EBD Revista Editora Betel | 1° Trimestre De 2023 | TEMA: O EVANGELHO DE MARCOS – O Servo e a missão no serviço da obra de Deus | Escola Biblica Dominical | Lição 03: Particularidades do Servo
TEXTO ÁUREO
“Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão comigo e não têm o que comer.” Marcos 8.2
VERDADE APLICADA
Como discípulos de Cristo precisamos, também, no poder do Espírito Santo, testemunhar com palavras as ações e aspectos do caráter de Cristo.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Falar acerca da identidade de Jesus
Mostrar que a autoridade de Jesus está acima de tudo.
Destacar a compaixão de Cristo
TEXTOS DE REFERÊNCIA
MARCOS 8
1- Naqueles dias, havendo mui grande multidão e não tendo o que comer, Jesus chamou a si os seus discípulos, e disse-Ihes:
2- Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão comigo e não têm o que comer.
3- E, se os deixar ir em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns deles vieram de longe.
6- E ordenou à multidão que se assentasse no chão. E, tomando os sete pães e tendo dado graças, partiu-os e deu-os aos seus discípulos, para que os pusessem diante deles; e puseram-nos diante da multidão.
LEITURA COMPLEMENTARES
SEGUNDA Mc 10.45 Jesus se tornou Servo para nos salvar.
TERÇA Lc 10.19 O Servo Jesus nos deu autoridade.
QUARTA Jo 5.19 Jesus fez a vontade do Pai
QUINTA Rm 13.1 A autoridade de Cristo foi instituída por Deus.
SEXTA 1 Jo 3.17 Compaixão, amor a auxilio ao próximo.
SÁBADO 1 Jo 5.5 Jesus a Filho de Deus.
Hinos Sugeridos: 141, 253, 484
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que possamos desenvolver os atributos que há em Cristo.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1- A identidade do Servo
2– A autoridade do Servo
3– A compaixão do Servo
Conclusão
INTRODUÇÃO
Veremos na presente lição que o conhecimento acerca de Jesus Cristo, durante Seu ministério terreno, se deu progressivamente. Enfatizaremos dois aspectos da identidade do Servo sofredor que se destacam no evangelho de Marcos: Autoridade e Compaixão.
PONTO DE PARTIDA: O Servo é o Filho de Deus
1- A identidade do Servo
Podemos dizer que a identidade de uma pessoa é o que a faz ser distinta de todos: a cidade onde nasce, nome, sobrenome, quem são seus avós, quem são seus pais, quem são seus irmãos, sexo, impressão digital, data de nascimento. Assim, nossa identidade nos faz pessoas únicas. Diante dessa certeza iremos ver no evangelho de Marcos a apropriada identidade de Jesus.
1.1. Muitos não conheciam a identidade do Servo. Servir a Cristo também implica em conhecê-lo. A despeito deste pensamento, a melhor forma de conhecer mais sobre Ele é por meio do estudo das Santas Escrituras, em particular o Novo Testamento, que descreve a Sua história e como Ele morreu na cruz por nós. Podemos dizer que desde o início Jesus é uma figura que causa admiração em muitos, pois não se sabia direito como defini-lo. Neste sentido o profeta Oséias diz: “Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor; como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra:’ [Os 6.3]. Afigura-se que o evangelho de Marcos nos apresenta a identidade de Cristo: Filho de Deus e Servo obediente.
• Bíblia da Liderança Cristã: “O Evangelho de Marcos é o mais curto dos quatro Evangelhos. Escrito durante um período de severa perseguição, ele vai direto ao ponto, abordando a identidade de Jesus, a importância do sofrimento e a necessidade de fé. Marcos, o autor do Evangelho, era discípulo de Pedro, razão pela qual o modo de ver Pedro repetidamente no livro. Marcos apresenta um quadro em que Jesus é retratado como o Líder-Servo. Ele de modo claro e consciente pinta a Cristo como um modelo compassivo a ser seguido. Sua narrativa acelerada descreve o servo sofredor, que se engajou em um ministério consistente em favor dos outros através da cura, do ensino, do encorajamento e da restauração dos quebrantados.”
1.2. O Servo conhecido progressivamente. No início do evangelho de Marcos, após Jesus ensinar na sinagoga de Cafarnaum e expulsar de um homem um espírito impuro que o importunava, todos se admiravam com a Sua autoridade: “E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!” [Mc 1.27]. Assistimos que em Marcos 4.41, quando Jesus acalma a tempestade, seus discípulos temerosos se perguntam: “Mas quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?’: Podemos ainda acrescentar que, em Marcos 6.1-6, as perguntas de quem de fato era Jesus se graduam tendo início as tentativas mais diversas para dar conta de quem de fato Ele era.
• A pergunta mais frequente a respeito da figura de Jesus era: “Afinal, quem é ele?” Marcos descreve que certo dia Jesus estava ensinando na sinagoga de Nazaré a os presentes aqui questionam: “(…) De onde lhe vêm estas coisas? E que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos? Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele.” [Mc 6.2-3]. Já em Marcos 6.14-16 os questionamentos se multiplicam a respeito da pessoa de Jesus: “E ouviu isto o rei Herodes (porque o nome de Jesus se tornara notório), e disse: João, o que batizava ressuscitou dos mortos, e por isso estas maravilhas operam nele. Outros diziam: É Elias. E diziam outros: É um profeta, ou como um dos profetas. Herodes, porém, ouvindo isto, disse: Este a João, que mandei degolar; ressuscitou dos mortos.”
1.3. Andar com o Servo nos faz conhecê-lo. Não há nada mais prazeroso do que ser conhecido por Jesus e conhecê-Lo. Neste sentido temos a certeza de que para conhecer Jesus de verdade precisamos nos relacionar com Ele. Marcos nos mostra em seu evangelho que a última vez que a pergunta sobre a identidade de Jesus aparece no livro, feita pelo próprio Jesus e dirigida aos discípulos: “(…) Quem dizem os homens que eu sou? E eles responderam: Joao Batista; e outros, Elias; mas outros, um dos profetas. E ele lhes disse: Mas vós, quem dizeis que eu sou? E, respondendo Pedro, lhe disse: Tu és Cristo.” [Mc 8.27-29]. Pedro agora, depois de andar com Jesus e ter intimidade com Ele, expressa sua firme convicção de que Ele é o Cristo, o Filho do Deus vivo.
• Todo ser humano precisa de uma experiência com o Senhor Jesus para poder desfrutar das Suas bênçãos e conhecer a Sua presença. Que possamos nos achegar a Cristo a ponto de nos pronunciarmos como Pedro: “(…) Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” [ Jo 6.68] .
EU ENSINEI QUE:
Desde o início Jesus causava admiração em muitos, pois, não se sabia direito como defini-lo.
2- A autoridade do Servo
A partir do que se pode ler no evangelho de Marcos, Jesus por onde caminhou realizou muitos prodígios e Seu ensino era admirado por todos que o seguiam e o ouviam, porque possuía autoridade [Mc 1.27].
2.1. A autoridade da mensagem do Servo. Podemos afirmar que a fonte da autoridade de Jesus vinha do Nos escritos deixados pelo evangelista Mateus lemos as seguintes palavras de Jesus: “(…) É me dado todo o poder no céu e na terra.” [Mt 28.18]. Ao longo do evangelho de Marcos podemos visualizar que a palavra de Jesus diferia de tudo que o povo estava acostumado a ouvir. “E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te e sai dele. Então o espírito imundo, convulsionando-o e clamando com grande voz, saiu dele:’ [Mc 1.25-26]. Ao notarmos os demônios saindo será hesitar podemos constatar que a Sua mensagem apresentava autoridade dos céus.
• A Bispo Daniel Malafaia: “A chamada divina sempre é confirmada com a autoridade divina [Êx 3.14]. Assim como Moisés tinha sobre si a autoridade dada por Deus [Êx 3.16], ainda hoje o Senhor confirma sua chamada em nossa vida através de sua autoridade em nós [Mc 16.17- 18]. Tal autoridade, porém, não dá o direito de usarmos de autoritarismo, que é fruto do egocentrismo humano. Paulo era radicalmente contra abuso de autoridade, daí a dizer: “(…) segundo o poder que o Senhor me deu para edificação e não para destruição” [2Co 13.10]. Deus capacitou Isaías com autoridade na palavra profética [ Is 49.1].”
2.2. A autoridade do Servo foi atestada por sua palavra. Para bem compreender, nas palavras de Jesus existiam ensinamentos sólidos que o povo começou a perceber e a admirar. Pelo que se pode notar, a Sua maneira de ensinar fazia com que Ele apresentasse as verdades espirituais com autoridade sufocando as tradições dos religiosos: “Invalidando, assim, a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas.” [Mc 7.13]. Importante ressaltar que nos ensinamentos de Jesus, Ele nos fez perceber a Sua autoridade sobre os demônios: “(…) Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha. E, indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, e que o demônio já tinha saído” [Mc 7.29-30].
• Bispo Daniel Malafaia: “Jesus foi distinguido dos demais “mestres” da sua época por sua palavra a autoridade [Mc 1.22]. A autoridade de Jesus estava na razão de que falava apenas o que recebia do Pai [Jo 12.50]. Ele ensinou a Palavra [Mt 5], praticou a Palavra [Mt 4.1-11], pregou a Palavra [Mt 4.23], cumpriu a Palavra [Mt 3.15], e nos deixou a Sua Palavra [Jo 17.17]:’
2.3. A autoridade do Servo foi confirmada perante o mundo espiritual. Acompanhando o itinerário traçado no evangelho de Marcos, vemos que Jesus é a demonstração apropriada do Pai. A Ele foi oferecido o poder e autoridade sobre tudo e sobre todos. Ficando evidenciado em todo o Novo Testamento que até mesmo sobre os demônios: “E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles. E Jesus logo lhe permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil), e afogou-se no mar.” [Mc 5.12-13].
• Bispo Daniel Malafaia: “O mundo espiritual reconheceu a autoridade dada ao Filho de Deus [Mc 1.23-24; Mc 1.27]. A autoridade de Jesus residia no fato de ser Ele cheio do Espírito Santo [Lc 4.1]. Nossa autoridade sobre os demônios está na proporção em que formos cheios do Espírito Santo [Ef 5.18].”
EU ENSINEI QUE:
A autoridade de Jesus era confirmada através das Suas palavras a awes. Tal visão possibilita dizer que essas duas ações não estavam separadas e com isso diferenciavam a pessoa de Cristo.
3- A compaixão do Servo
O evangelho de Marcos descreve que Jesus, em Suas peregrinações pelas cidades e povoados, ao notar as multidões, tinha compaixão delas porque estavam angustiadas e desfavorecidas, como ovelhas sera pastor [Mc 6.34].
3.1. A clemência do Servo. O evangelho de Marcos, assim como os demais, nos apresenta que a morte, assim como as enfermidades, físicas, emocionais e espirituais, são decorrentes da Queda. Entretanto, podemos verificar que Cristo veio ao mundo e demonstrou compaixão ao libertar os homens das garras de Satanás: “Naqueles dias, havendo mui grande multidão e não tendo o que comer, Jesus chamou a si os seus discípulos, e disse-lhes: Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão comigo a não tem o que comer:’ [Mc 8.1-2]. Que vemos então? Que o Servo por Sua compaixão curou a todos que iam até Ele.
• Charles R. Swindoll: “Jesus realizou sinais miraculosos por um propósito muito diferente. Seus milagres fornecem alívio para a dor e o medo, além de ensinar sobre um Deus que se importa profundamente com o sofrimento das pessoas e que cura sem nada cobrar. Jesus realizou muitos outros milagres que não estão descritos nos evangelhos [Jo 20.30] e sua motivação para realizá-los não foi outra senão compaixão.”
3.2. O Servo que se compadece. A partir da ótica do evangelho de Marcos, podemos dizer que os males, doenças e a morte passaram a existir em decorrência da entrada do pecado no mundo. Dentro deste panorama podemos dizer que o pecado trouxe consequências terríveis para toda a humanidade. Depois da Queda o ser humano já não seria mais o mesmo. Entretanto, Jesus demonstrou compaixão ao vir ao mundo para resgatar o homem da maldição do pecado. Cristo demonstrou todo o Seu amor se fazendo pecado por nós, e na cruz levou as nossas iniquidades sobre si [Is 53.4]. Isso nos mostra que o Servo se compadece de nós.
• O fluxo narrativo do evangelho de Marcos nos faz ver que Jesus se compadece de nós. Como é possível ver neste evangelho, enquanto Cristo andou aqui na terra, Ele sofreu e viu outros sofrendo: “E a sogra de Simão estava deitada, com febre; a logo lhe falaram dela. Então, chegando-se a ela, tomou-a pela mão a levantou-a; e a febre a deixou, e servia-os:’ [Mc 1.30-31]. Outra boa ilustração desta compaixão de Jesus se encontra em Marcos 7.24-30, que narra a cura da filha da mulher cananéia. A Bíblia nos faz ver que Jesus por Sua compaixão fez com que as lágrimas de tristeza daquela mulher fossem substituídas por lágrimas de alegria.
3.3. O Servo nos ensina que, onde há compaixão, abunda o amor. Chama-nos atenção o fato de que, na cura de um leproso, Marcos relata que Jesus demonstra Sua compaixão a esse homem: “E aproximou-se dele um leproso, que, rogando-lhe e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me. E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, a disse-lhe: Quero, limpo!” [Mc 1.40-41]. Compreende-se facilmente que com esse fim, Jesus veio ao mundo para demonstrar Sua compaixão com todos que se aproximavam dEle, curando doentes e ressuscitando mortos para que todos fossem salvos das garras de Satanás.
• Tendo comparado as ideias pedagógicas do evangelho de Marcos, descobrimos como podemos nos tornar um canal de amor e bondade de Deus para muitos. A leitura deste evangelho nos faz seguir o exemplo de Cristo, Aquele cuja compaixão nunca finda.
EU ENSINEI QUE:
Jesus, ao curar os enfermos e oferecer vida aos mortos, evidenciou Sua identidade messiânica e demonstrou Sua autoridade a compaixão pela humanidade caída.
CONCLUSÃO
É na caminhada e no relacionamento diário com o Senhor que vamos conhecendo a crescendo no conhecimento acerca de Jesus Cristo [2Pe 3.18].
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