EBD Revista Editora Betel | 4° Trimestre De 2024 | TEMA: OS DEZ MANDAMENTOS – Estabelecendo Princípios e Valores Morais, Sociais e Espirituais Imutáveis para uma Vida Abençoada | Escola Biblica Dominical | Lição 01: Os Dez Mandamentos – A lei moral, Ética e Espiritual de Deus para a humanidade
TEXTO ÁUREO
“Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, e guardarás a sua observância, e os seus estatutos, e os seus juízos, e os seus mandamentos, todos os dias.” Deuteronômio 11.1
VERDADE APLICADA
Deus deu princípios ao Seu povo para nortear a comunhão com Ele e com o próximo
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OBJETIVOS DA LIÇÃO
Explicar a importância dos Dez Mandamentos
Explicar a importância dos Dez Mandamentos
Citar as bênçãos produzidas pelos Dez Mandamentos
TEXTOS DE REFERÊNCIA
ÊXODO 20
1- Então falou Deus todas estas palavras, dizendo:
2- Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
3- Não terás outros deuses diante de mim.
4- Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
5- Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem.
6- E faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Gn 15.18 Deus faz um pacto com Abraão
TERÇA | Êx 34.7 Deus faz um pacto com a nação de Israel.
QUARTA | Lv 19.18 O dever de amar o próximo.
QUINTA l Dt 6.5 O dever de amar o Senhor de todo o coração.
SEXTA | Dt 26.5-9 O dever de honrar ao Senhor.
SÁBADO | Rm 7.12 A Lei é santa.
HINOS SUGERIDOS: 556, 558, 559
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que o amor ao próximo seja cada vez mais vivido em nossas atitudes.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1- Conhecendo os Dez Mandamentos
2- Compreendendo os Dez Mandamentos
3- Vivendo os Dez Mandamentos
Conclusão
INTRODUÇÃO
Vamos iniciar o estudo acerca dos Dez Mandamentos enfatizando a relevância de conhecermos, compreendermos e vivermos segundo a vontade de Deus, com a imprescindível ajuda do Espírito Santo e refletindo tal comprometimento em agradar ao Senhor em todas as áreas do nosso viver: com Deus e com o próximo [Mc 12.30-31]
PONTO DE PARTIDA – A Lei de Deus é eterna e imutável.
1- Conhecendo os Dez Mandamentos
Iniciemos este enriquecedor estudo sobre o Decálogo enfatizando, inicialmente, sua relevância como base para a fé e o viver da nação – povo de Deus [Êx 19.4-6] – recém-saída da escravidão e a caminho da Terra Prometida. Devemos conhecer, pois é a Palavra de Deus que revela o caráter de Deus e como o Seu povo deve se relacionar com Ele e com o próximo.
1.1. Os Dez Mandamentos – a Lei de Deus. Os Dez Mandamentos foram classificados em dois grupos pelas autoridades religiosas de Israel: ético e teológico; horizontal e vertical. Eles tratam da relação do ser humano com Deus e com o próximo. Existem oito mandamentos negativos e dois mandamentos positivos, que são a guarda do sábado e a honra a pai e mãe [Êx 20.8-12; Dt 5.12-16]. Os primeiros mandamentos são teológicos e se resumem no que Jesus destacou como o primeiro e grande mandamento [Dt 6.5; Mt 22.37-38; Me 12.30; Lc 10.27]. Os que constituem a segunda tábua são os éticos e tratam de amar o próximo como a si mesmo [Lv 19.18; Mt 22.39; Me 12.31]. Embora os Dez Mandamentos sejam chamados de tábuas da Lei, a Lei de Deus é tudo o que está escrito nos cinco livros de Moisés (Pentateuco), e não apenas as palavras escritas nas tábuas [Js 24.26; Ne 8.8, 18).
Gleason L. Archer Jr. (Panorama do Antigo Testamento, Vida Nova, 2012> p. 280): ‘½.. aliança e o Decálogo – Em :Êxodo 19.3-8, a aliança com Abraão e sua semente [ Gn 12; 15; 17] foi renovada com seus descendentes, já que se tinham transformado em grande nação. (…) Quanto ao Decálogo [Êx.20.1-17], a base inteira das suas sanções é declaradamente a redenção que Deus opera pela graça (“Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão”: v. 2). Os mais solenes avisos contra a desobediência (produto da descrença e da rejeição de Deus) vinculam-se às mais abundantes promessas de graça (“mas sou misericordioso com mil gerações dos que me amam e guardam os meus mandamentos”, v.6).”
1.2. O prefácio dos Dez Mandamentos. Ao descer sobre o Sinai com grande poder e glória, Deus revela Sua divindade quando começa a falar sobre a libertação de Seu povo [Êx 20.2]. Nesse versículo, conhecido como o prefácio dos Dez Mandamentos, Deus defende Sua autoridade como Legislador, o que lhe confere o direito legal de dizer às pessoas aquilo que devem fazer. Deus se apresenta aqui como Senhor, Ele usa Seu nome especial de aliança: “Jeová”: Ele se apresenta como um Deus particular: “teu Deus”, que se relaciona com Seu povo, e cujo relacionamento pessoal é também uma relação salvadora. Ele é tanto Senhor quanto Salvador. Foi sobre essa base que a Lei foi estabelecida, vinda diretamente da boca de Deus [Êx 20.2b].
Comentário Bíblico Moody (Imprensa Batista Regular, 1984, p. 89): ‘i\ Lei foi dada a um povo já salvo [ 1h: 19.4; 20.2] a fim de instruí-lo na vontade do Senhor, para que pudesse realizar o propósito de Deus como “um reino de sacerdotes e uma nação santa” [Êx 19.6]. Importante pontuarmos aqui que o apóstolo Pedro aplicou esta afirmação sobre a identidade do povo de Israel aos discípulos de Cristo [1Pe 2.9]. Hoje, como povo de Deus, devemos obedecer à Sua Palavra, pois fomos “comprados por bom preço” (1Co 6.20].
1.3. A importância dos Dez Mandamentos. Moisés não desceu do Sinai com sugestões ou recomendações dadas por Deus, ele desceu com mandamentos. Mas o que significam esses mandamentos para nós? Até que ponto devemos obedecer a essas ordens? Não podemos ignorar nada do que foi escrito. Se está escrito é porque é proveitoso, mesmo que ao nosso ver parecem apenas proibições [2Tm 3.16-17). Os Dez Mandamentos são princípios que expressam o caráter eterno de Deus, e corno Deus não muda, essas palavras serão sempre como Ele. Antes de escrever os mandamentos em tábuas de pedra, Deus revelou a Moisés que se o povo “ouvisse Sua voz”, e guardasse Sua aliança, eles se tornaram Sua propriedade particular, no reino sacerdotal e o povo santo [Êx 19.3-6].
Pr. Sérgio Costa (Pentateuco – Origem, Promessa e Aliança, Editora Betel, 2023. p. 89-93) comenta sobre “O recebimento da Lei” e expõe de forma esclarecedora o princípio da obediência, também crucial na vida do discípulo de Cristo, a partir do padrão de leis que encontramos em êxodo: “A Lei nunca se destinou a ser um meio de salvação, pois a salvação sempre foi e continua a ser uma questão de fé nas promessas de Deus, que agora nos foram reveladas e cumpridas cabalmente em Cristo [Rm 4.13]. (…) em nosso contexto contemporâneo, obedecer está ligado, para o mundo e de forma pejorativa, a uma servidão cega e opressora, mas esse conceito de obediência opressora não é o cerne do relacionamento entre Deus e o Seu povo. (…) obedecer ao Senhor, não somente por obrigação, mas por um sentimento de gratidão por tudo que Deus fez à nação. Na verdade, a obediência é uma resposta de fidelidade ao amor que Deus sente por Seu povo, é um reconhecimento pela bênção da liberdade e da vida plena.”
EU ENSINEI QUE:
Assim como Deus não muda, Seus princípios também são imutáveis.
2- Compreendendo os Dez Mandamentos
Os Dez Mandamentos soam como grandes proibições para muitos, mas foram estabelecidos por Deus como um meio de produzir uma vida melhor.
2.1. Diretrizes para o viver corno povo de Deus. A compreensão dos Dez Mandamentos, necessariamente, pelo exposto nos textos de Êxodo 19.4-6 e 20.2. Destacamos as expressões: “vos trouxe a mim”; “minha propriedade peculiar”; “reino sacerdotal e povo santo”; “te tirei da casa da servidão”. O Senhor Deus libertou e revelou Seus propósitos. Liberdade para ser de Deus. Liberdade para viver em santidade. Liberdade para servir a Deus. A questão que se apresenta é: “Como é o viver que pertence a Deus?”; “Como ser um povo separado para Deus ?” ” Como servir a Deus? Comentário Bíblico Broadman (JUERP, Volume I, 1987, p. 481) sobre Êxodo 19: “O conteúdo essencial desta passagem é um convite para um encontro com o Senhor em Sinai, para obedecer à sua voz e para entrar e1n um relacionamento pactual com ele ( cf. v. 4 e 5). Desta forma, este parágrafo resume bem a totalidade dos capítulos 19-24; o encontro com Deus (19), a lei de Deus (20-23) e a confirmação do pacto (24):: Assim, podemos resumir as diretrizes: encontro com Deus, obediência aos Seus mandamentos e relacionamento em aliança.
Lawrence Richards ( Comentário Bíblico do Professor, Editora Vida, 2004, p. 107-108): ”. A primeira revelação da Lei a Israel tinha duas funções específicas. Em primeiro lugar, revelava o caráter de Deus. Se o propósito de Israel era refletir o caráter de Deus e, assim, dar glória a ele, tinham de entender o caráter divino. Os Dez Mandamentos são a primeira revelação precisa do caráter moral e dos valores mais profundos de Deus. A segunda função importante da Lei é definir claramente as expectativas de Deus. Em padrões claros e bem definidos, o povo de Deus foi informado de como o Senhor esperava que se comportassem.”
2.2. Um “não” positivo para a vida. A forma negativa da expressão “não farás”, ou similares, é a que prevalece no Decálogo. Por quê? Porque a formulação negativa chega a ser mais precisa e pontual do que a positiva. Algo é negado, mas, por oposição, to- do o resto é permitido. Por exemplo, uma prescrição que diz “seja honesto” está bem; mas se for especificado “não roube”, “não matar”, o que está sendo aludido e proibido é estabelecido com exatidão. Então, fora das proibições específicas, há uma série de possibilidades que podem ser abordadas no âmbito da liberdade humana. Apenas o que é observado como uma falha à vida comunitária ou o serviço direto a Deus é visto como condenável.
Jochem Douma ( Os Dez Mandamentos – Manual para a vida cristã, Editora CURE, 2019): “Oito vezes ouvimos: “Não’: e os dois outros mandamentos ( o quarto e o quinto) indicam claramente, por meio de sua instrução positiva, que certas coisas são proibidas. Em vista de tantas formulações negativas, é possível, ainda, falar de uma Lei da liberdade? Não perdemos a liberdade da qual o Prólogo dá testemunho, assim que chegamos aos mandamentos? Podemos, certamente, deduzir das formulações negativas que o homem é pecador, inclinado a transgredir a Lei.(…). As portas da liberdade provêm uma abertura permanente em um muro que você não pode escalar. Sinais de trânsito não restringem o tráfego, mas providenciam ordem para o movimento”.
2.3. Um marco histórico. O Decálogo soa como uma advertência contra se tornar como os egípcios, um povo que não adora Jeová como Deus de liberdade e do povo que carrega o “DNA” da promessa de Abraão [Gn 15.13-14]. O povo de Israel não deve perder a memória histórica, tanto da esperança de ser uma bênção para outros povos, quanto da realidade da libertação da escravidão [Dt 6.2-24; 26.5-9]. O Decálogo é um marco fundamental que marca diretrizes para a prática da justiça e da santidade como povo escolhido por Deus entre todos os povos do mundo. Se Israel se esquece de Deus e da lei, e perde de vista seu horizonte de esperança para o mundo e não se lembra de quem lhe deu liberdade, a soberba e o egoísmo se apoderaram dele e então trocará a verdadeira adoração pela adoração a si mesmo.
O fator marcante da vida de Israel é sua libertação da escravidão do Egito. Ao dizer: “… que te tirei da terra do Egito> da casa da servidão” [Êx 20.2), Deus estava cumprindo a promessa de redenção feita a Abraão [Gn 15.13-14). A libertação de Israel do Egito prefigura a nossa redenção, pois éramos prisioneiros do pecado e Cristo nos libertou [Jo 8.32,36; a 1.13-14].
EU ENSINEI QUE:
Deus sempre usa princípios para conduzir Seu pow a Seus propósitos.
3- Vivendo os Dez Mandamentos
Tudo o que está escrito é para ser vivido e praticado. Tudo o que temos a fazer como filhos de Deus é conhecer o que devemos praticar. Os mandamentos de Deus estão em 1 conformidade com o Seu caráter. Os mandamentos são parte dEle mesmo e aplicá-los às nossas vidas será 1 de grande enlevo para todos nós.
3.1. As bênçãos condicionais dos Dez Mandamentos. Através dos Dez Mandamentos, o Senhor orienta Israel a viver como Seu povo conforme a Sua vontade e como se relacionar com Ele. O motivo que levasse a cumprir a Lei haveria de ser o amor e a gratidão a Deus por havê-los redimido e feito filhos seus [Êx 20.2]. Três coisas estavam condicionadas à obediência de Israel [Êx 19.5-6):
1) Propriedade peculiar de Deus ou “meu tesouro especial”, (NVI). Tal expressão indica um relacionamento especial com o Todo-Poderoso. Que grande privilégio;
2) Reino sacerdotal- aponta para serviço. Um povo na terra com um relacionamento especial com Deus não se fecha em si mesmo, mas age como representante de Deus no mundo e em favor do mundo. Isso nos lembra a palavra de Deus para Abraão – Gênesis 12.3 “abençoar todas as famílias da terra’;
3) Povo santo -separado por Deus para viver de acordo com a vontade de Deus [Lv 20.26] e não segundo os costumes das nações [Lv 18.3-4].
São propósitos da Lei: proporcionar uma norma moral pela qual os redimidos possam mostrar que são filhos de Deus e viver em justa relação com seu Salvador e com o próximo; demonstrar que Deus é santo e Ele exige a santidade de toda a raça humana; mostrar à humanidade seu estado pecaminoso e fazê-la entender que somente mediante a graça pode ser salva. A Lei era um mestre para ensinar a Israel e ajudá-lo a permanecer em contacto com Deus [Gl 3.24-25].
3.2. O espelho dos Dez Mandamentos. Christopher Eric Hitchens, jornalista, escritor e crítico literário britânico e americano, considerado um dos mais influentes ateus da história, atacou severamente os Dez Mandamentos, afirmando que Deus exigia o impossível ao proibir os pensamentos desejosos nos mandamentos. Disse que se Deus realmente desejasse que as pessoas estivessem livres de tais pensamentos deveria ter tido mais cuidado e criado uma espécie diferente. Dizer que Deus cometeu erro ao exigir o impossível é mal interpretar o propósito dos Dez Mandamentos. Eles foram dados para nos ajudar a identificar um problema que está no mais profundo de nossa alma: o pecado [Sl 14.2-3; Rm 3.10]. Os Dez Mandamentos são como uma radiografia, pois apresentam o problema que está dentro de cada um de nós.
Digamos que uma pessoa sofreu uma forte queda, seu braço inchou e está com muitas dores. O que faz? Ela precisa de um raio-x para conhecer o dano causado e como vai tratá-lo a partir dali. O raio-x revela o que de fato se passa por dentro, porém, o raio-x não cura seu braço, não lhe traz melhoras, seu braço ainda estará quebrado. O raio-x não resolveu o problema, mas “revelou” o problema para que ele recebesse o tratamento adequado. Assim são os Dez Mandamentos.
3.3. Os Dez Mandamentos são eternos. O respeito a Deus sempre requer respeito a Sua lei, e desrespeitar Sua lei é o mesmo que desrespeitar Sua pessoa [Sl 111.10; 119.44, 142; Pv 9.10; 16.6]. Na cultura em que vivemos atualmente, é possível estar interessando em Deus e, ao mesmo tempo, não fazer o que Ele diz [Tg 1.22-24j. Os Dez Mandamentos representam as leis morais de Deus, as quais nunca se movem ou mudam. Podemos ilustrar refletindo sobre como uma pessoa lida com a lei da gravidade. Se infringimos essa lei, é como se nos lançássemos de um edifício alto. Podemos negar que a lei irá nos afetar, mas certamente sofreremos suas consequências. Os Dez Mandamentos são leis eternas projetadas por Deus para que a sociedade não se destrua. Embora vivamos no tempo da graça, todo cristão está sob a autoridade das leis morais de Deus, que estão resumidas nos Dez Mandamentos.
Muitos estão cometendo os mesmos erros vividos pelos israelitas em sua caminhada com Deus para a Terra Prometida. Eles tinham Deus e Sua Lei, mas viviam como se essas leis não existissem. O problema moral não é novo, ele é fruto da natureza caída do ser humano e a única forma de contê-lo é passando pela experiência do novo nascimento, confiando em Jesus Cristo e em Sua obra de redenção e andando em Espírito, para um viver que agrada a Deus.
EU ENSINE QUE:
Os mandamentos de Deus estão em conformidade com o Seu caráter.
CONCLUSÃO
É pela lei que vem o conhecimento do pecado. É ela que nos mostra que precisamos da obra de salvação de Jesus Cristo. A lei é boa porque, além de apontar para nós mesmos, mostrando onde falhamos, ao mesmo tempo nos ensina a viver para a glória de Deus (1 Tm 1.8).
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