Lição 07: Os Dons de Elocução | 4° Trimestre de 2022 | EBD BETEL

EBD Revista Editora Betel | 4° Trimestre De 2022 | TEMA: A IGREJA E O ESPIRITO SANTO – A necessidade do avivamento promovido pelo Espírito Santo para os dias atuais | Escola Biblica Dominical | Lição 07: Os Dons de Elocução

TEXTO ÁUREO

“Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação.” 1 Coríntios 14.3

VERDADE APLICADA

As manifestações do Espírito em profecia, variedade de línguas e interpretação de Línguas resultam em edificação, exortação e consola­ção ao Corpo de Cristo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Falar sobre a confusão acerca dos dons de elocução
Despertar no crente o desejo pela busca dos dons
Mostrar a relevância do dons para a Igreja.

TEXTOS DE REFERÊNCIAS

SEGUNDA – Am 3.7 Deus revela Seus planos aos profetas.
TERÇA – Mt 7.15 O cuidado com os falsos profetas.
QUARTA – 1 Co 12.31 A busca pelos dons
QUINTA – 1 Co 14.3 Os objetivos da profecia.
SEXTA – 1 Co 14.22 As línguas são um sinal para os infiéis
SÁBADO – 1 Co 14.39 Não proibir falar em línguas estranhas.
HINOS SUGERIDOS: 289, 290, 291

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que a igreja esteja alerta quanto aos falsos profetas.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução
1
– Dons relacionados a elocução
2– Variedade de línguas
3– interpretação de línguas
Conclusão

INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos os dons conhecidos como dons de elocução. Esses dons devem ser empregados exclusivamente para edificação, exortação e consolação, para que não haja desordem no seio da Igreja.

PONTO DE PARTIDA

Os dons devem edificar a Igreja

1- Dons relacionados a elocução

A profecia, a variedade de línguas e a interpretação das línguas, são manifestações do Espírito Santo classificadas como dons de elocução. Os mesmos capacitam o membro do Corpo de Cristo a falar sobrenaturalmente. Essas manifestações sobrenaturais vindas da parte de Deus visam edificar, exortar e consolar a Igreja de Cristo. Infelizmente, o que temos visto é que muitos, de forma incorreta, dizem serem possuidores destes dons e assim enganam a muitos com suas falsas manifestações.

1.1. Profecia. Este dom nos permite ouvir a palavra inspirada do Espírito Santo e sermos edificados, exorta­ dos ou consolados por ela. Esta voz profética se consolida pelo cumprimento fiel e pelos resultados: “Mas, se todos profetizarem, e algum in­douto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado. Os segredos do seu coração ficarão manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre vós:, [1Co 14.24-25]. O Espírito Santo nos capacita com este dom para servirmos a Igreja de Cristo [l Co 14.2-5].

Bispo Primaz Manoel Ferreira: “Nos últimos anos este assunto tem sido tema de infindáveis discussões, fazendo com que muitos fiquem confusos sobre o assunto. A Bíblia nos faz ver que o dom de profecia é uma habilitação divina, ofertada ao crente para edificação, exortação e consolação dos santos [1 Co 14.3].”

1.2. A importância do dom de profecia para a Igreja de Cristo. O apóstolo Paulo possuía uma visão profunda sobre a importância do dom de profecia para a Igreja de Cristo. Em um dos seus textos sobre o assunto, ele exorta a igreja para buscá-lo: “Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” [1 Co 14.1]. Importa-nos reiterar que a sua importância é tamanha, pois aquele que profetiza edifica toda a igreja. Assim, através do dom de profecia, o Senhor fala abertamente de forma simples e direta com o ser humano, com o intuito de edificá-lo, exorta­-lo e consolá-lo.

Stanley Horton (1 e 2 Coríntios, 2003, p. 117): “O dom da profecia está disponível a todos os crentes, não só aos profetas [At 2.17-18]. O Espírito usa este dom em uma diversidade de modos para levar a mensagem de Deus ao corpo de crentes. O “sermão” de Pedro no dia de Pentecostes não foi um sermão na acepção comum da palavra. Antes, foi uma manifestação do dom da profecia.”

1.3. Julgar a profecia. A Igreja de Cristo, bem doutrinada, não tolera os falsos profetas em seu meio e faz o uso correto dos dons espirituais, de acordo com a Palavra de Deus. Joao em suas palavras, sedimenta que é de­ver da igreja julgar as profecias, para ver se estão de acordo com a Palavra de Deus [1 Jo 4.1]. Ele manda provar a veracidade dos profetas para ver se está em conformidade com a Bíblia. O apóstolo Paulo também orienta a igreja sobre a necessidade de julgar [1 Co 14.29]. A igreja deve julgar, como comentou Stanley Horton, “meticulosa e publicamente, com deliberada consideração e avaliação, o que o Espírito está dizendo. Isto incluiria como a profecia se alinha com a Palavra de Deus, como satisfaz a neces­sidade, qual é o propósito de Deus e o que os crentes devem fazer com o que ouvem para edificar o corpo”.

Se a Bíblia nos orienta a julgarmos e provarmos se a profecia é de Deus ou não, é porque certamente existe a probabilidade de não ser de Deus. Satanás procura implantar no Corpo de Cristo falsos profetas, para desestabilizar a saúde espiritual da igreja e assim levá-la ao erro, provocando sérios prejuízos à comunidade. Portanto, devemos julgar as profecias, de modo a saber se está de ajuste com a Palavra de Deus, com a doutrina da Igreja, se é para a glória de Deus e a salvação do ser humano. Se avaliarmos atentamente as profecias, veremos que não devemos abdicar do auxílio do Espírito Santo para reconhecer a correta voz do Senhor. Sendo assim, é importante termos o entendimento de que, como pentecostais, o dom de profecia continua sendo útil para contribuir para a edificação e o aperfeiçoamento dos santos.

EU ENSINEI QUE:

A Bíblia instrui que a profecia deve ser julgada na igreja e que o profeta deve corresponder aos ensinamentos bíblicos.

2- Variedade de línguas

Em meio a tantas dúvidas que surgem sobre o dom de variedade de línguas, na condição de dom, assim como os demais cataloga­dos na Bíblia, podemos dizer que este dom é uma das manifestações do Espírito Santo, quando este se revela através de uma expressão falada de maneira divina nunca aprendida pela pessoa que fala.

2.1. O ensino de Paulo sobre o dom de variedade de línguas. Entre os ensinamen­tos do apóstolo Paulo a respeito do dom de variedades de línguas em 1 Coríntios 14, ele escreve sobre este dom com a finalidade de constituir algumas diretrizes para ajustar a forma desorganizada de culto que a igreja de Corinto estava realizando. Ainda a respeito deste dom, o apóstolo afirma que o falar em línguas serve como um sinal para os infiéis [1Co 14.22].

Esequias Soares: “O que significa o falar em línguas ser um sinal para os descrentes? 1 Coríntios 14.20-25 é uma das passagens paulinas mais difíceis. Até os expoentes pentecostais mais respeitados no mundo reconhecem a sua dificuldade.”

2.2. Expressão em línguas em Atos e em 1 Coríntios. David Lim (Teologia Sistemática, 1997, p. 476): “A diferença básica entre o fenômeno das línguas em Atos e em 1 Coríntios está no seu propósito. Em Atos, as línguas visam a edificação pessoal, deixando evidente que os discípulos realmente haviam recebido o dom prometido do Espírito Santo, para revesti-los “do poder do alto” [Le 24.49; At 1.4-5, 8; 2.4]. Não precisavam ser interpretadas. Em 1 Coríntios, o propósito era a benção a outras pessoas na congregação, por isso era necessária a comunicação”. É preciso notar que nem todos que foram batizados com o Espírito Santo exercerão um ministério contínuo de falar em línguas na igreja local [1 Co 12.30].

Estevam Ângelo de Souza (Nos Domínios do Espirito, 1987, p. 95): “Já estudamos que não houve exigências quanto a manifestação das línguas em Jerusalém, em Cesaréia e em Éfeso) e “todos falaram em línguas “, mas quan­to às línguas como dom de elocução há normas a considerar:
a) nem todos as possuem – 1 Co 12.30;
b) devem ser seguidas de interpretação – 1 Co 14.13- 26, 28;
c) estão sujeitas à limitação – 1 Co 14.27-28.”

FOCO NA LIÇÃO: “Essas manifesta 6es sobrenaturais vindas da parte de Deus visam edificar, exortar e consolar a Igreja de Cristo”

2.3. O dom de variedade de língua serve para edificação do crente. O crente em Jesus, hoje, mais do que nunca, necessita do recobrimento de poder do Espírito Santo e das manifestações dos dons espirituais. Daí a necessidade de buscar estes dons espi­rituais em toda a sua plenitude. Entre os dons difundidos pelo Espírito Santo, encontramos o dom de variedade de línguas, que exerce a função da edificação pessoal do crente. O apóstolo Paulo deixou registrado que este dom serve para que o crente edifique a si mesmo [1 Co 14.4]. Os pentecostais entendem que o crente, através do dom de variedade de línguas, pode ser usado para a edificação da igreja, e, também, através do dom de interpretação de línguas, pois, por meio desse, todos podem entender a mensagem em sua própria língua.

Elinaldo Renovato: “A variedade de línguas pode ser útil para a edificação pessoal. Paulo ensina sobre isso de maneira bem clara: “O que fala língua estranha edifica a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja” [1 Co 14.4]. No caso de o crente falar em línguas para sua edificação pessoal, não há necessidade de interpretação: “Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus” [1 Co 14.28]. É um dom valioso para a edificação pessoal. O crente, cheio do Espírito Santo e edificado por Deus, pode ser usado nas reuniões para edificação da igreja, através do dom de interpretação de línguas:’

EU ENSINEI QUE:

Ainda hoje, Deus derrama através do Espírito Santo o dom de variedade de línguas, como no dia de Pentecostes.

3- Dom de interpretação de línguas

Ao tratar deste dom, o Bispo Primaz Manoel Ferreira afirmou: “O dom de interpretação de línguas é a revelação divina do Espírito Santo que emprega um crente pa­ra declarar a Igreja o significado das palavras pronunciadas pelo profeta em outras línguas’

3.1. Uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo. Na igreja de Corinto havia desordens de toda natureza e os crentes assistiam a tudo sem dar aos dons a devida importância. Algo que estava trazendo confusão a igreja era a ausência do dom de interpretação de línguas. Em outras palavras, estava ocorrendo a manifestação da variedade de línguas sem a interpretação das línguas. Portanto, Paulo deixou registrada a seguinte orientação: “E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois ou, quando muito, três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus” [1 Co 14.27-28].

Bíblia de Estudo Pentecostal: “Trata-se da capacidade concedida pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em línguas. Tal mensagem, interpretada para a igreja reunida, pode conter ensino sobre a adoração e a oração, ou pode ser uma profecia. Toda a congregação pode assim desfrutar dessa revelação vinda do Espírito Santo. A interpretação de uma mensagem em línguas pode ser um meio de edificação da congregação inteira, pois toda ela recebe a mensagem [1 Co 14.6, 13, 26]. A interpretação pode vir através de quem deu a mensagem em línguas, ou de outra pessoa. Quem fala em línguas deve orar para que possa interpretá-las [1 Co 14.13].”

FOCO NA LIÇÃO: “… este dom é uma das manifestações do Espírito Santo, quando este se revela através de uma expressão falada de maneira divina nunca aprendida pela pessoa que fala.”

3.2. O dom de interpretação de línguas está sujeito a outro dom. Per­cebemos na Bíblia de maneira incontestável que o dom de interpretação de línguas não atua só, ele sempre estará atrelado a outro dom: variedades de línguas. Pastor Elinaldo Renovato os chamou de “dons ge­minados”. Pastor Esequias Soares em sua conhecida análise sobre o tema diz: “Este dom não é autônomo como os demais e o único que depende da manifestação de outro, o dom de variedades de linguas”. Ainda sobre o assunto o Pastor Pentecostal Gor­don Chown de maneira inteligente nos legou uma importante infor­mação sobre a necessidade de estes dois dons atuarem juntos: ”A interpretação é tão milagrosa quanto a própria Língua, e isto quer dizer que quem possui o Dom de Linguas nao vai procurar decifrá-la com a mente, mas, sim, pede e recebe a Interpretação da mesma fonte divina de onde surgiu a Língua”.

Bispo Primaz Manoel Ferreira: ‘O dom de interpretação de línguas é a manifestação sobrenatural pelo Espírito Santo que garante a plena edificação da Igreja. Não restam dúvidas de que este dom não opera sozinho, ele sempre vai estar sujeito a outro dom (variedades de línguas) para atuar:’

3.3. Este dom deve ser empregado para a edificação da igreja. As línguas estranhas faladas no culto devem ser seguidas de sua interpretação, para que a igreja conheça o conteúdo e o significado da mensagem: “E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois ou, quando muito, três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus” [1 Co 14.27-28]. A par da importância deste dom para a edificação da igreja, o apóstolo Paulo deixou registrada a seguinte orientação: “E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas; mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala línguas estranhas, a não ser que também interprete, para que a igreja receba edificação.” [1 Co 14.5].

Stanley Horton: “O dom de línguas precisa de interpretação para ser eficaz na igreja. Alguns ensinam que, por es­tarem alistados em último lugar, estes dons são os menores em importância. Semelhante conclusão é insustentável:”

EU ENSINEI QUE:

O verdadeiro culto pentecostal não abre mão dos dons de elocução, pois contribuem para a edificação do Corpo de Cristo.

CONCLUSÃO

Que o presente estudo contribua para não ignorarmos e nem desprezarmos a variedade das manifestações do Espírito, mas procuremos com zelo abundar nos dons espirituais para edificação da igreja e a glória de Deus.

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