Lição 11: Os Planos de Deus nos Sonhos de José | 2° Trimestre de 2023 | EBD BETEL

EBD Revista Editora Betel | 2° Trimestre De 2023 | TEMA: GÊNESIS – A segurança de viver pela fé nas promessas de Deus | Escola Biblica Dominical | Lição 11: Os planos de Deus nos sonhos de José

TEXTO ÁUREO

“O coração com saúde é a vida da carne, mas a inveja é a podridão dos ossos.” Provérbios 14.30

VERDADE APLICADA

Não devemos compartilhar com qualquer pessoa as coisas que Deus tem revelado a nosso respeito.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Mostrar a diferença entre amor e afinidade.
Ensinar que a vida é determinada por Deus.
Conscientizar que José foi preservado por Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
GÊNESIS 37

2- Estas são as gerações de Jacó: Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; e estava este mancebo com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia uma má fama deles a seu pai.
3- E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.
4- Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no e não podiam falar com ele pacificamente.

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA / Gn 39.21-23 Deus estava com José na prisão.
TERÇA / Gn 42.21-24 Os irmãos de José reconhecem sua culpa.
QUARTA / Sl 105.7-21 Deus guardou o Seu pacto com os patriarcas.
QUINTA / Pv 4.23 Devemos guardar o nosso coração.
SEXTA / Is 41.8-11 Deus cuida dos Seus filhos.
SÁBADO / At 7.9-10 Deus era com José.
HINOS SUGERIDOS: 377, 409, 459

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore para que Deus nos proteja de pessoas invejosas.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução
1
– José: amado e odiado.
2– Sonhos que parecem se tornar pesadelos
3– Preservado pela misericórdia
Conclusão

INTRODUÇÃO

Veremos na presente lição que o turbulento contexto familiar de José não foi capaz de corrompê-lo, destruí-lo e fazê-lo abandonar a fé no Deus Todo-Poderoso. O plano de Deus continua se desenvolvendo, mesmo lidando com seres humanos falhos, débeis e limitados.

PONTO DE PARTIDA

Nossa vida é projetada por Deus.

1- José: amado e odiado

Não devemos confundir o amor dos pais com o sentimento de afinidade por certos filhos. O amor tem a ver com a filiação. A afinidade tem a ver com relacionamento.

1.1. O filho predileto. O primogênito era geralmente o filho querido do pai, por ser a expressão do seu vigor masculino. Mas, no caso da família de Jacó, o pai amava mais a José, que nasceu de Raquel, aquela que Jacó amou quando chegou a Harã. José era o primogênito de Raquel, quando Jacó já era mais avançado em idade [Gn 37.3]. Esta predileção de Jacó por José lhe rendeu uma túnica colorida de presente e o ódio mortal pela inveja de seus irmãos [Gn 37.4]. A Bíblia está cheia de histórias de como a manifestação da predileção de pais por seus filhos gera conflitos sérios entre os irmãos. Ainda que um pai ou mãe possa ter mais afinidade com determinado filho, deve ter muita sabedoria para não passar a ideia de que ama um mais que outro. Algo desnecessário, mas que revela bem o coração humano em sua necessidade de aceitação e como pode responder à rejeição.

Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Champlin: “A história de um jovem de dezessete anos de idade, que foi vendido como escravo, de nome José, prepara-nos para entender como foi que o povo de Israel (embora já estivesse na Terra Prometida a Abraão), acabou migrando para o Egito, onde se multiplicou, no exílio. A Moisés caberia, cerca de duzentos e cinquenta anos mais tarde, tirar Israel desse exílio e conduzi-lo de volta à Terra Prometida.”

1.2. O irmão odiado. Os escritores da Bíblia não registraram apenas os aspectos pacíficos e positivos do contexto de vida daqueles que foram escolhidos por Deus no desenvolvimento de Seu plano de redenção. Há, também, ódio, inveja, problemas no relacionamento familiar, competição. Vemos que na família de Jacó, com a chegada dos filhos de diferentes mulheres, a harmonia ficou abalada [Gn 37.4]. O relacionamento tornou-se um barril de pólvora. Tudo o que vinha de José agora era motivo de desprezo dos seus irmãos. Não tinha necessariamente a ver com alguma provocação de José. Ser o preferido do pai já era motivo para o ódio que passou só a aumentar dentro deles. José poderia até se perguntar: Por que me tratam assim? Mas nada que ele pudesse fazer poderia mudar isso. Sua existência é o próprio motivo do problema dos seus irmãos.

Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Moody: “José, o filho mais velho de Raquel, era o predileto de seu pai Jacó. Por causa disso e por outros motivos ele ficou prejudicado diante dos seus irmãos. De um lado, ele reagia fortemente contra o comportamento imoral e contrário à ética dos seus irmãos, denunciando-os ao seu pai e, assim, levando a fama de intrigante. Para piorar ainda mais a situação, seu pai lhe deu túnicas reais, com longas mangas esvoaçantes, o que o destacava como o mais favorecido do grupo. Deduzimos naturalmente que Jacó havia escolhido José como aquele através do qual as bênçãos divinas continuariam. Além disso, José tinha sonhos que apontavam para sua futura e destacada grandeza, e ele contava seus sonhos aos seus irmãos.”

1.3. Um sonho intimidador. José teve um sonho que veio a piorar ainda mais a situação. Imaturo para a vida e ingênuo em relação à maldade humana [Gn 37.2,14], contou o que viu [Gn 37.5]. É possível que José, até este momento, não tivesse sabedoria para discernir o que Deus estava revelando para ele nos sonhos. Mas seus irmãos, sim. Já desconfiados sobre o futuro do clã, deduziram com rapidez o que aqueles sonhos poderiam significar. No sonho os feixes de trigos dos seus irmãos se dobravam diante do feixe de trigo de José, que estava em pé [Gn 37.7]. Não há como saber se os irmãos de José interpretavam o sonho como sendo um desígnio de Deus. É mais provável que pensassem ser um desejo de José ser o líder da família. Esta revelação despretensiosa, porém, intimidadora, gerou mais antagonismo ainda.

Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Moody: “Em sua conversa ingênua, (José) acendeu o fogo da inveja e do ódio assassino. Mas Deus tinha em mente algumas bênçãos maravilhosas para o rapaz, conforme o tempo revelaria. José deveria ter sido aconselhado sobre como lidar com criaturas imperfeitas que se ressentiam com os seus modos e o seu ar de superioridade (como eles achavam). Como ele precisava de um conselheiro sábio! Aparentemente Jacó o amava tão ardente e tão cegamente que não era capaz de orientá-lo sabiamente.”

EU ENSINEI QUE:

A simplicidade deve andar de mãos dadas com a sabedoria.

2- Sonhos que parecem se tornar pesadelos

A infantilidade pode nos fazer determinar supersticiosamente a vida por sonhos bons e maus. Mas, para quem crê em Deus, sabe que a vida não é determinada por sonhos, mas por Deus.

2.1. O sonho de José: desejo pessoal ou revelação de Deus? É muito comum e popular ouvir pregadores falando de todas as questões do sonho de José como se seus sonhos fossem desejos do seu coração. Desejos de viver e realizar coisas. A narrativa do texto bíblico não fala nem insinua nada disso. Pregadores chegam a usar frases de efeito baseado nesta ideia, dizendo: “Não desistam dos seus sonhos”. Mas a verdade é que os sonhos de José não eram fruto de ambição humana, mas, sim, revelação dos planos de Deus quanto ao futuro da família. E Jacó começa a considerar isso [Gn 37.9, 11]. Eram planos de Deus que incluíam a vida de José e seus irmãos, que, conforme se percebe, inicialmente fizeram da sua vida um inferno.

Subsídio do Professor: É preciso remover o romantismo e intenções estranhas ao texto sagrado para não dizer pela Bíblia o que Deus nunca quis que disséssemos. Os sonhos de José foram claramente revelações de Deus a respeito do seu futuro. Não um futuro que Deus previa, mas um futuro que Deus iria construir segundo Seus propósitos. Cada peça do quebra-cabeça divino está seguindo seu rumo. Algumas dessas peças humanas sofrem, outras fazem outros sofrer. Mas Deus nunca perde o controle e tem objetivos maiores à frente.

2.2. O medo da própria maldade. A preferência de Jacó por José mudou a relação dos seus irmãos com ele. Os dois sonhos que Deus concedeu a José e este contou aos seus irmãos tornaram a relação odiosa, ciumenta e perigosa. No seu segundo sonho, Deus está revelando que José alcançará grande destaque em relação à sua família [Gn 37.9-11]. O problema não eram as ambições de José. Ele não as tinha. Mas as ambições dos seus irmãos. Pessoas que possuem uma ambição tóxica veem todo mundo como ameaça. Olham a todos com desconfiança esperando delas o mal que são capazes de fazer a outros. José estava experimentando oposição como resultado do ódio por parte dos próprios irmãos.

Subsídio do Professor: O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “Neste trecho, até mesmo o pai (Jacó) se sentiu insultado por causa da atitude de José. Ele podia ter contado a respeito de seu sonho com mais cuidado. Resultado: Seus irmãos, pois, o invejavam, seu pai, porém, guardava este negócio no seu coração. Apesar de a princípio ter interpretado as palavras de seu filho como uma afronta, Jacó considerou que os sonhos de José eram um claro anuncio de Deus (compare com Lucas 2.19).”

2.3. A imprudência de demonstrar preferência entre os filhos. Jacó não consegue perceber como sua predileção explícita está pondo em risco a vida do seu preferido. Não percebe o ódio dos irmãos contra José e, por isso, o envia, sem saber, a uma emboscada que pode lhe custar a vida [Gn 37.12-14]. Se Jacó tivesse neste caso a sensibilidade necessária, saberia que as coisas não estavam nada bem na sua família. A aparente harmonia externa não significa que tudo está bem. Todas as guerras exteriores começam no interior do coração [Tg 4.1-2]. E os homens se tornaram muito bons em esconder o que sentem e como são por dentro. Tanto que às vezes conseguem enganar até a si mesmos.

Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Champlin: “Sendo menos amados, eles odiavam. O amor é o poder maior, na terra ou no céu. Ser alguém menos amado pode levá-lo ao ódio e a atos de destruição. Jacó via Raquel em José. Ademais, desde a infância, sem dúvida, José era dotado de um caráter espiritual e moral superior. E isso fez Jacó ver nele o que ele mesmo gostaria de ser, mas que não era. E assim, fixou-se em José; e seus meios-irmãos tinham plena consciência do fato. E assim, todo sinal de favoritismo paterno só servia para aumentar mais ainda o ódio deles.”

EU ENSINEI QUE:

Os sonhos de José não eram ambições, aspirações e planos pessoais. Eram planos de Deus que Ele resolveu revelar àquele menino.

3- Preservado pela misericórdia

O coração humano é um abismo escuro de pecado capaz de esconder as maiores podridões da alma caída. Quando nasce algum sinal de piedade, podemos ter certeza de que Deus está por trás disso.

3.1. Homicídio premeditado. José não precisou fazer nenhum tipo de provocação, de atitude aversiva ou atos que prejudicassem os seus irmãos. A inveja e o ódio dos seus irmãos já tornavam sua presença com vida insuportável [Gn 37.18]. Os sonhos de José, e não mais a predileção de Jacó, eram o foco de revolta agora [Gn 37.19]. O compartilhamento de tais piorou ainda mais a relação. Talvez chegassem a acreditar que, misticamente, matando o sonhador, matariam seu sonho. Ou seja, estava eliminando qualquer chance deste sonho maluco acontecer. Mas é mais provável que estavam simplesmente cegos pela inveja. Em seus corações José já estava morto. Então criam um plano [Gn 37.20].

Subsídio do Professor: A inveja é um sentimento deprimente no coração humano, pois é o ódio pelo que é bom no outro ou que é bom para o outro. Ou seja, não apenas o mal no outro que provoca o mal na gente. O bem alheio vivido também incomoda o coração invejoso. O mesmo tipo de pecado nasceu no coração de Caim quando Abel, seu irmão, só fez o bem e o correto. Não conseguir fazer o certo com a mesma qualidade faz do outro um motivo de desprezo. Se a inveja não for morta no coração do invejoso, ele provavelmente vai desejar matar seu objeto de inveja.

3.2. A misericórdia salvadora. Mesmo que a inveja pudesse também estar no coração de Rúben, ele não estava disposto a levar isso ao ponto de matar o próprio irmão [Gn 37.21]. Sua atitude de misericórdia preservou a vida de José. Rúben sabe que, com Jacó, José estaria seguro [Gn 37.22]. Mas o que vemos neste parêntese não é simplesmente a misericórdia de Rúben, irmão de José, mas de Deus em proteger-lhe a vida. Caso Deus deixasse o corrupto coração humano seguir seu plano, de fato, as intenções malignas se concretizariam em ações de destruição. Portanto, ainda que Deus não vá livrá-lo de sofrimentos por causa do que planeja para José, está decidido a preservar sua vida. A fala limitadora de Rúben nos faz lembrar de Deus falando a Satanás sobre Jó [Jó 1.12]. Sermos escolhidos para os propósitos de Deus não significa que não sofreremos. Mas os limites do nosso sofrimento são sempre determinados por Deus.

Subsídio do Professor: O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “Não derrameis sangue. Rúben quis poupar a vida de José. Então, convenceu seus irmãos a jogar José em um poço. Em um poço sem água, José só conseguiria sobreviver alguns dias. Contudo, Rúben planejava resgatá-lo na hora certa. O primogênito de Jacó foi provavelmente motivado pelo amor ao seu pai e pelo desejo de facilitar o relacionamento estremecido com este por causa de seu abuso com Bila [Gn 35.22; 49.4]. Depois que Rúben convenceu seus irmãos a não matarem José, ele partiu (v. 29).”

3.3. Um pai em luto. Ao invés de matar José, o lançam numa cova, e, por sugestão de Judá, o vendem a mercadores de Midiã que iam para o Egito [Gn 37.23-28]. Mas eles ainda precisariam responder a Jacó que fim teve José. Eles não estão, porém, preocupados em magoar Jacó, seu pai. Estão preocupados em não levar a culpa. A inveja e o ódio eram mais poderosos do que o amor por seus pais. Mas embora José esteja vivo, Jacó sofre seu luto de forma inconsolada [Gn 37.31-36]. Uma túnica ensopada de sangue foi o objeto dilacerador do coração de Jacó. Como a imaginação é poderosa. Quantas coisas horríveis Jacó pensou sobre como poderia ter sofrido seu predileto. Porém, Deus está conduzindo Seu plano na mais perfeita ordem e o que agora é luto, se transformará em júbilo e gratidão.

Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Champlin: “O coração do pai se partiu, e assim, em ato reflexo, Jacó rasgou suas vestes. A túnica preciosa, seu presente especial, tornou-se mensageira de agonia. Somos levados a relembrar a túnica inconsútil de Jesus, que se tomou objeto de um jogo, para se saber com qual soldado romano ela ficaria (Jo 19.23-24). Ambas as vestes se tornaram emblemas de tristeza e de aparente derrota. ‘Assim como a túnica estava rasgada, assim também deve estar despedaçado o corpo de José, meu filho amado! E assim pensando, Jacó rasgou suas vestes’ (Adam Clarke, in loc.).”

EU ENSINEI QUE:

A maldade humana não é um acidente nem um deslize humano. É o coração caído seguindo seu curso natural. Somente pela misericórdia de Deus, este curso natural maligno é sempre interrompido pela graça.

CONCLUSÃO

O estudo sobre a vida de José atesta a relevância de atentarmos para ações que devemos adotar visando construir um ambiente familiar saudável; a necessidade de perseverarmos no cultivo dos valores bíblicos mesmo num ambiente adverso; e a confiança de que Deus é poderoso para levar adiante o Seu perfeito e maravilhoso plano.

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