Lição 07: 1 Coríntios 9 – Paulo, exemplo de Liberdade | 2° Trimestre de 2023 | EBD PECC

EBD Pecc (Programa de Educação Cristã Continuada) | 2° Trimestre De 2023 | TEMA: 1 CORÍNTIOS – Façam tudo com Amor, Decência e Ordem | Escola Biblica Dominical | Lição 07: 1 Coríntios 9 – Paulo, exemplo de Liberdade

SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em 1 Coríntios 9 há 16 versos, no total. Sugerimos começar a aula lendo com todas as presentes 1 Coríntios 9.11-27 (5 a 7 min) A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Exponha, amado professor, que embora pareça abrupta a transição do capítulo 8 para o 9. Paulo não está fugindo completamente da ideia de participação dos coríntios em festas a fim de falar sobre o seu digno direito de ser remunerado por exercer o apostolado. O fato é que, em ambas as sessões, o que está em questão são os direitos. O apóstolo evidencia que ele tem todo o direito de exigir algo dos coríntios: ele foi o agente de salvação para os crentes daquela localidade, recebeu o apostolado de maneira diferenciada dos demais; isto é, aqueles crentes eram beneficiários de Paulo, eram seus devedores Contudo Paulo abriu mão de seus direitos, a fim de ser um exemplo de liberdade e renúncia àquela igreja.

OBJETIVOS

Atestar a autenticidade apostolado de Paulo.
Entender que vale a pena abrir mão de alguns direitos em prol do reino de Deus.
Aprender com o exemplo de liberdade e renúncia de Paulo.

PARA COMEÇAR A AULA

Pergunte à classe quem acha digno que nossos professores do Brasil sejam mais bem remunerados; se alguém aceitaria trabalhar incansavelmente sem ser pago por esse trabalho; se pastores de nossa igreja são tão importantes quanto o médico, que cuida da nossa saúde; o advogado, o qual cuida das nossas causas judiciais, entre outros profissionais. Pergunte também o porquê de não termos dificuldade de aceitar que as pessoas que cuidam da nossa vida aqui na terra sejam recompensadas por isso, mas que, às vezes, temos dificuldades em valorizar aqueles que cuidam da nossa alma.

LEITURA ADICIONAL

O apóstolo Paulo era questionado por um grupo em Corinto. Ele começou esse capítulo com cinco perguntas. A primeira pergunta, ele responde com a sua própria vida. Paulo era um homem livre. Não para fazer o que ele bem desejasse; mas para usar todos os direitos que ele tinha como Apóstolo de Cristo. Paulo se dizia liberto de todo sistema secular e religioso vigente; assim, ele estava livre das amarras para exercer o seu apostolado, em toda sua plenitude. As exigências fundamentais para ser apóstolo foram cumpridas por ele. Ele tinha visto Jesus no caminho de Damasco. Em seguida, ele assenta seu apostolado sobre as bases de seu efei­to; ou seja, por meio de sua pregação do Evangelho, ele conquista os coríntios para o Senhor. Paulo apresenta sua forte defesa de si mesmo; ao qualificar a conversão dos coríntios, como sendo ele um instrumento nas mãos de Cristo; porquanto, ela envolve uma espécie de nova criação da alma. No versículo 2, ele consolida esse pensamento ao dizer: “Mesmo que os outros não me aceitem como apóstolo, vocês não tem como não me aceitar. A prova é que vocês estão unidos com o Senhor. Isto prova que sou um apóstolo.”
Livro: “Comentário Exegético da 1 Carta aos Coríntios” (Oton Miranda de Alencar, Editora Inove, Macapá, 2013, págs. 79-80).

TEXTO ÁUREO

“Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. ” 1Co 9.22

Leitura Bíblica Para Estudo

1 Coríntios 9. 11-27

Verdade Prática

O compromisso com o Evangelho é maior do que qualquer direito pessoal.

INTRODUÇÃO
I- AUTENTICIDADE 1 Co 9.1-6
1-
Autenticidade do chamado 1Co 9.1
2– Autenticidade dos direitos 1Co 9.3-6
3– Autenticidade da liberdade 1Co 9.15
II- DIREITOS 1Co 9.5-11
1
– Casamento 1Co 9.5
2– Sustento 1Co 9.7
3– Legalidade 1Co 9.8-11
III- RENÚNCIA 1Co 9.12-27
1-
Liberdade para renunciar 1Co 9.12
2– Renunciar para pregar a todos 1Co 9.22
3– Prêmio da renúncia 1Co 9.25
APLICAÇÃO PESSOAL

Devocional Diário

Segunda – 1 Co 9.2
Terça – 1 Co 9.9
Quarta – 1 Co 9.10
Quinta – 1 Co 9.14
Sexta – 1 Co 9.16
Sábado – 1 Co 9.26
Hinos de Harpa: 186 – 418

INTRODUÇÃO

No capítulo 8, vimos que a liberdade do cristão não é regida pelos seus direitos, mas pelo amor ao próximo. Paulo instrui os irmãos a abrirem mão de certos direitos individuais em favor da unidade entre os irmãos e do testemunho da igreja perante os de fora da comunidade cristã (1 Co 6.7). A ética cristã consiste em colocar as necessidades do próximo acima de nossos direitos individuais (1 Co 8.9). No capítulo 9, Paulo ilustra esses princípios através de sua própria vida abnegada. Ele enumera vários direitos aos quais faria jus na qualidade de apóstolo, mas demonstra como abriu mão de todos eles para que o Evangelho fosse pregado com liberdade, sem obstáculos, ao maior número de pessoas possível.

I- AUTENTICIDADE (1 Co 9.1-6)

1- Autenticidade do chamado (1 Co 9.1) Não sou eu, porventura, livre? Não sou apóstolo? Não vi Jesus, nosso Senhor? Acaso, não sois fruto do meu trabalho no Senhor?

Alguns crentes de Corinto questionavam o chamado de Pau­lo e a autenticidade de seu apostolado. Havia aqueles que o consideravam um impostor. Devido a isso, Paulo não teria direitos nem liderança sobre aqueles irmãos. Por toda a carta, Paulo argumenta, como se perguntasse: “O que prova que alguém é verdadeiramente um apóstolo de Jesus?” Ele mesmo enumera esses requisitos:
1) Ter visto a Jesus Cristo;
2) Trabalhar pelo Evangelho;
3) Produzir frutos.

Ele tinha todos os predicados de um chamado autêntico. Qualquer outra pessoa poderia questionar seu apostolado, menos a igreja de Corinto (1 Co 9.2). Paulo gerou aqueles irmãos em Jesus (1 Co 4.15). Paulo os compara ao selo de seu apostolado. O selo é um carimbo que prova a autentici­dade; ou seja, a própria existência deles, como seguidores de Cristo, e prova de seu apostolado autêntico.

Reconhecida a autenticidade de seu apostolado, Paulo teria inúmeros direitos e privilégios legítimos, mas resolveu abrir mão de todos eles para poder pregar o Evangelho a todos os grupos que viviam em atrito na igreja de Corinto. Paulo tem o cuidado de não afirmar que os coríntios são sua igreja, ou de sugerir que ele é a causa de sua salvação. Antes, Corinto é a lavoura de Deus, e a existência de uma comunidade de Cristo ali é resultado da fidelidade de Paulo como lavrador de Deus (1 Co 3.6, 3.9).

2- Autenticidade dos direitos (1 Co 9.3-6) Não temos nós o direito de comer e beber? E também o de fazer-nos acompanhar de uma mulher irmã, como fazem os demais apóstolos e os irmãos de Senhor e Cefas? (9.4-5)

Paulo defende direitos legítimos no cumprimento do seu chamado apostólico. Primeiro, o direito ao suporte da igreja e sustento material digno, sem que ele precisasse trabalhar em outro ofício enquanto o trabalho do ministério lhe tomasse todo o tempo e potencial. A Timóteo, Paulo diz que o trabalhador é digno do seu salário. O ministério é uma “obra excelente” e que, em muitos casos, demandará a integralidade do tempo para que seja exercida com excelência.

É algo bíblico, dino e autêntico. O segundo direito mencionado por Paulo, do qual ele abdicou, era o de se casar e fazer-se acompanhar de sua esposa, mulher irmã, como fazem os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas. Nesse caso, Paulo teria o direito de pedir à Igreja que suprisse as necessidades tanto dele quanto de sua esposa. Se Paulo havia sido casado em alguma época, é difícil determinar. Mas, à vista de seu conhecimento da vida de casado (7.1-9), é plausível supor que ele já havia sido casado, Os estudiosos que assim pensam sugerem que ele poderia ser vivo, ou mesmo ter sido abandonado por sua esposa em razão da sua conversão.

3- Autenticidade da liberdade (1 Co 9.15) Eu porém não me tenho servido de nenhuma destas coisas e não escrevo isto para que assim se faça comigo: porque melhor me fora morrer, antes que alguém me anule esta glória.

Embora tivesse todos esses direitos, Paulo exerce a liberdade de poder abrir mão de muitos deles por um objetivo maior e, assim, ilustra a aplicação autêntica e equilibrada da ética cristã. Em nenhum momento ele condena os direitos do sustento ministerial e do casamento, como veremos nos próximos tópicos. Ele primeiro defende esses direitos como autênticos e, ao final, reivindica a liberdade para renunciar-lhes em favor da causa do Evangelho (1Co 9.15).

Paulo destaca com propriedade o princípio superior da renúncia, que consiste em abrir mão de seus direitos pessoais, ainda que legítimos, em benefício do próximo, imitando a atitude de Cristo. A preocupação de Paulo é que as cristãos que se julgam fortes não levem os cristãos “fracos” a perderem a fé. Ele não se preocupa se os cristãos fortes se sentirão ofendidos pelos fracos. Para os fortes, é como se dissesse: “Seus direitos são irrelevantes: sua incumbência maior é imitar o Cristo que abriu mão de Seus direitos divinos a fim de tornar a salvação possível a todos”.

II- DIREITOS (1 Co 9.5-11)

1- Casamento (1 Co 9.5) E também o de fazer-nos acompanhar de uma mulher irmã, como fazem os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?

Paulo menciona o direito de casar e levar consigo uma esposa crente, podendo prover a ela a proteção e sustento. Era costume da época casais cristãos viajarem juntos para pregar o Evangelho. Outros apóstolos e especificamente, Tiago e Cefas, que eram conhecidos dos coríntios, tinham cada qual a sua esposa, e podiam desfrutar desse direito.

2- Sustento (1Co 9.7) Quem jamais viu a guerra à sua própria custa? Quem plantar a vinha e não come a sua fruta? Ou quem apascenta um rebanho e não alimenta do leite do rebanho?

O apostolado era considerado como um ofício, um trabalho em prol da igreja, que exigia esforço e dedicação. Alguns dos apóstolos, pela importância da missão, e até pelo chamado que receberam de Cristo (Lc 5.10,11), escolheram abrir mão de suas profissões para se dedicarem de maneira exclusiva à pregação do Evangelho. Paulo compara o ofício apóstólico a três profissões muito comuns à época:
1) Soldado;
2) Agricultor;
3) Pastor de gado.

Ele pergunta: Qual é o soldado que vai à guerra à sua própria custa? Quem é o agricultor que, após colheita da lavoura, não pode comer da colheita que ele mesmo plantou e colheu? Seria justo que ele precisasse ir ao mercado comprar legumes? Qual o pastor que, após cuidar do rebanho, tem que ir comprar 1 litro de leite para alimentar a si e sua família e só depois voltar para continuar cuidando e protegendo o rebanho?

Paulo aplica esse mesmo raciocínio ao ofício apostólico, demonstrando que é lógico e justo que aquele que dedica sua vida à causa do Evangelho, gerando milhares de frutos, seja sustentado por estes frutas. Se isso é verdade para o soldado, para o agricultor e para o pastor do rebanho, também o seria para o apóstolo. Se era verdade no que diz respeito a profissões seculares, quanto mais séria em relação à obra de Deus.

3- Legalidade (1Co 9.8-11) Porque na lei de Moisés está escrito Não atarás a boca ao boi, quando pisa trigo. Acaso, é com bois que Deus se preocupa? Ou é, seguramente, por nós que ele o diz? (9.9-10)

Paulo se refere às Escrituras (Dt 25.4) para lembrar que esses direitos estão fundamentados na Lei. Quando Deus fornece diretrizes à eira, dá aos que aram, semeiam e debulham a expectativa de participação da colheita. Uma vez que Paulo arou, semeou e trouxe uma colheita para a eira de Deus em Corinto, ele teria o direito de contar com o suporte dela. Aliás, se outros apóstolos passaram pela cidade e tiveram direitos referentes a essa colheita, Paulo ainda mais. Até dos animais Deus cuidava e impedia que se atasse a boca do boi enquanto trabalhava. Paulo demonstra que não é somente com os animais que Deus está preocupado, mas com o obreiro que trabalha na obra, para que viva dignamente.

III- RENÚNCIA (1 Co 9.12-27)

1- Liberdade para renunciar (1 Co 9.12) Entretanto, não usamos deste direito; antes, suportamos tudo, para não criarmos qualquer obstáculo do Evangelho de Cristo.

Os coríntios se orgulham de seus direitos; se Paulo tinha algo de que se orgulhar, era de ter abdicado de seus direitos. Em outras palavras, o orgulho de Paulo é um “não orgulho”. Paulo não quis tirar nenhum proveito próprio do Evangelho em relação aos coríntios. Ele tinha o direito de receber o necessário para o seu sustento, e o recebeu de algumas igrejas, para que ele servisse em Corinto. Mas, nesse caso específico, preferiu abrir mão para não criar embaraços à pregação do Evangelho naquela cidade (2Co 11.7-9).

É exatamente pelo fato de Paulo haver renunciado aos seus direitos que ele tem liberdade de pregar o Evangelho plenamente. Essa é a sua recompensa. Já que o apóstolo prega sem cobrar e sem exigir seus direitos como benfeitor espiritual dos seguidores de Cristo em Corinto, ele tem o direito e a liberdade de pregar o Evangelho a todos com toda autoridade, até aos que criticavam a ajuda financeiramente aos apóstolos.

2- Renunciar para pregar a todos (1 Co 9.22) Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de por todos os modos, salvar alguns.

O contexto de se “fazer tudo para com todos” demonstra a disposição de Paulo de abrir mão de seus direitos pessoais e de comportamentos que possam prejudicar a fé dos cristãos mais fracos. Caso contrário, Paulo poderia simplesmente defender os direitos dos cristãos “fortes” de comer a carne oferecida aos ídolos (1 Co 8) e argumentar em favor deles. Ele trata dos pontos de tensão entre os coríntios, das áreas que geravam conflito entre os “fortes”, que exigiam certos direitos, e os “fracos”, cuja fé era prejudicada ou dificultada em razão dessas exigências.

Ele não sugere uma disposição de transigir convicções cristãs. Podemos resumir suas afirmações da seguinte forma: “Para ganhar os pobres, estou disposto a viver como os pobres; para ganhar aqueles cuja tradição étnica é diferente da minha, estou disposto a mudar minhas preferências; para ganhar aqueles que têm menos liberdade que eu, estou disposto a abrir mão de minha liberdade cristã. Contudo, de modo algum renuncio às exigências do Evangelho”.

3- Prêmio da renúncia (1 Co 9.25) E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível nós, porém, uma incorruptível

Os famosos Jogos Ístmicos, um dos dois mais importantes eventos atléticos daquela época (o outro eram os Jogos Olímpicos). eram patrocinados e realizados a cada dois anos em Corinto. As ilustrações esportivas servem para explicar “como as coisas são”. É óbvio que o atleta compete para receber o prémio; deve ser igualmente óbvio que cabe aos cristãos concentrarem-se em alcançar seu objetivo de se tornarem semelhantes a Cristo.

Os atletas se sacrificam ao abrir mão de diversos prazeres e direitos. Isso, levando em conta que competem por um prêmio perecível (uma coroa feita de folhas de pinheiro ou de aipo silvestre). Portanto, os cristãos devem estar mais que dispostos a abrir mão de seus direitos para obter um prêmio que jamais desvanece.

Este capítulo finda com uma advertência sobre a consequência temerosa de não praticar a abnegação ou o domínio próprio no que se refere à liberdade. Ele tornou- se exemplo do exercício correto da liberdade cristã ao renunciar legítimos privilégios apostólicos em nome da causa do Evangelho.

APLICAÇÃO PESSOAL

A vida cristã não é regida somente pelos direitos, mas pela renúncia destes em favor do Evangelho.

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RESPONDA

Marque “V” para a opção verdadeira e “F” para a falsa:

(F) Paulo era o apóstolo daquela igreja, que era o selo do seu apostolado: portanto, Paulo estava reivindicando seu próprio sustento.
(F) Paulo estava condenando o sustento dos ministros de Cristo, visto que ele próprio era o exemplo de não ser sustentado pela igreja. Assim, todos os ministros deveriam trabalhar fora da igreja para seu sustento.
(V) Há, no apóstolo dos gentios, um grande exemplo de uma pessoa que abriu mão de direitos legítimos visando a causa maior, o alcance de pessoas pelo Evangelho.

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