Lição 05: A Justiça Moral e Ética do Reino de Deus | 3° Trimestre de 2022 | EBD BETEL

EBD Revista Editora Betel | 3° Trimestre De 2022 | TEMA: SERMÃO DO MONTE – A Ética, os Valores e a Relevância dos Ensinos de Jesus Cristo | Escola Biblica Dominica | Lição 05: A Justiça Moral e Ética do Reino de Deus

TEXTO ÁUREO

“Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.” Romanos 10.4

VERDADE APLICADA

O que distingue o autêntico discípulo de Cristo é um viver que expressa, em todas as suas dimensões, a mudança interior operada pelo Espírito Santo e a Palavra de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ensinar acerca do significado da lei.
Mostrar o que era ser um escriba naquele tempo.
Apresentar a justiça de Cristo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 5

17- Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir.
18- Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.
19- Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.
20- Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA / Dt 6 O fim da lei é a obediência.
TERÇA / Sl 65 Louvor a Deus pelas bênçãos recebidas.
QUARTA / Jr 9.23-26 É tempo de conhecer o Senhor.
QUINTA / Os 10.12-15 É tempo de buscar o Senhor.
SEXTA / Mt 5.17-20 O cumprimento da lei e dos profetas.
SÁBADO / Rm 14.13-23 A liberdade e a caridade.

HINOS SUGERIDOS 18, 175, 513

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore para que sua vida expresse a mudança interior operada pelo Espírito Santo e pela Palavra.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução
1
– Entendendo os preceitos da lei
2– Os escribas e a lei
3– Jesus Cristo e o cumprimento da lei
Conclusão

INTRODUÇÃO

Qual é a justiça que Deus aceita? Qual é a relação dos ensinamentos de Jesus com a lei? Jesus responde a essas perguntas com afirmações categóricas ao confrontar a interpretação legalista e externa dos fariseus.

PONTO DE PARTIDA

Cristo cumpriu o que era impossível ao homem.

1- Entendendo os preceitos da lei

Além de estabelecer um novo período na interpretação da lei em Israel, Jesus afirmou que a lei é tão importante que nem sequer o menor detalhe escrito deixará de se cumprir [Mt 5.17-18].

1.1. O que é uma lei e para que ela serve? Lei é um sistema de regras, que são criadas e executadas por meio de instituições sociais ou governamentais para regular comportamentos. As leis foram criadas para organizar a sociedade e por consequência a civilização, estabelecendo o que cada indivíduo poderia ou não fazer. Eram as leis que determinavam o que era certo e o que era errado [Rm 3.20b]. Em suma, as leis tentam prevenir ou reprimir certos comportamentos por meio de punição, para que haja equilíbrio. Infelizmente, lei alguma pode mudar o coração humano, mesmo com a ameaça de punição, porque o problema da natureza humana não pode ser resolvido por padrões externos. Por isso, Cristo apresentou uma nova forma de vida, onde tudo começa no interior do coração humano [Jr 31.33; Mc 7.21].

Subsídio do Professor: Os escribas e fariseus defendiam uma justiça artificial e exterior baseada nas interpretações que eles mesmos davam ao mandamento divino. A justiça que Jesus descreve, porém, é verdadeira e essencial, ela começa no interior do coração de cada seguidor. Jesus foi mais além. Ele apontou a origem de todos os males: o pensamento e vontade dos homens, onde se maquinam e ativam os atos que levarão a cabo [Mc 7.21-23]. Cristo mostrou uma forma de vida, não somente como declarado em Sua mensagem, mas na forma em que Ele mesmo agiu. Ele mostrou que é possível viver em harmonia com Deus e com os demais.

1.2. O caráter fundamental da lei divina. A lei sempre foi o espelho que protegeu os homens para que não fossem consumidos pela glória de Deus. Devido à natureza pecaminosa do ser humano, este ficou impedido de ter acesso à presença de Deus devido à Sua santidade [Is 59.2; Rm 3.23]. Foi mediante a revelação da lei que a humanidade teve um conhecimento mais ampliado acerca da santidade de Deus [Lv 19.2; 20.7]. Nisto entendemos que o pecado não é pecado apenas porque prejudica a sociedade ou um de seus membros, ou alguém que o comete. Pecado é pecado porque não se identifica com a santidade de Deus, e tudo aquilo que não tem vínculo com a santidade de Deus é pecado.

Subsídio do Professor: Visto que os homens só veem o reflexo da glória divina e têm apenas um reflexo de sua santidade, era necessário que Deus lhes dissesse qual deveria ser sua conduta. Portanto, a lei revelou não apenas a santidade divina, mas também os requisitos de um Deus santo para aqueles que desejam andar em comunhão com Ele. Ser santo é um pré-requisito de todo aquele que deseja aproximar-se de Deus. Ele demanda santidade a todos aqueles que desejam viver para lhe agradar [Lv 20.26].

1.3. As exigências da lei. A lei continha uma absoluta exigência, de modo que se alguém guardasse toda a lei, mas violasse um mínimo ponto, pela lei era culpado e deveria ser sentenciado [Tg 2.10]. O Dr. Pentecost comentou: “Ninguém por si mesmo poderia alcançar a santidade de Deus, nem andar nos preceitos divinos de modo que se tornasse aceitável a Deus”. Os escribas conheciam perfeitamente as exigências divinas tocantes à conduta dos justos, todavia, admitiam não poder atingir esse padrão. Daí criaram um sistema que, em essência, burlava as exigências da lei, possibilitando aos homens atingir um conjunto de padrões substitutivos, nos quais declaravam que se alguém vivesse segundo a interpretação que eles davam à lei, seria aceitável a Deus. Mas eram fardos pesados que nem eles mesmos carregavam [Mt 15.7-9; 23.1-5].

Subsídio do Professor: O propósito original dos escribas era o de conhecer a lei, preservá-la e encorajar o povo a cumpri-la. Infelizmente, as coisas saíram dos trilhos e suas leis humanas obscureceram a essência da Palavra de Deus. Por fim, o que era para ser preservado foi anulado por causa das tradições que haviam transmitido [Mc 7.13]. As coisas ficaram tão ruins que os regulamentos e tradições que os escribas acrescentaram à lei foram considerados mais importantes do que a própria lei. Ao longo do tempo, eles se tornaram profissionais em explicar a letra da lei, ignorando o espírito que havia por trás dela.

EU ENSINEI QUE:

Jesus afirmou que a lei é tão importante que nem sequer o menor detalhe escrito deixará de se cumprir.

2- Os escribas e a lei

Na época de Jesus, o que constituía a verdadeira religião e o verdadeiro serviço a Deus para o judeu ortodoxo era a lei dos escribas.

2.1. Os escribas e suas funções. Para os hebreus, o escriba era o copista das Sagradas Escrituras e, mais tarde, intérprete da lei. O trabalho dos escribas era considerado muito amplo e importante, e eles eram vistos como professores. Posteriormente, quase todas as nações começaram a ter escribas e esse trabalho tornou-se essencial tanto econômica quanto religiosamente [Ed 7.1-6; Ne 8.1-8; Lc 5.17].

Subsídio do Professor: No início, os próprios sacerdotes eram escribas [Ed 7.1-6]. No entanto, grande importância foi atribuída ao conhecimento da lei por todos os judeus. Aqueles que estudaram e receberam boa formação ganharam o respeito do povo, e com o tempo esses estudiosos formaram um grupo independente. Por esta razão, no tempo de Jesus, a palavra “escribas” designava uma classe de homens que haviam sido instruídos na lei. Eles faziam do estudo sistemático e da explicação da lei sua ocupação. Eles foram contados entre os mestres da lei ou os versados nela [Lc 5.17; 11.45].

2.2. A diferença entre o escriba e o fariseu. Os escribas e fariseus quase sempre são mencionados um ao lado do outro, mas embora os escribas pertencessem ao grupo dos fariseus, eles não eram os mesmos [Mt 5.20; 12.38; Mc 7.1; Lc 5.21; 11.53]. As principais diferenças entre escribas e fariseus são as seguintes: os escribas se encarregavam de redigir documentos importantes, os fariseus se encarregavam de representar a nação; os escribas eram intelectuais encarregados dos serviços de secretaria, os fariseus conheciam as leis e se encarregavam da instrução oral. Os escribas registravam e mantinham contas financeiras, os fariseus cuidavam dos negócios. Os escribas davam mais importância ao culto e à intelectualidade, os fariseus eram ligados à religião e suas doutrinas.

Subsídio do Professor: Os escribas geralmente pertenciam à seita religiosa dos fariseus, pois esse grupo reconhecia as interpretações ou “tradições” dos escribas, que com o tempo se tornaram um labirinto desconcertante de regras e técnicas minuciosas. Havia escribas que eram do partido dos fariseus [At 23.9]. Os escribas eram os encarregados de elaborar as normas e regulamentos. Os fariseus, cujo nome significa “separados”, eram os que se separavam de toda atividade comum para dedicar-se a observar todas estas regulamentações e estatutos.

2.3. Os escribas e a interpretação da lei. William Barclay informa que os escribas já estavam em evidência desde o retorno do cativeiro babilônico [Ed 7.6, 11, 21; Ne 8.1-8]. Eles, durante muitas gerações, transmitiram a lei de maneira oral, e esta foi conservada de geração a geração de escribas. Para o judeu ortodoxo dos tempos de Jesus, a obediência a Deus envolvia a observância de milhares de regras e estatutos legalistas; consideravam literalmente essas meticulosas disposições como questões de vida ou morte, que tinham a ver com seu destino eterno. Eles acreditavam que o que não estava claro na lei, deveria estar implícito, e, por um procedimento lógico de dedução, criaram milhares de regras, estatutos e regulamentos, essa era a lei dos escribas [Mt 5.20].

Subsídio do Professor: Essa casta de especialistas na lei se dedicou a reduzir os princípios da lei, convertendo-os em milhares de regras humanas. Com o passar do tempo, os escribas se deixaram corromper pela vaidade e pela ganância, e passaram a dar mais importância às próprias interpretações dos mandamentos de Deus do que ao texto das Escrituras. Algumas interpretações eram totalmente ridículas. Como, por exemplo, o que se diz ao cumprimento do sábado. Tornou-se proibido até pentear os cabelos ou curar alguém [Lc 13.14].

EU ENSINEI QUE:

Na época de Jesus, o que constituía a verdadeira religião e o verdadeiro serviço a Deus para o judeu ortodoxo era a lei dos escribas.

3- Jesus Cristo e o cumprimento da lei

A fé cristã era, nos primeiros anos da igreja, percebida como uma nova religião, que buscava derrubar a lei ancestral dos judeus. Mas Jesus, de maneira intrigante, afirmou que não veio para ab-rogar a lei, e, sim, para cumpri-la [Mt 5.17].

3.1. Jesus não veio anular a lei. Em vez de eliminar o que Deus havia revelado sobre Sua vontade para Seu povo nas Escrituras Hebraicas, o propósito de Jesus para seu ministério terreno é resumido na fórmula: “eu vim para cumpri-los” [Mt 5.17]. A ideia de “cumprimento” vai além da obediência (ou seja, guardar a lei), embora a inclua. Indica que Jesus não só cumpre certas funções antecipadas, mas também que sua interpretação das Escrituras completa e esclarece o propósito de Deus por meio da lei. Tudo o que o Antigo Testamento pretendia comunicar da parte de Deus sobre a vontade, as esperanças e o futuro para a humanidade, encontra o seu significado mais completo em Jesus [Rm 10.4].

Subsídio do Professor: É possível que alguns tenham visto o anúncio de Jesus sobre a vinda do reino como se Ele estivesse começando uma nova obra que se chocava com as Escrituras do Antigo Testamento. Mas Jesus declara de maneira categórica que não veio para anular a lei e os profetas [Mt 5.17]. A expressão “não pense” apresenta a resposta de como Jesus não era contrário à lei. Ele não veio abolir a lei, veio interpretá-la, porque aquilo que os escribas tinham como lei, eram suas próprias interpretações, por isso Jesus era tão antagônico a seus ensinamentos [Mt 7.12].

3.2. Jesus afirmou que toda a Escritura se cumprirá. Jesus afirma que: “Enquanto o céu e a terra existirem, nem um jota, nem um til passará da lei até que tudo seja cumprido”. Ou seja, embora a criação inteira pudesse deixar de existir, o que Deus disse nas Escrituras é muito mais permanente do que isso. Em seguida, exorta Seus ouvintes a não violarem o mandamento, nem mesmo o menor, seja por ignorância ou egoísmo, interpretando mal ou manipulando o significado de um texto vinculativo e ensinando outros a fazerem o mesmo. Este seria chamado menor no reino, enquanto o que “cumpre e ensina” será chamado grande [Mt 5.18-19].

Subsídio do Professor: Jesus declara com eficácia a autoridade obrigatória das Escrituras. Visto que Ele não veio para “anular” a lei e os profetas, mas para cumpri-los [Mt 5.17], Seus discípulos não devem “anular ou violar” os mandamentos, mas, sim, praticá-los e ensiná-los [Mt 5.19].

3.3. A justiça do reino. Os escribas e fariseus eram considerados os mais piedosos de todos os partidos político-religiosos devido ao seu rigoroso estudo e ensino da lei [Lc 18.9-14] Eram as pessoas mais importantes na sociedade judaica e, portanto, Jesus estava dizendo que a nossa justiça deve exceder a deles. Qual o tipo de justiça que o Senhor requer de Seus servos? A que vem do coração, não de atos exteriores. Nenhum homem pode entrar no reino de Deus por conta própria [Sl 49.7-8]. A grande bênção da graça divina é que através do Espírito Santo, o Senhor coloca Sua lei em nosso coração [Jr 31.33]. Somente aquele que experimenta o novo nascimento pelo Espírito Santo tem condições de cumprir tal ordenança [Mt 5.20].

Subsídio do Professor: O que Jesus quer mostrar é que a justiça do Reino não se baseia no cumprimento de normas pré-estabelecidas que devem ser seguidas à risca para se garantir alguma bondade da parte de Deus. A justiça do Reino é uma justiça que se baseia somente na fé e, nesse sentido, há uma mudança na perspectiva de seu significado. Justo não é mais aquele ou aquela que se adequa às normas, antes, aqueles que se voltam para Deus e têm suas vidas transformadas por meio desse encontro.

EU ENSINEI QUE:

Jesus não veio para ab-rogar a lei, e, sim, para cumpri-la.

CONCLUSÃO

Cristo cumpriu o que nenhum outro homem poderia cumprir. NEle fomos justificados, não por obras, mas por Seus méritos. Aquilo que era impossível ao homem, agora se tornou possível na pessoa de Cristo [Hb 10.14-18].

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