EBD Revista Editora Betel | 4° Trimestre De 2023 | TEMA: Terceira Epistola de João – Instituindo o discipulado baseado na verdade, no amor e fortalecendo os laços da fraternidade Cristã | Lição 12: O Verdadeiro Discípulo promove o crescimento de outros discípulos
TEXTO ÁUREO
“E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” 2 Timóteo 2.2
VERDADE APLICADA
Não apenas a liderança, Mas cada discípulo de Cristo é chamado ao contínuo aperfeiçoamento, crescimento e amadurecimento até que Cristo venha.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar as credenciais para um discípulo forte
Ressaltar a importância da maturidade espiritual
Destacar o compromisso com o crescimento da igreja
TEXTOS DE REFERÊNCIA
1 TIMÓTEO 1
15- Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.
16- Mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna.
17- Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém.
18- Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia;
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA – At 17.11 Dedicar-se ao estudo diário das Escrituras
TERÇA – Ef 4.14 Ter convicção do Chamado
QUARTA – 2Tm 2.16 Conversas inúteis geram impiedade
QUINTA – 2Tm 3.16 Toda a Estrutura inspirada por Deus
SEXTA – Tt 1.9 Devemos rever a fiel palavra
SÁBADO – Hb 13.7 Imitar a fé de quem ensina a Palavra de Deus
HINOS SUGERIDOS: 141, 143, 147
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que o discípulo esteja disposto a aprender para crescer em seu ministério
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1– Credenciais bíblicas do discípulo cristão
2– Revela maturidade espiritual
3– Compromete-se com o crescimento
INTRODUÇÃO
Recomendar, segundo o Dicionário, significa indicar alguém ou algo como bom ou por suas qualidades. Em sua carta Pastoral a Timóteo, Paulo elenca as qualidades de um bom discípulo de Cristo para exercer o ministério recomendável.
1- Credenciais bíblicas dos discípulo cristão
Paulo sabia da necessidade de formar discípulos fortes assim como ele acabaram se formando, a ponto de ser evangelizado parte da Ásia (Chamada de Ásia menor) e da Europa, Paulo deixou de ser o religioso para assumir o papel de apóstolo dos gentios [Rm 11.13]. Viajando em missão para ministrar a palavra de Deus e implantar igreja. A fim de cumprir a missão que recebera de Jesus, o apóstolo escreveu cartas pastorais com credenciais para a formação de outros discípulos, fortes e saudáveis espiritualmente.
1.1. Confia nas Escrituras. O termo confiar no Grego é harrheo, que significa “ ter muita coragem, ser de bom ânimo, ser ousado”. a Bíblia é o manual mais completo e confiável sobre todos os aspectos da vida cristã, principalmente para o discípulo que deseja crescer [1Tm 1.15]. Para ter coragem, ânimo e ousadia, um líder deve confiar na Palavra de Deus. As maiores lições sobre discipulado foram dadas por Jesus aos Doze – e depois por parte desses Doze a outros. Um discípulo forte confia nas Escrituras e ensina outros a confiarem [1Tm 1.3-4].
Gaio e Demétrio eram excelentes cooperadores de João na liderança da igreja. Ambos deram bons testemunhos como discípulos, sendo reconhecidos pela igreja como homens de Deus [3 J0 3.6]. João aprendeu com o melhor de todos os mestres, depois transmitiu esses ensinamentos aos seus liderados. Os que desejaram, como Gaio e Demétrio, aprenderam e aplicaram esses ensinamentos em seus ministérios. Quem não desejou, como Diótrefes, perdeu a chance e o privilégio de servir ao Reino. Dos que andavam com Jesus, a maioria aproveitou os ensinamentos, transformando-se em discípulos fortes. Judas Iscariotes acabou se perdendo, tornando-se um traidor fraco. Confiar nas Escrituras é ser como os crentes de Beréia, que as examinavam para confirmar se o que Paulo os ensinava era verdade, sendo por isso elogiados [At 17.11].
1.2. Depende de Deus. O verbo depender têm origem no latim dependere, que significa “estar preso a” ou “estar pendurado “. Um discípulo bem-sucedido deve estar preso a Deus no sentido de não poder exercer seu chamado sozinho, de forma independente. Paulo não tinha essa consciência até cair na estrada de Damasco e precisar depender completamente de Deus [At 9.6]. Paulo expõe essa dependência, após ficar preso (literalmente) por causa de seu chamado [Ef 3.1). Um discípulo só se torna forte quando trabalha em nome dEle [Ex 3.14]. Jesus mostra a Pedro que, mesmo sem saberem, os discípulos dependiam dEle: “Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo. Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.” [Lc 22.31-32]. Eles haviam sido chamados para fortalecer os demais, mas precisavam depender de Deus para isso. Jesus ensina que sem Ele nada pode ser feito [Jo 15.5].
Há discipuladores que ensinam seus discípulos a serem dependentes de si, do que pregam, sem apontar para a dependência de Deus. Essa é uma característica de discipuladores fracos, mesmo se fazendo de forte e infalível. Paulo se reconhece um pecador [1Tm 1.15] e dependente de Deus, por isso teve êxito ministerial. Só pode depender de Deus aquele que é bem consciente quanto às próprias limitações e debilidades [1Co 10,12]. As pessoas não confiarão em um líder movido por ego.
1.3. Torna-se forte. Nas cartas a Timóteo, Paulo descreve critérios para um discípulo forte, porque ninguém nasce pronto, é formado (GI 4.19]. Davi, antes de enfrentar Golias, passou pelo teste do urso e do leão [15m 17.34-35]. Um discípulo se torna forte após ser provado e se mostrar irrepreensível [1 Tm 3.8]. Paulo passou por isso, o que o gabaritou a formar discípulos fortes [Fp 4.9].
Diótrefes era fraco, mas posava de forte. Ele nunca manifestou interesse em aprender, como Gaio e Demétrio, e o resultado se refletiu em suas lideranças. Diótrefes ignorava as cartas que João enviava à Igreja. Os discipuladores precisam ser gentis, compreensíveis e empáticos, devem revelar o seu lado humano. Ao contrário da opinião popular, o líder forte, apaixonado, firme, é também conhecido pela sua gentileza e graça. [ O mundo e o ministério não precisam de autoritários. Ambos precisam de mais discipuladores com alma de servo para guiar.
EU ENSINEI QUE:
Existem credenciais a serem obedecidas e que contribuirão para formar um discípulo forte. Aqueles que estão dispostos a pagar um preço por elas, serão fortalecidos e atingirão o propósito do seu chamado.
2- Revela a maturidade espiritual
Timóteo era jovem, mas maduro espiritualmente, por isso Paulo o exorta a não aceitar ser desprezado por sua juventude, mas tornar-se exemplo [1Tm 4.12]. Essa maturidade espiritual fazia com que Paulo o recomendasse como seu substituto, como aconteceu quando Timóteo (junto com Erasto) foi para a Macedônia em lugar do apóstolo, que permaneceu na Ásia [At 19.22]. A maturidade se alcança pela experiência, sabedoria e inteligência espiritual [CL 1.9].
2.2. Na caminhada com Cristo. Um discípulo forte ajuda outros a crescerem em Cristo, e ainda continua avançando Fp 3.12-13]. Paulo exorta: “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” [2Tm 2.1-2]. Discipuladores imaturos são exortados a se tornarem maduros, pois só assim discernirão tanto o bem como o mal [Hb 5.14].
Timóteo era jovem, mas não era imaturo, razão pela qual era frequentemente enviado como representante de seu líder [1Co 16.10]. A caminhada com Cristo exige maturidade [Ef 4.14]. Diótrefes não tinha maturidade, por isso agia carnalmente, sem discernir o bem e o mal. Em vez de exibir Cristo, exibia sua carne. John Bevere, pastor e escritor americano, ele ressalta: “Como pode um Deus bom designar pessoas cruéis para posição de autoridade? A resposta é simples: Deus é o Criador da autoridade, mas não o autor da crueldade. O homem, e não Deus é responsável por seus atos maus. Toda autoridade procede de Deus, mas nem toda autoridade anda nos seus caminhos”.
2.2. No relacionamento com as ovelhas. Com o objetivo de ser exemplo dos fiéis, o discípulo de Cristo tem de mostrar maturidade no relacionamento interpessoal, cuidando de cada um conforme sua “estatura” espiritual, para levá-los ao crescimento [Ef 4.13-15]. O mau discípulo que exige das ovelhas uma obediência cega, como Diótrefes fazia, revela ser um discípulo imaturo. A Palavra de Deus nos orienta a termos um bom relacionamento com todos [Hb 12.14), isto também inclui o relacionamento de discípulos com seus discipuladores. O verdadeiro discipulador não abdica de sua principal tarefa: cuidar dos seus discípulos (Jo 21.16]. Antes de sair de Éfeso, Paulo fez uma última recomendação aos discípulos, para vigiarem a si e às ovelhas, confiadas a eles pelo Espírito Santo [At 20.28].
Sobre Atos 20.28, lemos em “O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento”, p. 343: “Há sempre duas ameaças à Igreja, uma externa e outra interna. Os ímpios são uma perigosa ameaça externa; os soberbos e os que servem somente aos seus próprios interesses são a ameaça interna.”
2.3. Na condução da Igreja. Sem maturidade espiritual a igreja demora em sua missão de avançar, dada por Jesus [At 1.8]. Nos dias de João, Gaio e Demétrio, a Igreja estava sob forte perseguição e somente cristãos fiéis maduros seriam ousados o suficiente para fazê-la avançar. Apenas maduros espiritualmente comprometem-se com o avanço da obra. Isso era constatado na hospitalidade que ofereciam àqueles que procuravam sua ajuda, enquanto viajavam para pregar o Evangelho, como foi com Paulo, também acolhido por certo Gaio [Rm 16.23]. O nome Gaio era bastante comum naquela época. Temos sua ocorrência em Atos 19.29 e 20.4; Romanos 16.23 e 1 Coríntios 1.14. Estes textos, porém, não se referem sempre à mesma pessoa. O discípulo maduro é capaz de formar sucessores para a continuidade da obra de Deus [2Tm 2.2].
Sobre 2 Timóteo 2.2, lemos em “O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento”, p. 609: “Todo cristão fiel tem a responsabilidade de ensinar a sã doutrina aos outros. Essa determinação de Paulo serviria de base a uma cadeia interminável de discipulado cristão, com o ensino de mestres e instrutores cristãos [ MT 28.18-20].
Eu ensinei que:
A maturidade dos discípulos se revelem seus relacionamentos fundamentais: com Jesus, com a igreja e com seus liderados.
3- Compromete-se com o crescimento
A maturidade leva os discípulos a comprometer-se com seu próprio crescimento e com o crescimento daqueles que estão sob sua responsabilidade. Foi o que Paulo desejou, ao escrever as cartas pastorais a Timóteo, que ensinam a Igreja até os nossos dias.
3.1. Sendo exemplo. Paulo recomendou que Timóteo fosse exemplo dos fiéis [1Tm 4.12], como ele próprio era digno de ser imitado porque era imitador de Cristo [1Co 11.1]. Só quem reflete Jesus pode ser exemplo à Igreja, o que Diótrefes não fazia. Sua imaturidade espiritual o desvirtuava da maior responsabilidade que teria, de ser referência como homem de Deus. O contraste daquele comportamento estava no jovem Timóteo, chamado por Paulo de: “tu, ó homem de Deus…” [1Tm 6.11]. João foi claro ao ensinar: “Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz bem é de Deus; mas quem faz mal não tem visto a .” [3Jo 11].
Gaio e Demétrio, cooperadores de João, seguiram o exemplo de seu líder, por isso também se tornaram exemplos a serem seguidos. Diótrefes não passa de uma terrível advertência, ele não é um exemplo a ser seguido.
3.2. Ensinando a palavra. João revelou que Jesus é o Verbo, a Palavra [Jo 1.1]. Ensinar a Palavra é ter Jesus como referência de amor, integridade, fidelidade, obediência, humildade. Timóteo foi ensinado e também enviado a ensinar, porque isso significava fazer o Evangelho avançar. A Palavra de Deus é viva e eficaz e só por ela é possível edificar uma igreja de forma consistente [Hb 3.4]. Um discípulo maduro espiritualmente pauta seu ministério pela Palavra de Deus e aproveita todas as oportunidades para pregá-la 2Tm 4.2].
A pregação na qual Cristo não tem preeminência não pode ser válida como pregação. Devemos pregar a Cristo, através de Cristo, para a glória de Cristo. Em 1 Timóteo 1.7, Paulo fala dos ministros que, embora pretensiosos, eram intelectualmente rasos: “Querendo ser doutores da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam “. Diótrefes não se sentava para aprender, logo era incapaz de ensinar. A sabedoria pertence àqueles que se sentam aos pés dos mestres. Diótrefes era antagônico aos ensinamentos de João. Daí, não reunir a mínima condição para ensinar. Estamos vivendo hoje uma crise de conteúdo em nossas igrejas.
3.3. Apontando o Cristo. Os discípulos fugiam de Paulo, temendo ser vítimas de sua perseguição [At 9.13], só passando a ter paz após recomendação de Barnabé [At 9.27]. Um discípulo forte é encorajador dos irmãos porque conhece os propósitos de Deus. Graças à coragem de Barnabé, que depois se tornou companheiro de viagem de Paulo [At 15.35], as igrejas cresceram e foram edificadas, fazendo com que o nome de Jesus fosse levantado [At 9.31].
Gaio e Demétrio foram distinguidos por andarem na verdade, significando que seus ministérios e vida pessoal eram guiados pelos ensinamentos e princípios cristãos. A vida desses dois apontava para Cristo, testemunhando que eram homens com maturidade pessoal e ministerial. Discípulos cheios de si não podem representar o Cristo que se esvaziou. João ensinou: “É necessário que ele cresça e que eu diminua” [Jo 3.30].
EU ENSINEI QUE:
O discípulo maduro compromete-se com seu crescimento ministerial e com o crescimento da Igreja de Cristo. Ele busca ser uma referência idônea, ensina as Escrituras com responsabilidade e aponta sempre para Jesus.
CONCLUSÃO
Um discípulo forte tem o compromisso de formar outros discípulos fortes, aos quais pode recomendar por serem capazes de continuar a obra de Deus. Credenciais como maturidade, compromisso, responsabilidade e fundamento bíblico são aspectos cruciais na formação de discípulos fortes.
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