EBD Revista Editora Betel | 2° Trimestre De 2024 | TEMA: ORDENANÇAS BÍBLICAS – Doutrina Fundamentais Imperativas aos Cristãos para uma vida bem-sucedida e de Comunhão com Deus | Escola Biblica Dominical | Lição 03: Ordenança para Congregar e prestar Culto Racional
TEXTO ÁUREO
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Romanos 12.1
VERDADE APLICADA
Uma característica marcante do nascido de novo é o desejo de estar reunido com o povo de Deus.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar que não devemos deixar de congregar.
Falar sobre não perder o desejo de congregar.
Destacar que precisamos prestar culto racional a Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
SALMOS 84
3- Até o pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si e para a sua prole, junto dos teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu.
4- Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente.
10- Porque vale mais um dia nos teus átrios do que, em outra parte, mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas da impiedade.
HEBREUS 10
25- Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | SI 27.4 Anelo pela presença de Deus todos os dias.
TERÇA | Mt 21.13 A minha casa será chamada casa de oração.
QUARTA | LC 2.27 O menino Jesus é apresentado no templo.
QUINTA | Lc 2.46-47 O menino Jesus no meio dos doutores.
SEXTA | Jo 7.14 Jesus ensina no templo.
SÁBADO | At 3.1 Pedro e João subiram ao templo para orar.
HINOS SUGERIDOS: 5, 144, 251
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que os cristãos não deixem de prestar culto com verdadeira adoração.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1- Não deixando de congregar
2- Não perdendo o desejo de congregar
3- Oferecendo um Culto Racional
Conclusão
INTRODUÇÃO
Muitos deixam de congregar por qualquer motivo. As dificuldades e lutas da vida jamais deverão ser empecilhos ou desculpas para alguém deixar de participar das atividades da igreja.
PONTO DE PARTIDA: Na unidade, Deus ordena a bênção e a vida.
1- Não deixando de congregar
As palavras hebraicas gahal (“assembleia”) e edaa (“congregação”) são termos mais frequentes usados para designar uma reunião de Israel com propósito religioso. A definição de português para congregar é ficar junto ou juntar-se, reunir-se, ligar-se, misturar-se, agrupar-se para “cobertura espiritual”. A Palavra de Deus nos esclarece que precisamos congregar [Ef 4.16; Hb 10.25]. Um membro fortalece o outro e Cristo fortalece todo o Corpo.
1.1. O que significa igreja e a sua missão. A Igreja significa a união de todos aqueles que foram escolhidos e chamados por Deus [Jo 15.16], os quais, pela ação do Espírito Santo, creem que Jesus Cristo é o Filho Unigênito de Deus, que foi enviado a este mundo para redimi-los de seus pecados. É por isso que a Igreja é definida como sendo o Corpo de Cristo [Ef 5.30], e Ele a sua cabeça [Ef 1.22-23). “A palavra igreja traduz o latim ecclesia, que por sua vez vem do grego ekklesia, que basicamente significa assembleia pública, ou algo como reunião dos que foram chamados”. É também comum ouvir que igreja significa chamados para fora. Pela combinação de duas palavras que significam no grego original “chamar” e “fora”. A missão da igreja em primeiro lugar é evangelizar o mundo, em segundo lugar para os cren- tes cultuarem e adorarem a Deus, em terceiro lugar para praticar a mordomia cristă ajudando a igreja e ao próximo, em quarto lugar para o ensino, o discipulado e aprendizado da vida cristă, para que cada crente chegue à medida da estatura de Cristo e a unidade na fé [Ef 4.11-15].
Pastor Sergio Costa (Revista Betel Dominical, 2º Trimestre de 2019, Lição 1-A Igreja e o plano divino): “Assim como o homem natural precisa viver em sociedade, a Igreja do Senhor precisa se relacionar uns com os outros através do serviço e com o mundo através da evangelização. Afinal, como o próprio Paulo identificou, a Igreja é povo de Deus: “() Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” [2Co 6.16]”. Após este texto introdutório, o Pr. Sérgio expôs na lição referenciada três características do novo povo de Deus: “a) Um povo que edifica – trata-se do contínuo processo de edificação e aperfeiçoamento; b) Um povo para glorificar a Deus – a Igreja glorifica a Deus quando através de sua vida ela cumpre a vontade dEle; c) Um povo que evangeliza a Grande Comissão é uma ordem de Jesus para que a Igreja vá por todo o mundo e façam discípulos de todas as nações [Mt 28.19; Mc 16.15; At 1.8]”.
1.2. Os que habitam na casa do Senhor são bem-aventurados. O salmista disse: “Que amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! A minha alma está anelante e desfalece pelos átrios do Senhor” [SI 84.1-2]. Ele disse também que preferiria estar à porta da Casa do Senhor, a habitar nas tendas da impiedade [Sl 84.10]. Esteja na casa do Senhor com espírito voluntário e com alegria no coração. Não abra mão de frequentar os cultos. O salmista expressou a alegria quando o chamaram para estar na casa do Senhor [Sl 122.1].
No Salmo 27.4, um dos mais bonitos versículos, encontramos o salmista dizendo que pediu uma coisa ao Senhor e a buscaria: morar na Casa do Senhor todos os dias da sua vida, para contemplar a formosura do Senhor e aprender no seu templo. Os que almejam viver na presença de Deus todos os dias poderão desfrutar deste relacionamento para sempre.
1.3. Como é bom e agradável que os irmãos vivam em união. Aqui podemos contemplar com destaque a ênfase horizontal, ou seja, a atenção para outros homens. A amizade e a união com os nossos semelhantes que servem o mesmo Senhor [S1 133.1]. Alguns se contentam em assistir um culto pela televisão ou pelas redes sociais, então não são participantes do culto, mas espectadores apenas. O fogo arderá continuamente sobre o altar. Os membros do Corpo de Cristo não podem viver separados, desunidos, com divisões. A comunhão e o amor fraternal devem basear a nossa vida espiritual. Precisamos viver em unidade, cooperar uns com os outros. No último verso podemos interpretar de forma figurada que é tão bom vivermos unidos que o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre [Sl 133.3].
“Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” [Ef 4.3]. Construir a unidade é um dos papéis mais importantes do Espírito Santo. Ele nos guia, mas devemos estar dispostos a ser guiados e a fazer nossa parte para manter a paz. A unidade espiritual é mantida pela lealdade à verdade e pelo andar segundo o Espírito, não pode ser conseguida pela carne [Gl 3.3].
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EU ENSINEI QUE:
A Palavra de Deus nos esclarece que precisamos nos congregar.
2- Não perdendo o desejo de congregar
Muitos se decepcionam com os seus pastores ou líderes religiosos, ou por simplesmente frieza espiritual, outros pensam que encontrarão igrejas perfeitas, pastores perfeitos, então trocam de igreja como trocam de vestuário. Ainda outros esperam culto para eles e não para Deus. Quem tem que aceitar o culto não é o homem, mas, sim, o Dono do culto. Não é a igreja que salva, mas que contribui, isso eu não tenho a menor dúvida.
2.1. Consequências ao deixar de congregar. a) Ficamos mais vulneráveis às astutas ciladas do inimigo; b) Deixar de congregar já é uma cilada do inimigo; c) Perdemos a comunhão dos irmãos [At 2.46]; d) Deixamos de participar da Ceia do Senhor, e) Deixamos de trazer todos os dízimos à casa do tesouro; f) A glória que desce na igreja não desce em qualquer lugar; g) Deixamos de participar dos cultos em conjunto e de estimularmos uns aos outros [Hb 10.25]; h) Deixamos de ter um pastor que vela pelas nossas almas e que é o nosso guia [Hb 13.17]; i) Ficamos sem um Pronto-Socorro ou uma UTI para as horas de coma espiritual; j) Quando o crente começa a deixar de frequentar a igreja, logo vêm as suspeitas; k) Perder as reuniões é perder as bênçãos espirituais. No Dia de Pentecostes estavam todos reunidos no mesmo lugar e receberam o batismo no Espírito Santo [At 2.1-4].
Pastor Marcos Sant’Anna (Aperfeiçoamento Cristão – Propósito de Deus para o discípulo de Cristo – Editora Betel, 2018, p. 14-19): “Muitos que se dizem discípulos de Cristo têm sido influenciados por vários movimentos que procuram diminuir a importância da igreja local e do “ser pastoreado”. (…) A Palavra de Deus é clara quanto ao modus vivendi daqueles que se tornavam discípulos de Cristo [At2.42, 46; 4.23;9.19,26-28;11.22, 26; 13.1], ou seja, estavam sempre juntos.” O referido autor ainda cita um texto de Dietrich Bonhoeffer: “Não há outra opção ao corpo de Cristo a não ser tornar-se corpo visível. (.) O corpo de Cristo torna-se visível ao mundo na congregação reunida em torno da Palavra e sacramento)”. Por ser luterano, Bonhoeffer faz uso deste termo-sacramento-que equivale à Ceia do Senhor.
2.2. Por que alguns abandonam a igreja? a) Porque dão ouvidos a conversas estranhas à vontade de Deus; b) Porque a fraqueza toma conta deles e eles são levados pelo “vento”; c) Porque pensam que são os mais perseguidos; d) Porque preferem escutar algumas pessoas do que o pastor da igreja; e) Porque não dão valor ao sofrimento de Cristo na cruz por si mesmos, f) Porque acham que o pastor não é muito simpático com eles; g) Porque a amizade dos irmãos não tem muito valor, h) Porque só congregam se forem líderes e tiverem os seus nomes aclamados; i) Porque não amam a igreja a qual pertencem; j) Porque pecam e ficam receosos da confissão; k) Porque tanto faz, não sentem mais prazer, ou estão sempre cansados; 1) Porque os prazeres do mundo os sufocam; m) Porque não aceitam a forma de trabalhar do pastor.
Pr. Marcos Sant’Anna (Aperfeiçoamento cristão: propósito de Deus para o discípulo de Cristo, Editora Betel, 2018, p. 59): “Como membros do Corpo de Cristo, temos que estar comprometidos com a responsabilidade de cuidar uns dos outros [1Co 12.25; Gl 5.13]. Não é tarefa apenas dos que lideram ou fazem parte do ministério da igreja local, mas de todos que têm o Espírito Santo. Assim, há edificação, crescimento e o Senhor Deus é glorificado.”
2.3. Aprendendo com o exemplo de Jesus. Era costume de Jesus estar nas sinagogas para a leitura da Palavra de Deus [Lc 4.16]; estava sempre presente no templo, como também os Seus discípulos, Jesus subiu ao templo e começou a ensinar [Jo 7.14]. Jesus foi apresentado no templo [Lc 2.27]. Jesus com doze anos já se achava no templo entre os doutores [Lc 2.46]. Flecham o templo de minha casa [Mt 21.13]. Ele chama o templo de casa de oração [Mt 21.13]. Ele zela pelo templo expulsando os vendilhões [Mt 21.12]. Os discípulos não se ausentaram do templo, estavam lá nas orações diurnas. Ao ponto de, em Atos 3, Pedro e João encontrarem um coxo, na porta chamada Formosa pedindo esmolas e eles não deram esmolas, mas deram o que tinham, o poder de Deus para curá-lo.
Pr. Sergio Costa (Igreja: doutrina, história e missão, Editora Betel, 2019, p. 120): “É no culto cristão que a Igreja invisível se torna visível. Através da adoração, dos louvores, da comunhão, do ensino, da pregação e da evangelização, a Igreja de Cristo cumpre o seu propósito revelado nas Sagradas Escrituras, desde o Antigo Testamento até a Igreja neotestamentária”. Assim, este mesmo princípio é aplicável aos nossos dias, pois temos centenas de edifícios levantados e consagrados para servirem de lugar de oração, adoração e proclamação e ensino da Palavra de Deus. Temos referências de lugares onde podemos estar reunidos com os irmãos, como acontecia com os primeiros discípulos.
EU ENSINEI QUE:
O culto não é para o homem, mas, sim, para o Senhor Deus.
3- Oferecendo um culto racional
Culto [Rm 12.1], no grego “latreia”, indica originalmente “serviço de Deus, isto é, adoração”. Algumas versões apresentam a expressão “o vosso serviço racional”. O culto racional ou espiritual está sendo trocado por um culto sentimental, onde são as emoções que falam mais alto, não que não se possa ter emoção, mas elas deverão vir depois da Palavra de Deus ser ministrada e entendida pelos ouvintes. O racional aqui é o que procede da razão, que se baseia no raciocínio, com entendimento, dotado de inteligência.
3.1. Sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Sacrificar a vontade da carne para fazer a vontade de Deus. Culto racional está fundamentado na Palavra de Deus. Culto lógico que se adore a quem de direito e não aceita invenções ou entretenimento. Nós vamos sofisticando tanto e esquecemos das coisas elementares do Evangelho. O Evangelho é simples, deve ser compreensível e acessível aos mais incultos e iletrados da congregação. Em Romanos 12.1-2, três coisas são pedidas acerca do culto racional: vivo, de forma vigorosa, com fervor, de to do o coração; santo, sem profanação, sem invenção, sem contaminação, sacrifício especial, sem irreverência; e agradável, de boa vontade, do fundo do coração, sem fingimento, não como obrigação, mas de livre e espontânea vontade, de corpo, alma e espírito.
Dicionário Bíblico Wycliffe: O culto é o ponto central de uma religião e eventualmente assume formas e símbolos que revelam mais claramente o caráter distinto da religião. Como foco da vida religiosa, o culto se torna o ponto onde o senso do sagrado é mais concentrado, e assim serve como indicador da qualidade mais interior da religião.”
3.2. Deus está à procura de verdadeiros adoradores. Deus não está atrás de adoração forçada, coagida, por isso Ele deu livre-arbítrio ao homem [Sl 100.1-2; Jo 4.23]. O Senhor não se entusiasma com coreografias ou expressões externas que não partem do coração. Deus não está atrás de sacrifícios, Ele está atrás de um espírito quebrantado [Sl 51.17]. Ser verdadeiro adorador vai além de cantar, entoar louvores, levantar as mãos, glorificar ou outra forma. Mas é um estilo de vida e não algo momentâneo. É uma vida exemplar, digna de ser copiada, não podemos viver só de momentos de adoração, mas uma adoração diária, contínua, constante. Vai além da forma e do lugar, onde chega é reconhecido como verdadeiro.
Sergio Costa (Revista Betel Dominical, 2º Trimestre de 2019, Lição 10 – O culto racional): “A palavra “adoração, como indicada no Dicionário VINE, pode ser “considerada como o reconhecimento direto a Deus, da Sua natureza, atributos, caminhos e reivindicações. A adoração genuína é caracterizada quando a Igreja centraliza a sua entrega ao Senhor, e não em si mesma. Quando Deus é adorado exclusivamente, os cristãos que assim o adoram são invariavelmente abençoados e espiritualmente fortalecidos. A adoração não precisa ser limitada somente aos cultos regulares do cronograma da igreja. Na realidade, todos os aspectos da nossa vida cristã devem caracterizar-se pelo desejo de exaltar e glorificar ao Senhor. Parece ser esta a razão de Paulo dizer: “Portanto, quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus.” [1Co 10.31].”
3.3. Só ao Senhor adorarás e só a Ele prestarás culto. Nós adoramos a Deus, amamos pessoas e gostamos de coisas. Jesus disse isso ao ser tentado no deserto pelo diabo: “Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele servirás.” [Mt 4.10]. Nós precisamos adorar só ao Senhor nosso Deus, o único que pertence toda glória, toda majestade, todo louvor, toda adoração, toda exaltação, porque Ele é soberano sobre nós, Ele é o único Onisciente, Onipresente e Onipotente. Ele tem todos os atributos necessários para receber de nós um culto magnífico e cheio de todas as honras, respeito e temor. As pessoas nos amamos como a nós mesmos, mas não prestamos culto a personalidades, elas podem ser homenageadas e não idolatradas. As coisas nós gostamos, dos objetos, do alimento, da viagem, dos pertences. Eu não posso adorar um doce de chocolate, eu gosto de um doce de chocolate. Eu não posso amar o meu veículo, eu gosto do meu veículo.
R. Kent Hughes: “A disciplina de devoção deve culminar em sublime adoração e louvor. Isto começa com o devido senso de temor na presença do Deus que conhecemos e servimos”. João Calvino: “O primeiro fundamento da justiça é, sem dúvida, a adoração a Deus”.
EU ENSINEI QUE:
Devemos oferecer a Deus um culto racional.
CONCLUSÃO
Vimos na presente lição a relevância de procurarmos cultivar a comunhão coletiva, pois é fundamental para a prática da mutualidade cristã (suportar uns aos outros, perdoar uns aos outros, exortar uns aos outros, dentre outros). Não há base bíblica para um viver cristão isolado e indiferente aos demais irmãos. Este importante aspecto da vida cristã está intimamente conectado com a adoração a Deus de forma integral. Afinal, somos um só em Cristo!
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