Lição 13: Malaquias – Um alerta sobre o perigo da prática religiosa vazia e sem vida | 3° Trimestre de 2023 | EBD BETEL

EBD Revista Editora Betel | 3° Trimestre De 2023 | TEMA: PROFETAS MENORES DO ANTIGO TESTAMENTO – Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação através do Messias. | Escola Biblica Dominical | Lição 13: Malaquias – Um alerta sobre o perigo da prática religiosa vazia e sem vida

Lição 13: Malaquias – Um alerta sobre o perigo da prática religiosa vazia e sem vida | 3° Trimestre de 2023 | EBD BETEL

TEXTO ÁUREO

“Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que o não serve.” Malaquias 3.18

VERDADE APLICADA

É preciso permanente vigilância e andar em Espírito para o discípulo de Cristo não se tornar frio, indiferente, superficial e relaxado na vida de adoração a Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Apresentar o cenário do profeta Malaquias
Falar acerca das ofertas contaminadas
Extrair lições do livro de Malaquias para hoje.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

MALAQUIAS 1
1 Peso da palavra do Senhor contra Israel, pelo ministério de Malaquias.

MALAQUIAS 3
1 Eis que eu envio o meu anjo, que preparará o caminho diante de mim; e, de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o anjo do concerto, a quem vós desejais; eis que vem, diz o Senhor dos Exércitos.
6 Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.

MALAQUIAS 4
6 E converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha e fira a terra com maldição

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA – Ml 1.1-5 A ingratidão do povo.
TERÇA – Ml 1.7-14 O formalismo dos sacerdotes.
QUARTA – Ml 3.1 O anúncio da vinda do Senhor
QUINTA – Ml 3.6 Deus não muda
SEXTA – Ml 3.10 Trazer dízimos à Casa do Senhor
SÁBADO – Ml 3.18 A diferença entre o justo e o ímpio.
HINOS SUGERIDOS: 144, 243, 244

MOTIVO DE ORAÇÃO – Ore a Deus para não deixar que a apatia espiritual tome conta do seu coração.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução
1- O cenário do profeta Malaquias
2- As ofertas contaminadas
3- Malaquias para hoje
Conclusão

INTRODUÇÃO

Malaquias é o último profeta do Antigo Testamento e sua mensagem é sobre arrependimento e juízo, mas também é uma mensagem de esperança, restauração e salvação.

PONTO DE PARTIDA – Cuidado com a apatia espiritual.

1- O cenário do profeta Malaquias

No tempo de Malaquias, os judeus já tinham voltado da Babilônia há cerca de 100 anos, estavam curados da idolatria, mas indiferentes à Casa de Deus. Os sacerdotes tinham se tornado negligentes em suas funções. Os sacrifícios eram de qualidade inferior, não atendendo às exigências divinas para tal. O dízimo era negligenciado. E tinham voltado à antiga prática de misturarem-se com povos idólatras pelo casamento [Ed 9]. Eles não voltaram à idolatria, mas havia surgido um espírito de mundanismo entre o povo.

1.1. Um pouco mais sobre o profeta Malaquias. Não há no livro de Malaquias informações sobre sua vida pessoal. Seu nome significa “meu mensageiro”. O nome desse último profeta do Antigo Testamento tem sido alvo de discussões, pois muitos estudiosos sugerem que se trata apenas do título de um profeta anônimo; outros dizem que de fato é um nome próprio. Isso deve ao fato de os profetas serem chamados de mensageiros do Senhor. A data que o profeta viveu e escreveu seu livro também é incerta.

Manual Bíblico – Entendendo a Bíblia (CPAD, 2011, p. 339, 341): “”Ministério de Malaquias”, assim começa o livro. Nada mais se sabe sobre este profeta. Alguns especialistas na Bíblia pensam que “Malaquias” é um título, e não um nome. Esta palavra significa “meu mensageiro”. (…) Na verdade, a primeira tradução grega do Antigo Testamento – de aproximadamente 250 a.C. – traduzia o termo como um título, e não um nome. A escolha do autor da palavra Malaquias, para descrever a si mesmo, também pode ter sido uma maneira de apontar para a singular profecia do livro – 3.1 – uma referência ao profeta que prepararia o caminho para a chegada do Senhor. Qualquer que seja o nome do autor, os autores do Novo Testamento citam o livro com autoridade e respeito – como Jesus também o faz.”

1.2. A mensagem do profeta. As questões tratadas no livro de Malaquias, tais como a corrupção no sacerdócio [Ml 1.6-14], o divórcio leviano de esposas israelitas [Ml 2.10-16] e o casamento misto com mulheres pagãs também foram abordadas no livro de Esdras [Ed 9.1-4; 10.1-4] e Neemias [Ne 10.28-31; 13.10-14,23-31], Assim, segundo o Manual Bíblico (CPAD) e Introdução ao Estudo do Antigo Testamento (CPAD), a partir da descrição apresentada por Malaquias em sua mensagem, é provável que tenha exercido seu ministério profético, aproximadamente, entre 450 e 435 a.C.

Revista Betel Dominical – 2° Trimestre/1994 – Auxílios Didáticos ao Professor, p. 44: “Depois de um período de reavivamento [Ne 10.28-39], o povo tornara-se frio em matéria de religião, e descuidado moralmente. O profeta Malaquias veio com o reformador, encorajando ao mesmo tempo que está repreendendo. Tratava com um povo difícil, de ânimo combalido, cuja fé em Deus parecia correr o risco de um colapso. Se já não haviam tornado hostis a Jeová, corriam o perigo de se tornarem céticos.”

1.3. Israel e sua falta de amor a Deus. Malaquias repreendeu o povo por ter abandonado a Lei de Deus, chamando-os de volta para um relacionamento genuíno com Ele e também tentando avivar o espírito nacional deles. O profeta denunciou a hipocrisia dos sacerdotes, alertou sobre os casamentos com mulheres de outros povos, a quebra da lei do sábado, a falta de empatia entre seus próprios compatriotas, a negligência com os dízimos e a desobediência à Palavra de Deus. Israel estava vivendo muito aquém de uma vida daqueles que tiveram tantas experiências com Deus como povo escolhido e separado por Ele. O amor a Deus havia esfriado e o culto tornou-se um ritual frio e mecânico.

Comentário Warren W. Wiersbe – Antigo Testamento: “O povo desobedeceu ao Senhor ao roubar seus dízimos e ofertas. Na verdade, quando o povo de Deus não é fiel em seu doar, não apenas rouba ao Senhor, mas também a si mesmo. O Senhor adiou a chuva e estragou a colheita por causa do egoísmo deles. É claro que dar o dízimo não é “barganhar” com o Senhor; todavia, Deus promete abençoar e cuidar dos que são fiéis em seu serviço cristão [Fp 4.10-19]. Sem dúvida, o Senhor não é destituído; Ele quer nosso dízimo e ofertas como uma expressão de nossa fé e amor.”

EU ENSINEI QUE:

Não se pode compactuar com a mera formalidade de um relacionamento com Deus, fruto de uma vida espiritual vazia e sem frutos.

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2- As ofertas contaminadas

Malaquias denuncia a oferta que traziam para o sacrifício como expiação pelo pecado [Ml 1.8]. Contrariando as orientações de Deus a Moisés de como deveria ser feito a escolha dos animais para o sacrifício [Lv 22.17- 33; Nm 18.21-24], aquele povo trazia animais enfermos e defeituosos, os quais não ousariam oferecer ao governador. O profeta reprovou tal atitude e anuncia ao povo que Deus se tornará amado da terra inteira [Ml 1.11].

2.1. Os pecados dos sacerdotes. Os sacerdotes, que deveriam ensinar e guiar o povo na retidão [Ml 2.7], eram os responsáveis por aquela situação deplorável. Haviam se tornado corruptos e tão mercenários que a palavra “sacerdote” era alvo de desprezo entre o povo. Preocupados com seus objetivos pessoais, os sacerdotes deixaram de exercer o ministério para o qual foram consagrados.

Ev. Valdilon Ferreira Brandão (Revista Betel Dominical, 2° Trimestre/ 1994, p. 55): “Na opinião do profeta, a indiferença para com Deus e Sua obra era culpa dos sacerdotes. Eles não ensinavam a Palavra com clareza [M l 2 .8 ], desrespeitando tanto ao povo, como a obra que lhes fora confiada [Ml 1.6, 8]. O correto era que deviam ensinar o povo a ter uma verdadeira experiência com Deus através de seus próprios exemplos [M l 2 .6 -7 ]. Mas infelizmente, denuncia o profeta: eles tornaram – -se uma pedra de tropeço, e causa de escândalos [Ml 2.8-9].”

2.2. O Mensageiro de Deus e o Anjo da Aliança. As nações pagãs que viviam em torno de Israel começaram a ficar mais prósperas, cultas e saudáveis e isso despertou a inveja e as murmurações dos israelitas contra Deus. Eles tinham a impressão de que Deus estava abençoando mais os maus e incrédulos do que o Seu povo, por isso começaram a duvidar do poder e da justiça de Deus. O questionamento deles era: “…Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do Senhor, e desses é que ele se agrada, ou, onde está o Deus do juízo?” [Ml 2.17].

Tal questionamento logo encontra sua resposta nos primeiros versículos do capítulo 3. O título “meu Mensageiro” e a profecia anunciada são aplicadas a João Batista [Mc 1.2]. Quanto ao “Anjo da Aliança” [Ml 3.1], segundo os estudiosos é o Senhor Jesus Cristo, antes do seu nascimento na forma humana. O contexto refere-se à primeira vinda de Jesus ao mundo com o objetivo de restaurar o verdadeiro e aceitável culto a Deus.

Por causa da contaminação no Templo com a avareza, inveja, arrogância, incredulidade, egoísmo etc. [Jo 2.13-22], já não poderia ser chamado de Casa de Deus. Assim sendo, o Templo foi destruído no ano 70 a.C., e, em seu lugar, Jesus oferece seu corpo como sacrifício na Nova Aliança. A partir de então, todos os cristãos em todas as partes do mundo que O aceitam como Senhor e Salvador constituem-se no Templo do Espírito Santo de Deus [1Co 6.19-20; E f2.20-22].

Comentário Bíblia Shedd: “Meu mensageiro. Este título e predição são aplicados a João Batista no Novo Testamento [Mc 1.2]. Anjo do Aliança. Só pode ser o Anjo de Jeová, que é o próprio Senhor Jesus Cristo antes da encarnação.”

2.3. O dia vindouro do Senhor. A derradeira profecia do Antigo Testamento proclama uma palavra de esperança para o futuro dos crentes em Jesus de todos os povos, nações e culturas. Prediz o retorno de Elias, que foi levado vivo ao céu. Jesus indicou João Batista como Elias que anunciou o Messias [Mt 17.10-13]. João Batista pregou e profetizou “no poder e no espírito” [Mt 11.13-14; 17.12-13; Mc 9.11-13].

Quatro vezes Malaquias olha à frente para o “dia do Senhor” [Ml 1.11; 3.1-6, 16-18; 4.1-6]. Seria como uma fornalha ardente que consumiría os perversos, mas para os que temiam ao Senhor seria dia de alegria, quando o “sol da justiça”, o Messias, se levantaria, trazendo salvação. O mesmo sol que destrói alguns, traz raios benéficos para outros. Símbolos de Jesus Cristo como Salvador e Juiz.

Ev. Valdilon Ferreira Brandão (Revista Betel Dominical, 2° Trimestre/1994, p. 55): “A fidelidade dos juízos divinos – A prosperidade dos maus, tantas vezes evocadas nos salmos com escândalos [SI 30.6; 73.3], provocava em muitos um ceticismo que os levava ao relaxamento na obediência. Muitos questionavam: Para que servir a Deus, se o favorecido é o infiel? [Ml 2.17; 3.14]. Neste momento Malaquias volta a apoiar-se na espera profética do julgamento, para anunciar o dia no qual a justiça de Deus haveria de se manifestar Ml 3.18
1) todos os infiéis seriam julgados [Ml 3.5];
2) o próprio Deus, qual fundidor de metais preciosos, purificará os “filhos de Levi” [Ml 3.3-4];
3) os fiéis formariam então o novo povo eleito [Ml 3.17];
4) os fiéis seriam curados e abençoados com alegria, sob a luz do “Sol da justiça” [Ml 3.20; Lc 1.77, 79].”

EU ENSINEI QUE:

O Antigo Testamento termina com maldição para os desobedientes. A última palavra do Antigo Testamento é “maldição”, mas o Novo Testamento inaugura o tempo de graça para os remidos.

3- Malaquias para hoje

Malaquias ainda fala ao mundo moderno sobre a necessidade de manter a prática da fé alinhada a um verdadeiro relacionamento com Deus. É um alerta para que se tenha cuidado com o mero formalismo religioso.

3.1. Uma palavra de conforto. Malaquias encerra sua mensagem, falando da diferença entre o justo e o injusto [M13.18],Deixa uma palavra de conforto aos justos: “Mas para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, e salvação trará debaixo das suas asas; e saireis e crescereis como bezerros do cevadouro” [Ml 4.2], Deus exerce Seu juízo, mas também aponta para a verdadeira esperança. Há um memorial escrito diante dEle para os que temem ao Senhor e se lembram do Seu nome. Deus não se esquece de nossas obras [Ml 3.16],

Comentário Bíblico Moody: “A história tem evidenciado sobejamente o fato de que “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” [G16.7]; e continuará sendo assim. Só olhos cegos ou obstinação persistente pode defender a tese de que Deus não faz distinção entre o justo e o ímpio na dispensação de bênçãos.”

3.2. Vale a pena servir a Deus? O povo tinha estabilidade, mas não era rico. Cansados de esperar, os judeus acharam que Deus os havia abandonado. Eles continuavam a adorar a Deus, mas sem fervor, sem empenho. Alguns se casaram com mulheres de outras nações porque isso lhes conferia riquezas e bons relacionamentos. Eles colocavam em dúvida o valor da fidelidade a Deus em detrimento da prosperidade dos ímpios. Não se pode negar que, em muitos momentos, muitos servos de Deus titubeiam diante dessa realidade. Diante da prosperidade dos maus, surge a pergunta se ainda vale a pena ser fiel a Deus.

Bispo Oídes José do Carmo (Revista Betel Dominical, 2° Trimestre de 2008, p. 79-80): “Deus exige confiança incondicional – Quando não confiamos em Deus para nos satisfazer, sustentar, promover, guardar; somos tentados a conseguir a satisfação dos nossos prazeres; nosso sustento; promoção e proteção de forma egoísta, desonesta, desleal e infiel. Seguimos a mentalidade do homem sem Deus, de que “o mundo é dos mais espertos e autoconfiantes”, e que não existe lugar na sociedade para os honestos e éticos. Para não sermos arrastados por esta mentalidade mundana, precisamos confiar inteiramente no senhor e:
a) Devemos esperar a Sua providência;
b) Devemos esperar por Sua justiça;
c) Devemos esperar em Seu amor.”

3.3. O verdadeiro culto. O profeta Malaquias traz um despertamento para o povo de Deus em uma época de crise nos ambientes religiosos, no ambiente social e desânimo entre as pessoas. É possível que a despeito de todas as crises vividas pessoalmente ou ao seu entorno, o crente possa experimentar uma fase de apatia espiritual. Isso se reflete em uma experiência de culto vazio e práticas religiosas sem sentido algum. É como se Malaquias desafiasse cada crente para se colocar frente ao espelho para uma avaliação muito sincera do seu relacionamento com Deus.

Manual Bíblico – Entendendo a Bíblia (CPAD, 2011, p. 338-339): “Adoração insincera – Por todo este curto livro, Malaquias se queixa de que o povo realiza a adoração de maneira superficial, como se isso fosse o que Deus deseja. Eles não compreendem: Deus deseja que a adoração flua de um sentimento interno de devoção e amor. Estas pessoas não se sentem devotadas, elas se sentem obrigadas. Em vez de trazer a Deus o melhor que podem, trazem o que têm de mais inferior: bois coxos, ovelhas cegas, cabras roubadas”. Acrescente-se que tal realidade também refletiu na questão dos dízimos, prejudicando o sustento dos sacerdotes e manutenção do Templo.

EU ENSINEI QUE:

O amor a Deus deve ser demonstrado com um modo de vida coerente entre aqueles que o obedecem daqueles que deliberadamente o rejeitam.

CONCLUSÃO

Vimos neste trimestre que os profetas pregavam o arrependimento como requisito indispensável para o perdão de Deus e o cumprimento de Suas promessas.

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