EBD Revista Editora Betel | 2° Trimestre De 2024 | TEMA: ORDENANÇAS BÍBLICAS – Doutrina Fundamentais Imperativas aos Cristãos para uma vida bem-sucedida e de Comunhão com Deus | Escola Biblica Dominical | Lição 07: Ordenança para uma vida de fidelidade e lealdade
TEXTO ÁUREO
“Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel.” 1 Coríntios 4.2
VERDADE APLICADA
A fidelidade deve ser a marca registrada de todo cristão que almeja viver a eternidade com o Senhor.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Destacar a importância da fidelidade a Deus.
Ressaltar que devemos ser fiéis aos líderes eclesiásticos.
Mostrar a necessidade de ser fiel à igreja e ministério.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
LUCAS 16
10- Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito.
11- Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras?
12- E, se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso?
1 CORÍNTIOS 4
1- Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus.
2- Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | SI 31.23 O Senhor guarda os fiéis.
TERÇA | Mt 25.21 O servo bom e fiel.
QUARTA | 1Co 13.6 O amor não folga com a injustiça.
QUINTA | Tt 1.7 As características do obreiro.
SEXTA | Tt 1.9 O obreiro fiel retém a Palavra de Deus.
SÁBADO | Ap 2.10 Sê fiel até a morte.
HINOS SUGERIDOS: 8, 50, 535
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1- A fidelidade a Deus
2- A fidelidade aos líderes eclesiásticos
3- A fidelidade à igreja e ao ministério
Conclusão
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que os cristãos sejam fiéis a Deus e sejam exemplo para os outros.
INTRODUÇÃO
Em um tempo caracterizado pela liquidez nos vários relacionamentos e a adoção de valores circunstanciais e consequentemente descartáveis, trata-se de um grande desafio aos discípulos de Cristo se manterem fiéis a Deus, ao próximo, às igrejas, aos seus líderes, aos seus cônjuges e a tudo que envolve o Reino de Deus.
PONTO DE PARTIDA – Devemos ser fiéis e leais.
1- A fidelidade a Deus
Fidelidade, do latim “fidelis”, significa uma atitude de quem é fiel, de quem tem compromisso com aquilo que assume. É uma característica daquele que é leal, confiável, honesto e verdadeiro. Cujos hábitos, comportamentos ou atitudes permanecem constantes mesmo que haja mudança em alguma variável. Fidelidade a Deus é temê-lo andar nos Seus caminhos [Sl 128.1; Ec 12.13].
1.1. Fidelidade ao tratar das coisas de Deus. Nós somos mordomos e cuidamos da despensa que não é nossa [1Co 4.1; Tt 1.7]. Quando cuidamos das coisas dos outros, a nossa responsabilidade aumenta. Cuidando das coisas de Deus, aí então triplica. Os dons não são nossos, são distribuídos pelo Espírito Santo para o que for útil. As capacidades não são nossas, foi o Senhor que nos capacitou. As ovelhas não são nossas, pertencem ao aprisco do Senhor. Os recursos financeiros não são nossos, somos apenas dignos de salário por trabalhar em sua seara [Lc 10.7: 1Tm 5.18]. A obra é de Deus, o Reino é de Deus, as ordens são de Deus, nós somos apenas executores.
Alguns personagens da Bíblia nos dão exemplos do que é tratar as coisas de Deus com dignidade e fidelidade. Um caso peculiar é o de Abraão, que sai da sua terra natal, do meio da sua parentela, em estado de conforto, para ir para uma terra desconhecida após receber a voz do Senhor [Gn 12.1-4]. Depois mostra a sua fidelidade a Deus ao receber a ordem do Senhor para sacrificar o seu filho Isaque [Gn 22.1-14). Outros casos notáveis são os de Noé, Daniel, Jó, Ana, que mostraram fidelidade ao tratar das coisas de Deus e ao cumprir à risca a voz do Altíssimo.
1.2. Fidelidade é fruto do novo nascimento. Após a experiência do novo nascimento, o Espírito começa a produzir em nós várias qualidades, que vão fazendo parte do nosso caráter à medida que andamos em Espírito [G] 5.22-23]. Passamos a ser moldados pelo Espírito Santo para uma vida diferente e abandonamos as coisas da ignorância de antigamente [2Co 5.17]. O caráter de Cristo começa a ser revelado em nós e automaticamente vamos deixando a nossa velha natureza. É um dos atributos de Deus que devemos nos espelhar e vestir -nos dessa roupagem, pois Deus quer que sejamos fiéis em tudo. É uma obrigação do cristão que foi lavado e redimido no sangue do Cordeiro.
Bispo Abner Ferreira e Pr. Marcos Sant’Anna (Que Pregues a Palavra, Editora Betel, 2019, p. 138-139) sobre fidelidade como fruto do Espírito: “Donald Guthrie: “Fidelidade (…) seja no sentido de fidelidade a padrões da verdade, ou no sentido de fidedignidade no trato com outras pessoas. Dois exemplos marcantes: Potifar confiou tudo a José, Daniel no palácio na Babilônia. Essa virtude descreve a confiabilidade de uma pessoa que diz ser discípula de Cristo. Procede de Deus e capacita o discípulo de Cristo a manter-se fiel ao Senhor em quaisquer circunstâncias. “Quando a fé como virtude do fruto do Espírito habita na vida cristã, essa vida é marcada pela fidelidade a característica dessa pessoa é ser leal e confiável.
1.3. Fidelidade às doutrinas cristãs. A Bíblia é um manual de normas, práticas e fé, normalmente nós a usamos somente como regra de fé, e nos esquecemos que ela é composta de muitas normas, regras, ordenanças, estatutos, mandamentos, leis divinas e orientações, todas elas precisam ser praticadas, pois a fé precisa das obras para se firmar [Tg 2.14]. Jesus disse que todo aquele que ouve as suas palavras e não as cumpre, não as pratica, será comparado ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia [Mt 7.26]. Tiago comenta que se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla no espelho o seu rosto natural e logo esquece [Tg 1.22-25].
Pr. Edmar Oliveira da Silva (Revista Betel Dominical, 1º Trimestre de 2015, Lição 4) escreveu sobre a fidelidade às doutrinas cristas: “Toda e qualquer in- fidelidade doutrinária é, aos olhos de Deus, prostituição ou adultério [Tg 4.4]. Qualquer desvio ou afastamento doutrinário é causado por motivações humanas [2Tm 3.1-7]. (…) Nos dias atuais estão tirando a centralidade de Cristo e colocando em Seu lugar o homem e suas convicções pessoais. Tais pessoas se tornam opositoras do Evangelho, dando importância a questões supérfluas, que têm como base um egocentrismo desmedido e oportunista. Não resta dúvida de que a cosmovisão atual de muitas igrejas é antropocêntrica ou humanista. No século 21, o desvio doutrinário está mais amalgamado, e de certa forma mais forte, pois no recheio se encontram ideias como o pragmatismo, conceitos neoliberalistas e o mundanismo, que está sendo assimilado em todos os seus tentáculos pós modernistas.”
EU ENSINEI QUE:
Fidelidade a Deus é temë-Lo e andar nos Seus caminhos
2- A fidelidade aos líderes eclesiásticos
Comentário Bíblico Moody sobre 1 Tessalonicenses 5.12-13: “Paulo está falando de autoridade espiritual, a qual envolve admoestação ou advertência, especialmente onde esteja envolvida conduta irrepreensível”. Ele diz: “no Senhor. A tarefa de sustentar e fortalecer os crentes é digna de respeito em si mesma. Comentário Bíblico Moody: “Aviltar a liderança ou criticar a autoridade é semear a discórdia.
2.1. Tratai-os com estima e amor. Paulo aconselha e recomenda aos irmãos que valorizem os líderes, os pastores e bispos, não importa a função que exercem, porque eles trabalham para que nós e o Reino de Deus tenham vitória e sucesso [1Ts 5.12-13]. Paulo diz em 1 Tessalonicenses 2.11-12 que exortava e consolava os irmãos cada um em particular como o pai a seus filhos, conduzindo dignamente para com Deus. Os pastores são pessoas também, iguais a nós, com sentimentos, emoções, necessidades e demais coisas da vida. Às vezes, sangrando, o pastor cuida de outros soldados feridos. Todos precisam ser compreendidos, mas muitos não compreendem o pastor nem a sua família. Para muitos tem hora que o pastor não é de carne e osso, mas um super- -homem. Mas ele tem as suas dificuldades e momentos de solidão.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, p. 399: “A lealdade é uma das qualidades mais valiosas da vida; é a parte mais desprendida do amor. Para ser leal, uma pessoa não pode viver para si mesma. As pessoas leais não vivem apenas pelos compromissos assumidos; estão dispostas a sofrer por estes (…) Jónatas foi capaz de perceber que a fonte da verdade é Deus e que Ele exige a nossa completa e irrestrita lealdade. Foi o relacionamento com Deus que deu a Jônatas a habilidade de lidar efetivamente com as complicadas situações de sua vida. Ele foi leal a Saul porque era seu pai e rei. Também foi leal a Davi porque era seu amigo. A sua lealdade a Deus dirigiu-o em meio às demandas conflitantes de seus relacionamentos humanos (…).”
2.2. A fidelidade tem o seu fundamento no amor. A fidelidade só é encontrada em quem tem o amor implantado no seu coração. O crente precisa desenvolver uma vida espiritual baseada no amor. Sem amor a fidelidade e a lealdade não se estabelece. Sendo o amor a base da nossa fidelidade, precisamos desenvolvê-lo em todos os sentidos da nossa existência; na igreja, nas autoridades eclesiásticas constituídas, nos dízimos e ofertas, no nosso relacionamento conjugal e familiar, nos nossos relacionamentos entre os irmãos, onde nós exercemos a nossa profissão, em suma em toda a sociedade. Quando o amor é descartado, não sobra nem sombra de fidelidade. Os que trabalham incansavelmente entre nós e sobre nós devem ser considerados e por eles devemos dar o nosso amor de todo o coração [1Ts 5.12-13).
Pr. Walteir Vieira da Silva (Revista Betel Dominical, 1º Trimestre de 2015, Lição 11) escreveu sobre o amor como fundamento da fidelidade: “O amor é altruísta, não busca seus próprios interesses. Nossa vida de fidelidade precisa estar inserida em Romanos 12.10. A palavra “preferir”, usada por Paulo, significa abrir caminho, mostrar respeito para com os outros. Esse comportamento do amor leva o crente à alegria e à bênção de doar ao próximo sem querer nada em troca; foi o que Paulo ensinou aos presbíteros de Éfeso (At 20.35]. O amor leva o crente a um padrão humilde de vida, sempre considerando os outros superiores a si mesmo [Fp 2.3]. Jesus mostrou grande desprendimento quando veio ao mundo para fazer a vontade do Pai e não a Sua [Jo 6.38].”
2.3. A fidelidade é recompensada pelo Senhor. Na parábola dos talentos [Mt 25], Jesus diz que um dia Deus nos julgará, mas esse julgamento não avaliará nossa capacidade e, sim, nossa fidelidade. Jesus não olhou a quantidade que cada servo granjeou [Mt 25.21-22, 26; Ap 2.10].
Vale a pena ser fiel. Deus nos julgará e nos recompensará de acordo com a nossa fidelidade. A Bíblia diz que o homem fiel será ricamente abençoado. Nós temos recompensas temporais e recompensas eternas [Ap 3.11]. Ao ser indagado por Pedro sobre quem tinha deixado tudo para seguir a Jesus e manter-se fiel a Ele, Jesus respondeu que receberão cem vezes mais nesta vida e, por fim, a vida eterna [Mc 10.29-30]. A fidelidade de Jó lhe proporcionou receber o dobro do que tinha antes. A fidelidade de Daniel lhe proporcionou ser governador da província da Babilônia. A fidelidade de Jo- sé lhe proporcionou governar o Egito.
EU ENSINEI QUE
Paulo está falando de autoridade espiritual, a qual envolve admoestação ou advertência, especialmente onde esteja envolvida conduta irrepreensível.
3- A fidelidade à igreja e ao ministério
No dicionário de português a lealdade é sinônimo de fidelidade, mas nós queremos mostrar uma pequena diferença nas atitudes do dia a dia. Define-se lealdade por ser uma pessoa plenamente confiável, com retidão moral, honestidade na apreciação, verdadeira amizade, não fala pelas costas, guarda os segredos a ela confiados. A lealdade mostra uma pessoa sincera, pessoa franca, pessoa com a verdade, com postura de educação e respeito.
3.1. Fidelidade à igreja que congregamos. Quem muda muito mostra ser volúvel, não tem firmeza naquilo que abraça ou se propõe a fazer. Muda de pensamento e atitude como o vento muda a sua direção. A fidelidade à igreja cria laços de amizades e comunhão entre os irmãos. Lugar de salvo é na igreja, tem que amar, tem que ser membro, tem que ser corpo, tem que ser Igreja, tem que ter compromisso, participar mais [At 2.42-47].
A infidelidade eclesiástica tem vá rios aspectos:
1) como as pessoas têm muitas opções denominacionais e não sofrem nenhuma sanção se transitarem de uma para outra, esse fato passou a ocorrer com frequência;
2) outras simplesmente deixam as suas igrejas de origem e não se filiam a nenhuma outra, optando por uma vida religiosa;
3) porque muitos apostarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios [1Tm 4.1]; não suportam a să doutrina; têm coceira nos ouvidos e se cercam de mestres, segundo as suas próprias cobiças
4) estamos no tempo em que muitos e conveniências [2Tm 4.3-4].
3.2. Por trás de uma igreja tem um ministério de suporte. Ninguém é obrigado a se filiar a uma igreja local ou a um ministério, mas, ao se filiar, é preciso manter o mínimo de consideração, você não pode brigar contra um sistema estabelecido, quem não se adapta, sai e não entra em rebelião. Ninguém é coagido a ficar, mais, uma vez ficando, há necessidade de fidelidade e lealdade à igreja e ao ministério. Muitos se rebelam e fazem como Coré, Datã e Abirão, mas a cobrança é amarga [Nm 16). A rebelião é abominável ao Senhor e considerada como pecado de feitiçaria [1Sm 15.23].
Eu posso levar à risca o que assinei, prometi e me filiei, mas falar mal do processo ou do sistema em que estou inserido; nesse caso firmei a fidelidade, mas abandonei a lealdade. Muitos não têm condições de trabalharem sozinhos sem uma supervisão ou apoio superior, é nisso que entra um ministério que cuida de juntar os ministros, colocar regras de conduta ministerial, promover a comunhão entre os pares, constituir convenções onde se discutem assuntos de interesses dos membros, obreiros e ministros do Evangelho. Onde se ganha força e corpo com a graça de Deus. Onde geram e imprimem literaturas de ensino sistemático da Palavra de Deus, como as revistas da EBD e outras. Onde se promove o crescimento e aperfeiçoamento daqueles que são responsáveis pelo rebanho do Senhor.
3.3. A lealdade firma a fidelidade. Normalmente, a fidelidade é marcada pela espontaneidade do leal perante algo ou alguém, algo voluntário e que autentica e homologa a fidelidade. Mas nem sempre o que mostra fidelidade mostra lealdade. Lealdade está ligada ao tratamento pessoal Fidelidade está ligada ao cumprimento de deveres. Como exemplo, poderíamos usar um contrato feito a uma empresa de telefonia celular. Quando nós fazemos um contrato de fidelidade por um ano, normalmente gozam de alguns benefícios, como: mais serviços à nossa disposição, menor preço na conta telefônica. Fico fidelizado por um ano, mas posso não ser leal e qualquer mau serviço prestado, eu detono a empresa, falo mal da sua administração, não dou referência a outras pessoas. Meu plano de fidelização acaba sendo só por conveniência e não por consciência, isso não é honesto.
Podemos aplicar também à igreja: não saio da igreja, entrego o meu dízimo, sou fiel ao meu ministério, exerço cargo na igreja, mas não sou leal aos meus líderes, ao meu pastor. Na primeira oportunidade falo mal, não aceito a sua administração, questiono tudo e todos, uso de murmuração. Então mesmo o dicionário colocando uma como sinônimo da outra, podemos ver uma variação na sua interpretação, por isso falamos que a fidelidade é irmã gémea da lealdade. Talvez um exemplo bíblico que podemos usar seja o relato de João sobre Diótrefes [3 Jo 9-10]. Pela influência que Diótrefes tinha na igreja local, possivelmente a questão contra ele não foi no campo doutrinário/teológico, mas no aspecto moral, pois demonstrava que não era leal ao apóstolo João.
EU ENSINEI QUE:
A lealdade mostra uma pessoa sincera, pessoa franca, pessoa com a verdade, com postura de educação e respeito.
CONCLUSÃO
O cumprimento à ordenança para um viver caracterizado pela fidelidade e lealdade, em todos os momentos, é consequência do novo nascimento, do comprometimento com a Palavra de Deus e do andar em Espírito. Que o Senhor nos encontre fiéis [Mt 25.21].
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