Lição 01: Mensagens proféticas – Deus continua falando | 3° Trimestre de 2023 | EBD BETEL

EBD Revista Editora Betel | 3° Trimestre De 2023 | TEMA: PROFETAS MENORES DO ANTIGO TESTAMENTO – Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação através do Messias. | Escola Biblica Dominical | Lição 01: Mensagens proféticas – Deus continua falando

TEXTO ÁUREO

“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” 2Pedro 1.21

VERDADE APLICADA

A mensagem dos profetas do Antigo Testamento serve como despertamento para o cristão dos dias atuais.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Apresentar quem eram os Profetas
Mostrar os sucessores dos Profetas
Destacar a relevância da profecia para os dias de hoje

TEXTO S DE REFERÊNCIA
2 PEDRO 1

16 Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade.
19 E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vossos corações,
20 Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação;
21 Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA – Dt 18.15-22 A promessa de um grande profeta.
TERÇA – 2Sm 7.1-7 O ministério do profeta Natã.
QUARTA – 2Rs 2.1-8 O ministério do profeta Elias.
QUINTA – 2Rs 4.6-17 O ministério do profeta Eliseu.
SEXTA – Jr 23.9-40 Palavra contra os falsos profetas.
SÁBADO – Mq 3.5-7 Ameaças contra os falsos profetas
HINOS SUGERIDOS 126, 127,151

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que Deus levante pessoas com coragem para anunciar Sua Palavra.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução
1
– Quem eram os profetas?
2– Sucessores dos profetas do Antigo Testamento
3– A mensagem profética
Conclusão

INTRODUÇÃO

Neste trimestre, estudaremos os Profetas do Antigo Testamento, em particular os Profetas Menores. Veremos que eles foram instrumentos de Deus para anunciar Sua mensagem ao Seu povo.

PONTO DE PARTIDA

A mensagem dos profetas desperta o cristão.

1- Quem eram os profetas?

Um profeta era alguém escolhido por Deus para proclamar sua mensagem, apesar de suas limitações e sua humanidade. Mesmo com os avanços tecnológicos e a evolução que experimentamos no presente século, os dilemas em relação à espiritualidade genuína, à ética, à justiça social e às mazelas do ser humano enfrentados pelos profetas encontram-se presentes atualmente, apesar de todo progresso que a humanidade alcançou.

1.1. Diversidade e unidade dos profetas. Os profetas cumpriram sua missão de maneira bem diferente uns dos outros. O profeta Elias, por exemplo, achava que não existia outra pessoa que estivesse buscando a Deus, pois sentiu-se muito isolado no cumprimento da missão [1 Rs 19.10,14]. Os profetas tinham formas bem peculiares para o exercício de seus ministérios; a música, às vezes, era usada para ajudar no trabalho profético [1 Sm 10.5-6; 2Rs 3.15]. Outras vezes, sonhos e visões eram o fundamento para a profecia, no entanto, o profeta Jeremias alerta para o fato de que um sonho ou visão não era garantia que, de fato, a mensagem era da parte de Deus [Jr 23.28-32].

O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “Os sonhos eram valorizados entre os assírios, egípcios e babilônios como um meio de revelação divina. Entretanto, na Lei e na tradição dos israelitas, os sonhos eram analisados com cautela. (…) O caráter dos falsos profetas baseava-se em mentiras e engano. Seu engano era aparente, porque seu objetivo era levar o povo à idolatria com seus sonhos fantásticos, fazendo com que todos se esquecessem de Deus e seguissem Baal.”

1.2 Características dos profetas:
a) Homem de Deus – essas palavras realçam a diferença de caráter e modo de vida entre o profeta e as demais pessoas. Foi assim que a mulher sunamita se referiu ao profeta Eliseu: “Eis que tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus” [2Rs 4.9];
b) Uma chamada específica – a chamada para a missão do profeta vinha de Deus. O profeta comunicava a mensagem de Deus aos homens, sendo ele o homem que, antes de tudo, se apresentou a Deus primeiro [1R s 17.1; 18.15];
c) Perfeita consciência da história – o profeta interpretava os acontecimentos históricos. Os profetas criam que Deus é o Deus da história e nada foge ao Seu controle nos acontecimentos do dia a dia. E, por isso, Sua Palavra é de absoluta confiança;
d) Preocupação ética e social – as injustiças e violências cometidas contra o povo sempre eram denunciadas pelos profetas. Havia uma preocupação com o bem-estar social: por exemplo, Moisés [Dt 24.19-22; Lv 19.9-18] e Amós [Am 2.6-8; 5.11].

O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento (1R eis 17.1): “Após Moisés [Dt 18.15-19], nenhum profeta houve como Elias. O seu nome significa “O Senhor é o meu Deus”. Elias falava de Deus bravamente em meio a todo o vácuo espiritual em que o Reino do Norte jazia nos dias de Acabe, Acazias e Jorão. Profeta por excelência, o seu ministério e o seu posicionamento contra o baalismo local alcançou os maiores círculos governamentais em Israel.”

1.3 Os falsos profetas. A profecia verdadeira se distinguia de outras práticas abomináveis aos olhos de Deus como adivinhação, feitiçaria etc. [Dt 18.10- 12], Também nem todos que usavam ou afirmavam falar em nome de Deus eram reconhecidos no Antigo Testamento como verdadeiros profetas. Algumas vezes, profecias eram ditas em total desacordo com a Palavra de Deus ou a Sua vontade [Jr 23.9-40; Mq 2.6- 11]. Quando um profeta “falar em nome do Senhor, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou” [Dt 18.22], Jeremias enfatizou a mesma verdade: “O profeta que profetizar paz, quando se cumprir a palavra desse profeta, será conhecido como aquele a quem o Senhor, na verdade, enviou.” [Jr 28.9].

O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “O teste de um verdadeiro profeta era o cumprimento de suas palavras. Entretanto, havia um tipo de profecia anunciada que talvez não acontecesse: a do julgamento divino, que poderia ser afastada por causa do arrependimento humano em resposta à proclamação da mesma. Jonas e Miquéias passaram por essa experiência.”

EU ENSINEI QUE:

Deus chamou homens comuns, como você e eu, com personalidades diferentes, em situações bem diferentes, para fazer e anunciar Sua mensagem de maneiras diferentes.

2- Sucessores dos profetas do Antigo Testamento

No Novo Testamento, a revelação de Deus quanto ao plano da salvação foi totalmente escrita e registrada de maneira final, completa e infalível pelos apóstolos. Dessa forma, concluiu-se a revelação dada aos profetas no Antigo Testamento.

2.1 Através de quem Deus continuou a se revelar? Deus continuou a se revelar aos homens, através dos doze apóstolos e do apóstolo Paulo, apesar dos profetas das igrejas locais, como os que havia em Jerusalém, Antioquia e Corinto [At 11.27; 13.1; IC o 14.29]. Diferente do que acontecia no Antigo Testamento, profetizar na Igreja Primitiva era um dom que os cristãos podiam exercer nos cultos, desde que houvesse ordem, segundo os ensinamentos do apóstolo Paulo [1Co 12.10; 14.29- 32], Também tais profecias estavam debaixo da autoridade apostólica [IC o 14.37] e tinham que ser julgadas pelos demais [IC o 1 4 .2 9 ]. Os profetas cristãos das igrejas lo ­ cais não deixaram nada escrito, ao contrário dos apóstolos que foram inspirados para escrever o Novo Testamento [lTs 2.13; 2Pe 3.16], e suas palavras deviam ser recebidas sem questionamentos ou dúvidas, assim como acontecia com os profetas do Antigo Testamento [G1 1.8-9; IC o 14.37].

O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento: “O Senhor se envolveu ativamente na revelação de Sua verdade aos apóstolos e profetas que a escreveram. O Autor da Bíblia é o próprio Deus. Portanto, as Escrituras são verdadeiras em tudo o que afirmam e totalmente fidedignas [lP e 1.20-21]. (…) Veja que Pedro iguala as cartas de Paulo às outras Escrituras, mostrando que considerava as epístolas de Paulo como Palavra de Deus.”

2 .2 . Jesus, o ápice da proclamação profética. Os profetas no Antigo Testamento anunciaram a Palavra de Deus, apontando para Jesus [Hb 1.1-2], No Novo Testamento, Jesus Cristo é apresentado como aquele que realiza o ápice da proclamação profética. Em alguns textos neotestamentários, Jesus foi identificado como profeta [Mt 16.14; 21.46; Lc 7.16; 13.34; 24.19; Jo 6.14; 7.40; 9.17].

O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento (Hebreus 1.1-2): “A expressão muitas vezes se refere a períodos da história do Antigo Testamento, e muitas maneiras se refere aos diferentes métodos que Deus usou para se comunicar, entre os quais visitações, sonhos, sinais, parábolas e acontecimentos [Is 28.10], (…) Jesus é o herdeiro de todas as coisas, pois é o próprio eterno Filho de Deus [Is 9.6- 7; Mq 5.2], (…) O Filho é o Senhor de toda a história. Controla o universo ao longo de toda a história como o Mediador junto ao Pai.”

2.3 Os profetas de ontem ainda falam hoje. Em todas as épocas sempre houve uma grande necessidade de uma mensagem profética que denuncie a corrupção, as injustiças sociais, o abuso de autoridade, o afrouxamento dos padrões de m oralidade e a frieza espiritual do povo de Deus. Esse era o conteúdo das mensagens dos profetas de Deus. Vivemos dias com essa mesma urgência e necessidade. De fato, os profetas de ontem ainda falam hoje.

É oportuno compartilharmos o texto de Robert P. Menzies (Pentecostes – Essa história é a nossa história, CPAD, 2016, p. 34), sobre o chamado profético do povo de Deus: “Um dos grandes pontos fortes do movimento pentecostal é que lê a promessa de Pentecostes contida na citação que Pedro faz de Joel [At 2.17-21] como modelo para a missão da igreja. (…) O Espírito do Pentecostes vem para capacitar cada membro da igreja, cada um de nós, a cumprir nosso chamado profético para ser luz para as nações.”

EU ENSINEI QUE:

O verdadeiro servo de Deus pode e deve denunciar o pecado, embora ame o pecador. Deve também proclamar a verdade, anunciar a justiça e a solução para o mundo, que é Jesus.

3- A mensagem Profética

A grande preocupação do profeta era transmitir fielmente a Palavra que tinha recebido do Senhor e que “permanece para sempre” [Is 40.8]. Os profetas falavam por meio de advertências e encorajamentos concernentes ao presente e ao futuro.

3.1 Os profetas e as Escrituras. Os profetas foram os principais instrumentos usados por Deus para as revelações divinas à forma escrita, tendo produzido um dos mais notáveis documentos espirituais do mundo: o Antigo Testamento. Moisés, o primeiro dos grandes profetas, produziu o Pentateuco e muitos dos salmos de Davi têm natureza profética. Já no Novo Testamento, o livro de Apocalipse é quase todo composto de profecias. O apóstolo João fez muitas declarações proféticas na Bíblia, assim também como Pedro e Paulo, entre outros escritores apostólicos.

Norman L. Geisler e William E. Nix (Introdução geral à Bíblia, Vida Nova, 2021, p. 81-83) comentam sobre o Antigo Testamento todo ser um “pronunciamento profético”: “Os profetas eram a voz de Deus não somente no que diziam, mas também no que escreviam.” Há vários textos bíblicos que registram o Senhor Deus ordenando que Seus servos escrevessem [Êx 34.27; Jr 36.28; Is 8.1; 30.8; Hc 2.2). “Não há por que duvidar, portanto, que os profetas escreveram sim, e o que escreveram era a Palavra de Deus, assim como o que falaram era a palavra de Deus. (…) se o Antigo Testamento todo é um escrito profético, conforme o Novo Testamento confirma que é (cf. 2Pe 1.20), e se todo “escrito profético” provém de Deus, (…) todo o Antigo Testamento é Palavra de Deus.”

3.2 Muito além das previsões. Os profetas, em todos os tempos, ensinam ao povo de Deus como ter um relacionamento genuíno com nosso Criador e nossa responsabilidade para com Ele. A clara compreensão da profecia leva o homem ao conhecimento de Deus e ao entendimento de Sua intenção de se relacionar com a humanidade. Algumas vezes, aconselham entoou confronto com reis e/ou liderança do povo também faziam parte da missão dos profetas. Eram eles que, em muitos momentos, desempenhavam um papel ativo como um estadista nos assuntos nacionais do seu povo. Vemos exemplos disso no ministério de Natã [2Sm 7.1-7; 12.1-15]; de Isaías [2Rs 19.1-7, 20-37; 20.4-11 ]; e de Eliseu [2Rs 5.11-14].

José Gonçalves (O carisma profético e o pentecostalismo atual, CPAD, 2021, p. 87) escreveu sobre o Carisma Profético no contexto moral: “Convém dizer que a ética é um tema bem presente nos antigos profetas hebreus. Tanto os profetas literários quanto os não literários deram uma profunda conotação moral às suas mensagens. Elias e Eliseu estão inseridos dentro dessa tradição. Dizendo isso de uma outra forma: o que os profetas diziam e faziam estava carregado de valores ético-morais. As suas mensagens e oráculos serviam de parâmetro entre o bem e o mal, entre o certo e o errado. A noção de valor, portanto, permeia o discurso profético.”

3.3 Ecos dos profetas para os dias de hoje. Os profetas falaram sobre a hipocrisia nos cultos, a violência, a exploração dos mais fracos, a corrupção de juízes, a decadência moral, o desamparo dos socialmente desassistidos, o pecado no meio do povo e entre sua liderança em todas as áreas, enfim todas as mazelas que destroem a família e a sociedade como um todo em nosso mundo pós-moderno.

Isaías escreveu sobre a generalizada inversão da moralidade nestes termos: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal! Que fazem da escuridade, luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce, amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes diante de si mesmos!” [Is 5.20-21], E essa é a atual situação de muitas famílias e nações! Estamos ficando cada vez mais moralmente enfermos à medida que os pais, responsáveis, líderes e educadores vão perdendo a capacidade de diferenciar corretamente entre o certo e o errado e, consequentemente, influenciando e formando toda uma geração que tende a seguir e adotar tais atitudes.

EU ENSINEI QUE:

O profeta denuncia o pecado, mas também aponta para a misericórdia e o perdão de Deus.

CONCLUSÃO

Deus escolheu homens comuns do povo, para propagar Sua mensagem, capacitando-os com poder e autoridade perante Seu povo. Ainda hoje, Deus continua a chamar e capacitar pessoas que estejam comprometidas com a expansão do Seu Reino entre os homens.

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