” (Lc 6,43).

Ou seja, assim como a mangueira não pode produzir nada diferente de manga, igualmente o ser humano descomprometido com Deus — que rejeitou Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor — não pode produzir nada além de obras que manifestam os desejos pecaminosos escondidos em seu coração.

O fruto que o Espírito Santo produz em nós não é produzido para ser apenas admirado ou usado como adereço, ou ainda, publicado como troféu nas redes sociais, a fim de ser compartilhado e curtido. Mas para ser oferecido como alimento às pessoas carentes da graça de Deus que estão ao nosso redor, pois elas estão famintas e sedentas de amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio.

Jesus é a videira verdadeira e nós os galhos, enquanto estivermos ligados nEle, o Espírito Santo produzirá belos e saborosas frutos em nós (Jo 15), pois o próprio Cristo disse “não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, fui eu que os escolhi para que vão e deem fruto e que esse fruto não se perca. Isso a fim de que o Pai lhes dê tudo o que pedirem em meu nome” (Jo 15.16).

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AUXÍLIO TEOLÓGICO

O Relacionamento entre os Dons e o Fruto. Qual o relacionamento entre os dons e o Fruto do Espírito? O Fruto tem a ver com o crescimento e o caráter; o modo da vida é o teste fundamental da autenticidade. O Fruto, em Gálatas 5.22,23, consiste nas “nove graças que perfazem o Fruto do Espírito — o modo de vida dos que são revestidos pelo poder do Espírito que neles habita”. Jesus disse: “Por seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16-20); ver também Lc 6.43-45).

Os aspectos do Fruto estão entrelaçados de modo delicado nas três passagens que falam dos dons. Tanto em Gálatas quanto nos textos que definem os dons, as qualidades do Fruto fluem horizontalmente entre si no ministério (1 Co 13; Rm 12.9,10; Ef 4.2). O tema principal de Gálatas não é a justificação pela fé, embora pareça predominar. O fato é que o propósito da justificação pela fé é o andar no Espírito. A mesma ênfase no andar (ouvida) no Espírito prevalece nas lições às igrejas na Ásia Menor (Éfeso), na Acaia (Corinto) e na Itália (Roma)” (HORTON, Stanley M. ed. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.488).

Recapitulando

Nós cristãos vivemos uma luta interna permanente. A carne e o Espírito lutam pelo controle de nossa vida. A carne ao dominar o ser humano produz obras perversas. Em contrapartida, o Espírito ao assumir o controle de nossa vida produz em nós amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio.

Devemos assumir um compromisso diante de Deus e dos homens de sermos adolescentes guiados pelo Espírito Santo, pois assim seremos capazes de influenciar uma geração perversa e rebelde. Somente pelo Espírito somos capazes de vencer a carne e frutificar em toda boa obra. Jesus disse: “sem mim vocês não podem fazer nada” (Jo 15.5). Viva pelo Espírito. Ande no Espírito.

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RECAPITULANDO

1. Como é possível vencer a natureza pecaminosa? Somente pelo e no Espírito somos fortalecidos e vitoriosos sobre ela.

2. Quando o apóstolo Paulo refere-se à “carne”, ele tem em mente o nosso corpo físico? Não. Ele tem em mente a natureza humana caída.

3. Onde e como podemos manifestar o fruto do Espírito? O fruto do Espírito se manifesta em nossas vidas por meio de nossas obras, palavras e ações concretas.