EBD Revista Editora Betel | 4° Trimestre De 2024 | TEMA: OS DEZ MANDAMENTOS – Estabelecendo Princípios e Valores Morais, Sociais e Espirituais Imutáveis para uma Vida Abençoada | Escola Biblica Dominical | Lição 06: Honrar Pai e Mãe: Princípio elementar para a Estrutura e estabilidade da Família natural
TEXTO ÁUREO
Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor.” Colossenses 3.20
VERDADE APLICADA
A obediência aos pais faz parte de um viver correto e que agrada ao Senhor.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar a importância da honra no lar e na sociedade.
Mostrar a honra como alicerce nas relações.
Listar aspectos importantes acerca da honra.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
ÊXODO 20
12- Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá.
MARCOS 7
10- Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ou o pai ou a mãe, morra de morte.
EFÉSIOS 6
1- Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
2- Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,
3- Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Pv 1.8 Os filhos devem ouvir a instrução dos pais.
TERÇA | Pv 19.26 Filho que aflige o pai traz vergonha e desonra.
QUARTA | Pv 22.6 Instruir no caminho em que deve andar.
QUINTA | 2Tm 3.1-5 Extrema corrupção nos últimos tempos.
SEXTA | Hb 12.10 A disciplina divina é para nosso proveito.
SÁBADO | 1Pe 2.13-17 Submissão às autoridades.
HINOS SUGERIDOS: 126, 131, 141
A MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que a obediência aos pais seja algo constante em nossos lares.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1- A importância da honra no lar
2- A honra está acima de tudo
3- Lições relevantes acerca da honra aos pais
Conclusão
INTRODUÇÃO
Os primeiros mandamentos tratam da relação entre o homem e Deus e os demais apontam para o relacionamento entre os seres humanos. O quinto mandamento trata de honrar pai e mãe, com a promessa de uma vida bem-sucedida e de longevidade (Ef 6.2-3].
PONTO DE PARTIDA: Honrar pai e mãe é mandamento.
1- A importância da honra no lar
O quinto mandamento trata do princípio da honra aos pais. Nele Deus apresenta a importância da família e Seu plano em preservá-la, isso exige que cada filho contribua com sua porção de responsabilidade diante dos pais [Cl 3.20].
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1.1. A família e a sociedade. O relacionamento entre pais e filhos tem sido o tema de grandes discussões em nosso tempo. O quinto mandamento trata da honra, um princípio que, praticado, pode de maneira poderosa transformar o contexto de nossa sociedade [Cl3.20]. Existe uma conexão muito poderosa entre a família e a sociedade, elas estão intrinsecamente ligadas. Sem famílias estruturadas, o resultado será nações desestruturadas. A maneira mais fácil de desintegrar uma nação é começar pela família, e a maneira com a qual os filhos podem destruir a família é desobedecendo a seus pais [Ef 6.2].
O plano de Deus para preservar a família exige a guarda do quinto mandamento. Deus começa o princípio do amor ao próximo a partir de nossas casas. Nossa casa é o ponto de partida. Da mesma forma que o nosso relacionamento com Deus é o princípio da aliança que nos proporciona uma vida diferenciada, o relacionamento entre pais e filhos é o ponto de partida para todas as relações humanas [Pv 22.6; Cl 3.20].
1.2. Os pais devem receber honra de seus filhos. Por que pais devem ser honrados? Em primeiro lugar, devemos ter em mente que os pais são os representantes de Deus na família; dar honra aos pais não significa apenas uma obrigação, mas deve fazer parte da vida de todo filho que entende o valor de um pai [Ml 1.6a). Existem vários motivos pelos quais os pais devem ser honrados. Devem ser honrados porque é da vontade de Deus que assim seja; devem ser honrados porque alcançaram esse status diante de seus filhos; devem ser honrados porque antes de existirmos eles já estavam ali, preparando tudo para a nossa chegada; devem ser honrados porque é nossa responsabilidade- de reconhecer que não existe na vida alguém mais importante para o filho do que seus pais [Ef 6.2]. Honrá-los e temê-los é como fazer o mesmo em relação a Deus.
Existe uma responsabilidade grandiosa sobre a vida daquele que é pai ou mãe. Além de serem eles os geradores, pertence a eles também a responsabilidade de produzir um ambiente para os filhos, provendo a alimentação, abrigo, as vestimentas, a educação, além de preparar os filhos para alcançarem esferas maiores no curso da vida (Lc 11.11]. Bons pais estabelecem marcos poderosos na vida de seus filhos. Tais referenciais são como bússolas para guiá-los ao longo da vida nesta terra [Pv 22.28-29].
1.3. Bons filhos são sempre presentes. Sabemos que, mesmo sendo cristãos, não existem lares sem problemas. Sabemos também que o relacionamento com os nossos pais pode afetar de maneira positiva ou negativa nossas vidas. Biblicamente, o quinto mandamento nos ensina que a melhoria na qualidade de vida necessariamente passa por nossa convivência como filhos. Nosso relacionamento com nossos pais irá afetar todos os demais relacionamentos que tivermos. Mesmo assim, devemos, como bons filhos, amar nossos pais. O amor é o alicerce da honra, do cuidado, da retribuição e principalmente do carinho que merecem receber por serem nossos pais. Não existem pais perfeitos, assim como não existem filhos que não precisem de melhores ajustes. Porém, bons filhos sempre estão atentos às necessidades de seus pais e sempre estão presentes quando exigidos [Ef 6.1-3; Cl 3.20].
O quinto mandamento nos chama atenção para a honra. Infelizmente, somos bombardeados por tristes e estarrecedoras notícias acerca de filhos que se rebelaram contra a figura paterna. O contrário à honra é a desonra e a desonra coloca os filhos fora do alcance das bênçãos de Deus. Esse mandamento porta consigo um destino profético na vida dos filhos. Os filhos que não honram seus pais são identificados na Bíblia como pessoas que estão vivendo fora da vontade de Deus [Rm 1.30b; 2Tm 3.1-5].
EU ENSINEI QUE:
O quinto mandamento trata do princípio da honra aos pais.
2- A honra está acima de tudo
A palavra hebraica para “honra” é “kaved”, que significa reconhecer o peso de uma pessoa e sua autoridade. Honrar os pais é dar a eles o devido peso de suas autoridades.
2.1. A honra é uma atitude do coração. Não podemos mudar a realidade da situação em que nascemos. Não tivemos influência na escolha de nossos pais, nem podemos alterá-los para que atendam aos nossos critérios de como devem agir [Hb 12.10]. Eles podem ter realizado essa tarefa com grande habilidade ou com muitos erros; o que eles fizeram ou deixaram de fazer inevitavelmente nos afeta; mas nunca pode ser exagerado dizer que somos mais profunda e permanentemente afetados por nossa atitude em relação aos esforços deles do que pelo método específico que eles usaram. É precisamente por isso que o quinto mandamento coloca a responsabilidade pelo sucesso da relação entre pais e filhos onde realmente pertence. Refere-se ao aspecto do relacionamento que nos afeta primeiro e mais; um aspecto que depende de nós. Embora não possamos escolher nossos pais, nem os mudar, a atitude que assumimos em relação a eles depende definitivamente de nós [Ef 6.1-3].
Honrar nossos pais significa fazê-los ficar bem, sendo bons e colaborando com eles em seus esforços para nos ajudar a sermos bem-sucedidos na vida. O quinto mandamento nos diz que devemos tirar nossas luvas de boxe e parar de nos opor a eles; que devemos ouvir seus conselhos, falar bem deles para os outros e encontrar maneiras de mostrar-lhes apreço e respeito [Pv 23.25].
2.2. A honra é a base das boas relações. A maneira como nos relacionamos com os nossos pais afetará profundamente nossos relacionamentos com as pessoas e com Deus. O princípio declarado no quinto mandamento é uma base sólida para um convívio saudável, harmonioso, na escola, no trabalho e, inclusive, em nosso matrimônio. De fato, a primeira vez que o casamento é mencionado na Bíblia, é descrito como a condição de um homem que deixa seu pai e sua mãe e se une à sua esposa [Gn 2.24]. Assim, o casamento é uma transferência e, em certo sentido, uma continuação do relacionamento que começou com nossos pais. Qualquer pessoa que tenha problemas não resolvidos em seu relacionamento com seus pais entrará no relacionamento conjugal com um sério revés e provavelmente terá problemas em outras áreas de sua vida também [Pv 1.8; 26.2].
Por ser um mandamento do Senhor, honrar nossos pais faz parte do processo para um viver com sabedoria e, assim, desfrutar das bênçãos que Nosso Pai Celestial tem reservado aos Seus [Sl 90.12]. Um relacionamento saudável com nossos pais é a base para bons relacionamentos, paz de espírito e sermos bem-sucedidos em nosso viver. Os filhos precisam obedecer aos pais e nunca os desprezar para não atrair maldição para suas vidas [Pv 1.8].
2.3. O peso da honra. Se honrar produz bênção sobre a vida dos filhos, a desonra certamente trará muitos males [Pv 19.26; Ef 6.1-3]. Rebelar-se contra a autoridade dos pais tem sido algo muito comum em muitos lares em nossos dias. A Bíblia traz um forte alerta para as últimas gerações, onde os filhos se tornariam problemáticos demais [2Tm 3.1-4]. Está claro que Deus considera a desonra aos pais como um dos piores pecados que se possa cometer. Algumas das mais assustadoras maldições do Antigo Testamento são reservadas para os filhos que se rebelam contra seus pais [Lv 20.9; Dt 21.18-19, 21]. Evidente que tais castigos não se aplicam hoje. O apóstolo Paulo ao tratar em suas epístolas sobre o trato dos filhos para com seus pais, o faz no contexto de que tal conduta resulta da nova vida em Cristo (Efésios 6 e Colossenses 3). E, quando menciona os filhos desobedientes, relaciona junto com as demais características de pessoas que estão vivendo em desacordo com os mandamentos de Deus [Rm 1; 2Tm 3].
Os deveres dos filhos passam pela obediência, pela honra, pela proteção aos pais, principalmente quando estes chegam a uma idade mais avançada. Neste contexto, o filho tem o dever de cuidar de seus pais. Os filhos também devem ser estudiosos, trabalhadores, respeitadores, humildes e disciplinados. O filho inteligente não espera sofrer consequências para saber que não obedeceu aos seus pais, que, possivelmente, estavam certos [Pv 1.8].
EU ENSINEI QUE:
Honrar os pais é dar a eles o devido peso de suas autoridades.
3- Lições relevantes acerca da honra aos pais
Deus honra e abençoa os crentes que guardam este preceito de maneira especial. A promessa tem a ver com as bênçãos de Deus e Seu cuidado por nós nesta vida. Afinal, as Escrituras pontuam que obedecer aos pais é a vontade de Deus, é o certo, é agradável ao Senhor [Êx 20.12; Ef 6.1; Cl 3.20].
3.1. A obediência aos pais tende a preservar a vida dos filhos. As crianças que honram e respeitam seus pais aprendem com seus ensinos, experiência e maturidade. Isso resulta em evitar muitos dos erros e falhas mais comuns em vida. A melhor maneira de evitar os erros da infância e da juventude é obedecer a esse mandamento [Pv 4.10-13; 6.20-23] A obediência a este mandamento preserva a vida da família, da sociedade e das nações em geral. A rebelião e a desobediência por parte dos filhos produzem efeitos desastrosos na família, na sociedade e no país em geral. Produz filhos irresponsáveis, negligentes ou desobedientes a todo tipo de autoridade. A obediência a este mandamento preserva também a vida das igrejas. Os crentes que não ensinam seus filhos a obedecerem têm muita pouca chance de seus filhos serem convertidos. Se os filhos não aprendem a obedecer aos pais, pode-se dizer que eles também não aprendem a obedecer a Deus [1 Pe 2.13-17].
Kevin DeYoung (Os Dez Mandamentos, Vida Nova, 2020, p. 97): “Qualquer pessoa do campo das ciências sociais, seja progressista, seja conservadora, tem de reconhecer que estudo após estudo demonstrou o seguinte: o melhor indicador para a saúde na condição de adulto, para passar na escola, ficar fora da prisão, manter-se longe das drogas e evitar a promiscuidade, bem como para qualquer outro padrão benéfico à sociedade, é o que acontece em casa.”. Que o Espírito Santo ajude cada família que tem tido uma experiência de salvação em Jesus Cristo, a ser um agente ativo na formação de uma geração que valoriza a obediência, honra, gratidão, o amor e serviço a Deus e à família. Pois fará a diferença na sociedade e na igreja.
3.2. A autoridade divina é a base de toda autoridade humana. As Escrituras revelam que o Senhor Deus, em Sua soberania, de acordo com o Seu plano para a humanidade, estabeleceu a família, o governo civil e a Igreja. Essas instituições foram ordenadas por Deus e colocadas em posição de autoridade para cumprir propósitos específicos, isto é, para a proteção, bem-estar e bênção dos seres humanos [Rm 13.1-7]. As pessoas que não aprendem a obedecer aos pais, mais tarde têm problemas com todo tipo de autoridade; ou seja, tanto com o governo, quanto com a igreja e especialmente com Deus. Vivemos em um mundo cheio de anarquia e rebelião a nível governamental, eclesiástico e familiar, vemos o caos e a falta de submissão às autoridades estabelecidas por Deus. Por trás desse caos está a falta de submissão a Deus.
Na descrição dos tempos trabalhosos, Paulo destaca a falta de submissão a qualquer tipo de autoridade. Paulo descreve os tais como: “desobedientes aos pais” e como ingratos. Eles têm uma dívida de gratidão para com seus pais, mas não reconhecem. Eles não agradecem a seus pais pelos anos de sacrifício que receberam deles. São pessoas “sem afeto natural”, filhos que não se submetem a nada nem a ninguém. São “amantes de si mesmos, gananciosos e vaidosos”, ou seja, pessoas controladas pelo seu egoísmo e orgulho (2Tm 3.1-4].
3.3. Jesus Cristo: maior exemplo de sujeição e obediência. O título deste subtópico pode causar surpresa. Afinal, Jesus Cristo é Senhor! Contudo, antes de iniciar o Seu ministério na terra, a Bíblia revela que Jesus era submisso a José e Maria, como um filho consciente e cumpridor dos Seus deveres [Lc 2.51]. “Fazendo-se semelhante aos homens” [Fp 2.7] e sendo um judeu, Jesus foi identificado como carpinteiro e filho de carpinteiro [Mt 13.55; Mc 6.3]. Assim, podemos afirmar que Ele passou por várias fases em Seu crescimento e desenvolvimento como outros de Seu tempo. Quando na cruz, sofrendo como o Cordeiro de Deus, não estava indiferente a sua mãe, pois a Bíblia diz: “vendo ali sua mãe” [Jo 19.26]. Ele vê, sabe que ela precisa de cuidados e provê, falando ao discípulo amado para que a recebesse. O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, ressalta que Jesus, “na forma de homem” [Fp 2.8), humilhou-se e foi obediente até a morte.
Bispo Abner Ferreira (Revista Betel Dominical, 1º Trimestre de 2020, Lição 13) escreveu sobre Jesus, durante Seu ministério terreno, ter vivenciado diferentes níveis de relacionamento, inclusive o familiar, “deixando exemplo e instruções aos Seus discípulos sobre tão relevante aspecto da natureza humana nesta terra: o aspecto relacional. De acordo com o plano divino de salvação, o Filho de Deus “se fez carne e habitou entre nós” [Jo 1.14]. Tal acontecimento se deu dentro de um contexto familiar, que incluía uma mulher (Maria), cujo útero abrigou Jesus, um homem (José), esposo de Maria, que atuou como pai após o nascimento de Jesus [Mt 13.55; Lc 4.22], bem como irmãos, que nasceram de Maria e José. Portanto, Jesus experimentou, também, em Sua passagem na terra na “forma de homem” [Fp 2.8], o relacionamento familiar. Assim, Jesus é o nosso maior exemplo também neste nível de relacionamento.”
EU ENSINEI QUE:
As Escrituras pontuam que obedecer aos pais é a vontade de Deus, é o certo e é agradável ao Senhor.
CONCLUSÃO
Considerando que somos discípulos de Jesus e, consequentemente, povo de Deus, que o Espírito Santo ajude a cada filho a obedecer e honrar seus pais, convicto de que são atitudes e condutas corretas e que agradam ao Senhor, como revelado nas Escrituras. E, assim, nossas famílias sejam autênticas agências de promoção de valores que contribuam para uma sociedade mais justa, o bom testemunho cristão e no contínuo processo de edificação da Igreja, para a glória de Deus.
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“Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. (Lucas 6:38)
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