EBD Betel | 4° Trimestre De 2021 | Tema: Efésios – Uma Exposição sobre as Riquezas da Graça, Misericórdia e Gloria de Deus | Lição 10: O Novo Homem e sua Conduta diante do Mundo | Escola Biblica Dominical
TEXTO ÁUREO
“E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade Efésios 4.24
VERDADE APLICADA
Nosso comportamento pode influenciar a fé de nossos ouvintes, tanto de modo positivo, quanto negativo.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Discorrer acerca da nova vida em Cristo.
Ensinar acerca das coisas que não devemos praticar.
Apresentar os cuidados com a nova vida.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
EFÉSIOS 4
- E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade do seu sentido,
- Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração,
- Os quais, havendo perdido todo sentimento, se entregaram à dissolução, para, com avidez, cometerem toda impureza.
- Mas vós não aprendestes assim a Cristo,
- Pelo que deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Jo 8.44 O diabo é pai da mentira.
TERÇA / Rm 6.6 A graça nos livra do poder do pecado.
QUARTA / 1Co 3.16 Somos templo do Espírito Santo.
QUINTA / Gl 5.16-22 As obras da carne e o fruto do Espírito.
SEXTA / Cl 3.8-10 É preciso despojar-se do velho homem.
SÁBADO / 1Ts 5.22 É preciso abster-se de toda aparência do mal.
HINOS SUGERIDOS 37, 285, 394
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore a Deus para que o fruto do Espírito se desenvolva em sua vida.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1- Uma vida nova exige um novo proceder
2– Novo homem, nova forma de vida
3– Os cuidados com a nova vida
Conclusão
INTRODUÇÃO
A ênfase de Paulo agora é sobre a relevância da nossa conduta diante daqueles que não são cristãos. A nova vida gerada pela habitação do Espírito Santo deve produzir no cristão um novo comportamento.
PONTO DE PARTIDA
Nova vida, novo proceder.
1- UMA VIDA NOVA EXIGE UM NOVO PROCEDER
Paulo fala de padrões de vida opostos um ao outro. Os gentios cristãos tinham sido pagãos e ainda viviam no mesmo ambiente. O alerta era para não viver mais segundo os antigos padrões, ainda que todos em derredor deles continuassem a fazer.
1.1. Não andeis mais como andam também os outros. Ao descrever os pagãos, Paulo diz que eles andam na vaidade dos seus próprios pensamentos, e acrescenta que estão obscurecidos de entendimento, atribuindo sua alienação de Deus ao modo ignorante em que vivem. Para o apóstolo era importante que seus leitores pudessem compreender a diferença que havia entre o que eles foram e o que representavam a partir de suas conversões. Os pagãos eram pessoas naturais, que viviam uma vida descompromissada, e estavam muito aquém da verdade, agora conhecida por aqueles que foram alcançados pela graça. Além disso, o apóstolo fez questão de lembrar-lhes a base teológica sobre a qual essa mudança se alicerçava, que era Cristo [Ef 4.20-21].
Subsídio do Professor: Paulo faz um apelo a seus filhos na fé para que sigam pelas dimensões do novo caminho da vida cristã e abandonem o estilo de vida anterior. Ele traça um resumo do que considera como características essenciais da vida pagã, os quais se ocupam de coisas vazias e carentes de importância. Aqui vemos como uma mente vaidosa pode conduzir o ser humano à cegueira e a distanciar-se cada vez mais de Deus pelo endurecimento de seu coração e por sua vaidade.
1.2. Despojando-nos do velho homem. Existe uma fabulosa diferença entre o homem natural e o homem espiritual [1Co 2.14-16]. E Paulo faz alusão à origem das trevas nas mentes pagãs. Pois, sendo o próprio Deus a luz, e estando continuamente falando com a humanidade, essas trevas possuem uma fonte originária: a dureza do coração humano [Ef 4.18]. “A palavra que Paulo usa para a petrificação dos corações é: “porosis”. Porosis vem de poros, que originariamente fazia referência a uma pedra mais dura que o mármore” (BARCLAY, 1984). O andar de uma nova criatura é um andar santo, inspirado pelo Espírito Santo e alicerçado na Palavra de Deus. A nova vida exige que os hábitos da velha natureza sejam retirados e que andemos a cada dia em novidade de vida [Rm 6.4, 6].
Subsídio do Professor: O que é uma pessoa sem Cristo? É uma pessoa cujas realidades espirituais não podem jamais serem compreendidas porque está entenebrecida pelas trevas [Ef 4.18]. Estar “entenebrecido no entendimento” significa ter perdido toda a percepção real de Deus [At 26.18; Ef 5.8; 1Ts 5.4-5]. Uma mente vazia, desprovida de qualquer restrição moral e toda razão da verdade, é um terreno fértil para semear todos os tipos de pensamentos e conduta desviada. Em contrapartida, o Senhor nos convida a meditar e encher nossa mente com a Sua Palavra [Js 1.8]
1.3. Revestindo-nos do novo homem. O pecador é aquele que vive tanto sem o senso moral, quanto sem o senso espiritual. Através da pessoa do Espírito Santo, nos tornamos novas criaturas, e toda a maldição, juntamente com todo o lixo da natureza pecaminosa, foi cravada no madeiro. Aqui os leitores de Paulo são convidados a despojarem-se da vida passada como alguém que se despoja de uma velha roupa, que com o passar do tempo já não se ajusta mais ao corpo [Ef 4.22; Cl 3.8-10]. É como se alguém com vinte anos vestisse uma camisa de quando tinha cinco anos. Esta roupa não lhe cairá bem, e será motivo de chacota. Na nova vida, nada da velha se aproveita [2Co 5.17]. A ideia é vestir-se da justiça e da santidade que Deus os pode dar.
Subsídio do Professor: Fomos regenerados Subsídio do Professor: Fomos regenerados pelo Espírito Santo [Tt 3.5]. A Bíblia nos ensina que o novo homem é criado segundo Deus, em justiça e santidade, e é nesse padrão de vida que deve permanecer, mesmo que ao derredor todos pratiquem o contrário [Ef 4.24]. Esse novo homem deve se manifestar nas ações e no caráter cristão, sendo a cada dia nutrido pela Palavra e renovado pela presença do Espírito Santo. Warren Wiersbe: “O cristão não pode seguir o exemplo do incrédulo, pois experimentou o milagre de ser ressuscitado dentre os mortos. Sua vida tem propósito e não é fútil, e sua mente encontra-se repleta da luz da Palavra de Deus.”
EU ENSINEI QUE:
Não devemos viver mais segundo os antigos padrões, ainda que todos em derredor continuem a fazer.
2- NOVO HOMEM, NOVA FORMA DE VIDA
Aprendemos que quando alguém se torna cristão deve despojar-se de sua vida antiga assim como se despoja de um objeto que não usará futuramente. Agora veremos aquilo que deve desaparecer da vida cristã.
2.1. Devemos abandonar uma vida mentirosa. A palavra grega usada para “mentira” é “pseudo”, que pode representar qualquer tipo de desonestidade ou falsidade proferida ou vivida. Uma das características da nova vida em Cristo é a “verdade”, pois estamos em Cristo, e Ele é a verdade [Jo 14.6]. A mentira não se aplica a essa nova vida, sabemos de onde ela se origina e quem é seu pai [Jo 8.44]. A mentira pode ser tanto proferida, quanto vivida nas atitudes diárias de uma pessoa. Sempre que dizemos a verdade, o Espírito de Deus opera, mas sempre que contamos uma mentira, Satanás entra em ação. O motivo pelo qual devemos viver em verdade é que sendo membros do Corpo de Cristo, não podemos edificá-lo sem a verdade [Ef 4.15-16].
Subsídio do Professor: Há um ditado que diz que a “mentira” tem pernas curtas, ou seja, mais cedo ou mais tarde, a verdade virá à tona, e o resultado sempre será de tristes consequências porque mentira é sempre mentira e não condiz com a vocação que fomos chamados [1Jo 2.21]. Devemos ter em mente que ficará de fora da cidade celestial “todo aquele que ama e pratica a mentira” [Ap 22.15]. Evidente que não se refere ao que já disse ou viveu uma mentira em algum momento, mas àquele que não se converteu e continua controlado por ela e vivendo em mentira.
2.2. Podemos nos irar, mas não devemos pecar. Avaliando as significações do contexto que Paulo está falando, veremos que “irai-vos” se apresenta numa forma permissiva. Todavia, o final do texto (e não pequeis) tem um sentido negativo. Como concordam os mais laureados comentaristas do Novo Testamento, existe um tipo de ira permitida, um tipo de indignação justa que deve ser avaliada sob o ponto de vista moral e espiritual, a ira que surge como reação natural contra toda e qualquer forma de pecado ao nosso derredor. O grande problema aqui não é irar-se, é permitir que esse sentimento nos domine e venhamos dar ocasião ao inimigo para pecar [Ef 4.26-27]. Sabemos que a ira é uma obra da carne [Gl 5.20]. Por isso devemos andar em Espírito [Gl 5.16].
Subsídio do Professor: Como seres humanos estamos sujeitos aos mais variados sentimentos e reações emocionais. O que precisamos ter em mente é não ser dominado por nenhum deles. Não estamos livres de não nos irar, mas devemos nos assegurar que essa “ira” esteja livre de malícia ou desejo de vingança. Por isso, o alerta: “não pequeis”; somos alertados também a não deixar que esse sentimento se armazene, pois pode virar raiz de amargura. Daí o alerta: não se ponha o sol sobre a vossa ira [Ef 4.26]; e, por fim, “não dar lugar ao diabo” [Ef 4.27]. Como fez com Caim, o diabo sempre está atento às variadas situações para tirar proveito e conduzir a pessoa à queda.
2.3. Não devemos dar lugar ao diabo. O diabo é perseverante e incansável. Sempre cheio de artimanhas astutas com as quais procura desvirtuar o crente de sua jornada rumo à salvação. Por que somos alertados a não dar lugar ao diabo? [Ef 4.27]. Porque ele rapidamente aproveitará a oportunidade para mudar nossa indignação, seja ela justa ou injusta, em agravo, rancor, fonte de ira, resistência ao perdão. Dar lugar é abrir a porta para que o diabo entre em nossas vidas e faça uma verdadeira arruaça. Nenhum lugar deve ser concedido, nenhuma entrada, nenhuma brecha deve ser deixada para que tire proveito e alcance seus propósitos sinistros. Portanto, devemos manter constante vigilância, permanecer firmes e resisti-lo [1Pe 5.8-9; Ef 6.11; Tg 4.7].
Subsídio do Professor: O ofício do diabo é roubar, matar e destruir, isso não vai mudar até que o fim de todas as coisas se cumpra, portanto, é imprescindível que estejamos sempre vigilantes. É incontável o número dos servos de Deus que por falta de vigilância permitiram que o diabo entrasse e arruinasse suas vidas. Não adianta estar somente com a casa varrida e adornada, ela deve estar ocupada [Mt 12.44]. É preciso que perseveremos em vigilância e oração para não sermos surpreendidos e estarmos fortalecidos diante dos ataques do inimigo e das situações adversas [Mt 26.41; Mc 14.38; Ef 6.18].
EU ENSINEI QUE:
Devemos abandonar uma vida mentirosa. Podemos nos irar, mas não devemos pecar. E não devemos dar lugar ao diabo.
3- OS CUIDADOS COM A NOVA VIDA
Neste ponto aprenderemos acerca de alguns cuidados especiais que devemos ter em nossa caminhada cristã, para que afastemos de nosso caminho atitudes e ações desagradáveis.
3.1. Não entristecer o Espírito Santo. Com essa expressão, Paulo deseja imprimir em nossa mente que fora de Deus não podemos ser salvos; pois tudo aquilo que existe de bom em nossas vidas tem sua origem na pessoa do Espírito Santo. É Ele que transmite vida e, também, a sustenta. Ele faz com que ela se desenvolva e chegue ao destino. Ele é, portanto, o autor de toda a virtude cristã, de todo o bom fruto. Por isso, sempre que o crente contamina sua alma, dando origem a pensamentos enganosos ou sugestões de vingança, ganância ou sujeira, ele está entristecendo o Espírito Santo. Isso se torna ainda mais real, porque o Espírito habita no coração dos crentes, fazendo deles o seu santuário, o seu templo [Ef 2.22; 1Co 3.16-17; 6.19].
Subsídio do Professor: É preciso cuidado para não entristecermos o Espírito Santo. Afinal somos Sua habitação. Sendo assim, qualquer ato físico que possa profanar o templo de Sua habitação, que é o nosso corpo, poderá entristecê-Lo. Uma das razões pelas quais não devemos entristecê-Lo é porque fomos selados por Ele para o dia da redenção e nos tornamos Sua propriedade. Ele pôs em nós não somente Sua marca, mas também Suas características, portanto, tudo que é impróprio ao “novo homem” entristece o Espírito Santo.
3.2. Removendo de si as manifestações pecaminosas. A nova vida produzida pelo Espírito Santo deve gerar no crente novos hábitos. Todo amargor, ira, cólera, gritaria, blasfêmias, e toda a malícia, devem ser tiradas de nosso convívio. Quando essa classe de vida avessa se evidencia na vida cristã, revela que determinada pessoa ainda não experimentou uma conversão real. Se já nos despimos do velho homem, por que ainda usar as vestes de mortos? [Rm 6.6; Ef 4.22, 24-31; Cl 3.9]. A expressão “sejam tiradas dentre vós” é no grego um imperativo que requer uma ação única e decisiva para que o Espírito Santo não seja entristecido. Ou seja, uma decisão concreta deve ser tomada para que todos esses pecados sejam tirados de nossas vidas.
Subsídio do Professor: Paulo nos apresenta uma série inteira de atitudes e ações desagradáveis que devem ser lançadas longe de nós. Não é comum à nova vida um espírito amargoso, furioso, hostil; que difama as pessoas, malicioso ou descompassado. Quando uma pessoa recebe a Cristo como seu Salvador, se espera ver mudanças tanto em sua forma de agir, quanto de falar. Como bons filhos, devemos permitir que o Espírito Santo desenvolva Seu fruto em nossas vidas [Gl 5.22].
3.3. Benignos uns para com os outros. Aqui temos a cortesia cristã. Isso nos fala de um afeto profundo e maduro. Todos nós conhecemos cristãos com esse caráter que expressam seus sentimentos com seus gestos e demonstrações de afeto. Misericórdia é o aspecto compassivo da pessoa gentil. Ser benigno é ser: bondoso, útil, amoroso, gentil. Barclay escreve que “é a disposição mental que pensa nos interesses do próximo, como faz com os seus próprios”. A benignidade sempre olha para fora, não para dentro, preocupa-se dos pesares, lutas e problemas de outros como dos próprios. Faz com que perdoemos a outros como Deus nos perdoou [Ef 4.32; Cl 3.12-15].
Subsídio do Professor: Todo aquele que é gerado pelo Espírito, também porta consigo Suas mesmas qualidades. Benignidade, misericórdia e perdão são indispensáveis ao cultivo da vida nova em Cristo. “Desta maneira e numa só sentença, Paulo estabelece a lei de relação pessoal, que nos ensina que devemos tratar a outros como Cristo nos tratou” (BARCLAY, 1984). Aprender a perdoar e a esquecer é um dos segredos da vida cristã feliz [Cl 3.12-15].
EU ENSINEI QUE:
Devemos ter alguns cuidados especiais em nossa caminhada cristã, para que afastemos de nosso caminho atitudes e ações desagradáveis.
CONCLUSÃO
Nosso discurso nada vale diante de um comportamento avesso. O pecador não tem nada a ver com Deus, mas sabe perfeitamente quando também não temos. A nova vida requer novas atitudes e comportamentos coerentes.
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