Lição 05: Confirmando o Concerto EBD | 2° Trimestre De 2020 – Tempo de Conquistas – Fé e Obediência no Livro de Josué CPAD – Jovens – Escola Dominical
Interação
Todas as lições dessa revista possuem um elo que as une, pois tratam de temas sequenciais do livro de Josué. Dessa maneira é confuso para um aluno compreender a lição atual se ele não tiver conhecimento das anteriores. Se ficarem muito calados durante a aula, procure mobilizá- -los, estimulando a perguntarem, opinarem, etc.
Sempre motive os alunos para que não faltem à próxima aula e para que convidem os que estão mais ausentes. Essas lições são importantíssimas para o crescimento cristão, pois trazem valiosas orientações que se adéquam ao nosso dia a dia moderno, pois retratam, como sombras do passado, a conduta do povo de Deus que propiciou a conquista da Terra Prometida!
Objetivos da Lição é :
Explicar o significado da circuncisão para os hebreus;
Expor os episódios fundamentais acontecidos no arraial montado em Gilgal, um lugar marcante para a história do povo hebreu;
Mostrar como surgiu a Páscoa e qual o seu simbolismo.
Texto do dia: “Ao qual nossos pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram e, em seu coração, se tornaram ao Egito.” (At 7.39)
Síntese: Deus firmou um concerto conosco mediante a nossa fé em seu Filho Jesus Cristo.
Agenda de Leitura Diaria
Seg – Gn 9.8,9 Deus fez aliança com Noé
Ter – Gn 15.18 Deus faz aliança com Abraão
Qua – Êx 2.24 Deus se lembra da aliança com os patriarcas
Qui – Êx 24.4-8 O livro da aliança deve ser lido
Sex – Dt 4.23 O povo de Deus não deve esquecer-se da aliança
Sáb – Hb 12.24 Jesus, o Mediador de uma nova aliança
Texto Bíblico
Josué 5.2-12
2 Naquele tempo, disse o SENHOR a Josué: Faze facas de pedra e torna a circuncidar os filhos de Israel.
3 Então, Josué fez para si facas de pedra e circuncidou aos filhos de Israel em Gibeate-Haralote.
4 E foi esta a causa por que Josué os circuncidou: todo o povo que tinha saído do Egito, os varões, todos os homens de guerra, eram já mortos no deserto, pelo caminho, depois que saíram do Egito.
5 Porque todo o povo que saíra estava circuncidado, mas a nenhum do povo que nascera no deserto, pelo caminho, depois de terem saído do Egito, haviam circuncidado.
6 Porque quarenta anos andaram os filhos de Israel pelo deserto, até se acabar toda a nação, os homens de guerra, que saíram do Egito, que não obedeceram à voz do SENHOR, aos quais o SENHOR tinha jurado que lhes não havia de deixar ver a terra que o SENHOR jurara a seus pais dar-nos, terra que mana leite e mel.
7 Porém, em seu lugar, pôs a seus filhos; a estes Josué circuncidou, porquanto estavam incircuncisos, porque os não circuncidaram no caminho.
8 E aconteceu que, acabando de circuncidar toda a nação, ficaram no seu lugar no arraial, até que sararam.
9 Disse mais o SENHOR a Josué: Hoje, revolvi de sobre vós o opróbrio do Egito; pelo que o nome daquele lugar se chamou Gilgal, até ao dia de hoje.
10 Estando, pois, os filhos de Israel alojados em Gilgal, celebraram a Páscoa no dia catorze do mês, à tarde, nas campinas de Jericó.
11 E comeram do trigo da terra, do ano antecedente, ao outro dia depois da Páscoa; pães asmos e espigas tostadas comeram no mesmo dia.
12 E cessou o maná no dia seguinte, depois que comeram do trigo da terra, do ano antecedente, e os filhos de Israel não tiveram mais maná; porém, no mesmo ano, comeram das novidades da terra de Canaã.
Orientação Pedagógica
Nesta lição estudaremos dois temas importantes no Antigo Testamento: A circuncisão e a Páscoa. Então, para apresentar melhor os assuntos, reproduza o quadro abaixo, mostrando o ensino teológico correto e o que diz o conhecimento popular.
Introdução
Deus chamou o patriarca Abrão e fez com ele uma aliança. Para cumprir a sua parte, como forma de aceitação do concerto, Abrão deveria comprometer-se com a prática da circuncisão, em todos os homens de sua casa. Ele aceitou o desafio e muito tempo depois, às vésperas do êxodo, o Senhor estabeleceu a festa da Páscoa, a qual foi celebrada duas vezes: na saída do Egito e no deserto do Sinai (Nm 9). O Senhor estava ensinando seu povo sobre a obediência e a devoção.
O Todo-Poderoso lhes dava mantimento, conforto, proteção, porém requeria deles (como requer da Igreja) uma atitude de fé. Mas, ao contrário, eles rebelaram-se contra o Senhor. Em face disso, Deus tirou- -lhes o privilégio da celebração da Páscoa e admitiu a não circuncisão do restante do povo, até o dia em que puseram os pés em Canaã.
Nesse instante, Deus determinou uma nova circuncisão e a comemoração da Páscoa. Uma nova etapa da vida deles estava chegando e, por isso, precisavam manter a intimidade com Deus, confirmando a parte deles na aliança.
I – CIRCUNCISÃO, UM PACTO DE DEUS COM OS HEBREUS
1. A aceitação do pacto abraâmico. A circuncisão é a retirada do prepúcio do órgão sexual masculino. Entretanto, muito mais do que uma conduta de saúde pública, a circuncisão aqui estudada era praticada em forma de ritual pelos hebreus, e trazia em seu conteúdo não a concretização de uma aliança, mas a “resposta humana” ao concerto firmado pelo Senhor com o patriarca Abraão (Gn 17.9-14).
Era, portanto, um ato de obediência e fé (Dt 10.16; Jr 4.4), que deixava uma marca na carne capaz de distinguir os israelitas dos demais povos. A circuncisão era realizada com uma faca de pedra (Js 5.2), embora naquele tempo já existissem instrumentos de bronze, mas não de ferro, haja vista vivessem no final da Idade do Bronze.
2. Uma marca de Deus. A circuncisão produzia uma marca de autoridade e comunhão, por demonstrar que Deus aceitava uma alma para adorá-lo. Isso era tão relevante que Moisés e sua esposa tiveram um grave incidente com o Senhor, o qual tencionava matá-lo pelo fato de seu filho não ser circuncidado (Êx 4.24-26).
É triste notar que a geração que saiu do Egito, não obstante circuncidada na carne, não tinha o coração e os lábios circuncidados (Êx 6.12; Lv 26.41), por isso morreram no deserto. Esse era o grande desafio da geração do eisodus (e da nossa também): Ser obediente a Deus em tudo, não apenas na aparência, mas no homem interior.
3. Uma marca que era um requisito para ser guerreiro. A circuncisão era um requisito para se comer a Páscoa (Êx 12.44,48), bem como para tornar-se guerreiro. Ele não poderia lutar as guerras do Senhor sem antes ser submetido ao ritual. Em Gênesis 17.14, Deus disse que os não circuncidados deveriam ser exterminados do povo. A circuncisão para um guerreiro soava com uma verdadeira proteção, que trazia a garantia da aliança abraâmica com Deus.
Eis por que Davi, no confronto com Golias, insultou-o duas vezes chamando-o de incircunciso (1Sm 17.26,36). Aquele jovem pastor de ovelhas conhecia muito bem o Deus de Israel, e pela ação de uma “pedra” lançada por ele, o incircunciso gigante veio ao chão. Nas nossas pelejas, a única segurança que trazemos conosco é a obediência a Deus, pois a estratégia e perícia humanas, sem a aprovação do Senhor, para nada servirá.
Pense! Por qual razão Deus permitiu que a geração que entraria em Canaã ficasse um longo período sem ser circuncidada, no deserto?
Ponto Importante Deus não queria somente a circuncisão do prepúcio, mas a do coração.
II – UM LUGAR CHAMADO GILGAL
1. Lugar de aliança (v. 8,9). Gilgal foi o local da renovação da aliança com o Senhor, onde havia uma ambiência de comunhão com Deus e unidade de propósitos entre os israelitas. O doloroso ato da circuncisão, em uma população adulta, foi algo difícil, a ponto de terem de ficar retidos no mesmo lugar até sararem (v. 8). Em Gilgal, os israelitas foram restaurados, pois o opróbrio do Egito foi ali retirado (v. 9).
2. Lugar de exaltação. O Senhor disse que estava revolvendo, naquele dia, o opróbrio do Egito (v. 9), elevando o povo a um patamar de excelência diante dEle. Não se tratava, obviamente, do opróbrio da escravidão imposta pelos egípcios, nem dizia respeito aos vexames e escárnios que os israelitas suportaram ou mesmo pelas condições degradantes em que viviam. A vergonha, o vexame e a desgraça eram devido às atitudes pecaminosas dos hebreus diante de Deus durante a caminhada pelo deserto.
A murmuração, a dureza de coração e o pecado fizeram com que milhares morressem no deserto. Deus removeu o opróbrio em Gilgal, e restabeleceu a dignidade, ponto de partida para um novo capítulo na história do seu povo. O fato de os hebreus submeterem-se novamente ao Senhor enquanto nação, aceitando serem circuncidados, pela fé, fez com que eles fossem reinseridos no pacto espiritual.
3. Lugar de prosperidade. O povo de Israel andou de acampamento em acampamento por 40 anos em um deserto inóspito, no qual não havia água. Agora, após transpor o Jordão, os hebreus armaram em Gilgal seu primeiro arraial em Canaã, onde não há registro de falta de água e nem de comida. Há um tempo, na vida do servo de Deus, que as coisas são difíceis, como aconteceu na caminhada pelo deserto.
Nesse caso, é preciso ter paciência e aguardar o fim do deserto. Entretanto, depois de renovada a aliança com Deus, o tempo da Terra Prometida chegou. Nos dias de abundância e fartura, a dependência de Deus ainda é necessária. Antes, o povo era saciado com água saída da rocha, mas agora beberiam da “chuva dos céus” (Dt 11.11,12).
Pense! Por que Deus permitiu ao povo passar 40 anos no deserto? Não foi tempo demais?
Ponto Importante O deserto foi uma escola, na qual os hebreus aprenderam os estatutos de Deus (Sl 119.71).
III – A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA
1. A primeira Páscoa. Foi estabelecida por Deus sob a orientação de Moisés (Êx 12.1-20). O povo foi orientado para que, no dia 10 do mês de abibe (ou nisã), separasse um cordeiro por família, porque, dentro de quatro dias, o animal seria sacrificado, assado e comido com pães asmos e ervas amargas, e isso apressadamente. Haja vista que o povo estaria de saída do Egito.
Deus falou, ainda, que na noite deste 14 do primeiro mês, um anjo sairia a matar todos os primogênitos do Egito, onde não houvesse o sangue do cordeiro a marcar os umbrais e vergas das portas (Êx 12.12). De fato, tudo aconteceu como dito pelo Senhor a Moisés.
Um ano depois, mais uma vez, o Altíssimo determinou a celebração da Páscoa (Nm 9.1-3). Israel peregrinava, nesse tempo, pelo deserto. Antes, porém, de completar o segundo ano de peregrinação, os hebreus desistiram de invadir Canaã e, em seus corações, voltaram ao Egito (At 7.39), pelo que Deus rejeitou àquela geração. Nunca mais a Páscoa foi celebrada, até o dia em que a nova geração chegou a Canaã.
2. Páscoa: um memorial judaico perpétuo. A Páscoa foi estabelecida em memorial perpétuo, mas o Senhor preferiu suportar a ausência dessa celebração tão importante, por 39 anos, tanto pela incircuncisão dos pretensos adoradores (Êx 12.48), quanto pela incapacidade que eles tinham de cumprir a liturgia determinada. Agora, depois da circuncisão em massa, o Senhor autorizou a referida celebração.
Como visto, era a terceira vez que celebravam a Páscoa. A primeira vez foi na saída do Egito; a segunda vez aconteceu no deserto, um ano depois, conforme Números 9.1,2 e, agora, a terceira vez quando aportavam na Terra Prometida.
3. Páscoa: um símbolo poderoso. A Páscoa apontava para a morte do Cordeiro de Deus, apontando para o sacrifício expiatório de Cristo no Calvário. Não se tratava de mera celebração cívico-religiosa, mas de um culto ao Deus verdadeiro, o Criador do Universo, o qual, fazendo-se semelhante aos homens, entregaria voluntariamente sua vida para salvar a humanidade de seus pecados.
Pense! Qual a relação da Páscoa com o sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário?
Ponto Importante Quando a Páscoa foi instituída o Altíssimo estava anunciando que Jesus, o Cordeiro imaculado, viria ao mundo e morreria em favor da humanidade.
SUBSÍDIO
“A circuncisão é, literalmente, a remoção cirúrgica do prepúcio do órgão sexual masculino. […] é prescrita como um sinal externo necessário (Gn 17.11; At 7.8; Rm 4.11) para que alguém pertencesse ao povo da aliança do Senhor. Naturalmente isso se aplicava somente às pessoas do sexo masculino. A circuncisão era um sinal adequado para o povo escolhido de Deus, porque a pureza espiritual e a santidade deviam caracterizar a sua vida.
O significado positivo da circuncisão no Novo Testamento não está no cumprimento da lei, mas sim no sinal do povo escolhido por Deus, era uma parte do mandamento de Deus que continha a promessa do Messias. A verdadeira circuncisão era um selo de fé. A verdadeira circuncisão ‘não feita por mão [humana]’ consiste em deixar de lado o ‘corpo da carne’ pela circuncisão em Cristo, isto é, ser sepultado com Ele no batismo e ressuscitar com Ele (Cl 2.11,12).
Quem quer que sirva a Deus em Espírito e glorifique somente a Cristo estará verdadeiramente circuncidado (Rm 2.28,29; Fl 3.3). O Antigo Testamento enfatiza a circuncisão tanto no sentido espiritual quanto no carnal. O Novo Testamento valoriza somente no sentido espiritual ao atribuir-lhe um significado mais profundo” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 421-423).
Conclusão
Os hebreus precisavam fazer sua parte no concerto com Deus. Infelizmente, contudo, na maior parte do tempo, andaram de maneira desobediente, razão pela qual não puderam celebrar a páscoa por 39 anos. Após a saída do Egito, porém, com a confirmação, pela fé, da aliança abraâmica, com a circuncisão, o opróbrio do Egito foi removido e a Páscoa foi celebrada novamente. Israel estava apto para tomar posse das promessas divinas.
Hora da Revisão
1. Conforme a lição, o que significa a circuncisão?
A circuncisão é o procedimento cirúrgico consistente na retirada do prepúcio do órgão sexual masculino.
2. Qual milagre cessou quando os hebreus comeram do fruto da terra de Canaã?
O maná que era recolhido todas as manhãs.
3. Em que local foi montado o primeiro acampamento hebreu na Terra Prometida?
Em Gilgal.
4. Qual a referência bíblica que afirma que os hebreus voltaram ao Egito em seus corações?
“Ao qual nossos pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram e, em seu coração, se tornaram ao Egito” (At 7.39).
5. Moisés celebrou a páscoa quantas vezes?
Duas vezes.