EBD Pecc (Programa de Educação Cristã Continuada) | 2° Trimestre De 2022 | Tema: HEBREUS E TIAGO – Jesus: Autor e Consumador da Fé | Escola Biblica Dominical | Lição 04: HEBREUS 6 – Prosseguindo para a Maturidade Cristã
SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR
Afora a suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Hebreus 6 há 20 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Hebreus 6.1 20 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
O capítulo 6 de Hebreus nos traz assuntos aparentemente diferentes, mas que estão direta ou indiretamente interligados. Nos versículos de 1 a 3 o escritor convida a sair da religiosidade iniciando uma caminhada rumo à perfeição. Os versículos 4 a 8 abordam o perigo da apostasia e dos versículos 9 a 20 discorre sobre a segurança inabalável em Cristo. Existem posições teológicas divergentes em relação aos versículos 4 a 8. Sugerimos a leitura de comentaristas diferentes apenas para conhecimento, mas não devemos entrar em polêmicas desnecessárias.
OBJETIVOS
Exortar o Cristão a sair da superficialidade.
Alertar a Igreja quanto à apostasia.
Recomendar acerca da diligência.
PARA COMEÇAR A AULA
Perguntar mais uma vez quantos já leram a Bíblia toda, ou quantos livros cada aluno já leu. Apenas para uma breve descontração e troca de ideias. Em seguida, inquira sobre o que entendem por maturidade cristã e o que devemos fazer para alcançá-la. Explique que, após aceitarmos a Cristo como salvador, temos uma longa caminhada até a perfeição, durante a qual devemos nos manter firmes contra os perigos da apostasia, para, então, herdarmos a promessa de vida eterna. São esses temas que aprofundaremos no estudo do capítulo 6 de Hebreus.
LEITURA ADICIONAL
O autor nos Hebreus diz que não podemos alcançar essa perfeição ou maturidade espiritual sendo tardios para ouvir ou demonstrando um crescimento retardado. Há muita coisa a ser feita, e para isso são necessário empenho, esforço e dedicação. Para alcançar a perfeição, precisamos nos render ao propósito divino. O autor usa a expressão “deixemo-nos levar” (6.1), que está na voz passiva, significando que, embora haja a necessidade de nossa consciência e nossa participação nesse processo rumo à perfeição, é o próprio Deus que opera em nós e nos capacita. Outra questão vital é o que é necessário para alcançarmos a perfeição? O que precisa ser feito? Em resposta a essa pergunta, a primeira coisa a ser feita é colocar de lado os princípios elementares da doutrina de Cristo (6.1)
(..) Os destinatários dessa carta eram crentes judeus e consideravam o Antigo Testamento como o oráculo de Deus a base de sua verdadeira religião. Tal base já fora lançada, esses oráculos apontavam para Cristo e já se haviam cumprido em Cristo, razão pela qual o crente deveria colocar isso de lado e prosseguir, não retrocedendo mais às cerimônias e aos ritos judaicos Os crentes deveriam buscar somente Cristo, em vez de se deterem nesses princípios elementares. Concordo com Walter Henrichsen quando ele diz que todo edifício precisa de alicerce, mas somente de um. Lance-o uma vez e lance-o bem. Havendo lançado o fundamento, não tente relançá-lo periodicamente. Vá em frente com a construção da estrutura O fundamento de sua vida cristã suportará, pois está edificado sobre a promessa de Deus, e não sobre sua experiência pessoal
Livro: Hebreus, A Superioridade de Cristo (Hernandes Dias Lopes São Paulo, Hagnos, 2018, 79)
TEXTO ÁUREO
“Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus.” Hb 6.1
LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO
VERDADE PRÁTICA
O verdadeiro Cristão deve crescer na graça e no conhecimento.
INTRODUÇÃO
I- MATURIDADE CRISTÃ Hb 6.1-3
1– Deixando a superficialidade Hb 6.1a
2-Base do arrependimento, obras e fé Hb 6.1b
3– Caminhos para a maturidade Hb 6.2
II- OS PERIGOS DA APOSTASIA Hb 6.4-8
1– O que é apostasia? Hb 6.4,5
2– A diferença entre queda e apostasia Hb 6.6
3– Dois tipos de crentes Hb 6.7,8
III- DILIGÊNCIA CRISTÃ Hb 6.9-19
1– Deus não esquece Hb 6.10
2– Herdeiros das promessas Hb 6.12
3– Ancorados em Cristo Hb 6.19
APLICAÇÃO PESSOAL
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda – Hebreus 6.1
Terça – Hebreus 6.4
Quarta – Hebreus 6.9
Quinta – Hebreus 6.10
Sexta – Hebreus 6.12
Sábado – Hebreus 6.20
Hinos da Harpa: 258 – 131
INTRODUÇÃO
Devemos lembrar que o capítulo 5 de Hebreus termina com uma exortação em função da negligência para ouvir. Aqueles que deviam ser mestres, ainda não haviam crescido espiritualmente. Nesse contexto, o escritor inicia o capítulo 6, convidando-os a sair da mesmice, da superficialidade, dos rudimentos, e prosseguirem para uma vida cristã de maturidade.
I- MATURIDADE CRISTÃ (Hb 6.1-3)
1- Deixando a superficialidade (Hb 6.1a) “Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o que é perfeito”.
Os Hebreus estavam acostumados com o trivial. Qualquer semelhança com a geração pós-moderna, não será mera coincidência. A Igreja brasileira sofreu um grande desgaste nas últimas décadas com uma onda de pregadores com mensagens triunfalistas sem aprofundamento bíblico. Como consequência, nasceu uma geração cheia de “evangeliquês” e pobre em Doutrina Bíblica. O escritor Hebreus exorta a sair dessa ilusão para a profundidade da Fé cristã.
2- Base do arrependimento, obras e fé (Hb 6,1b) “ … não lançando, de novo, a base do arrependimento de obras mortas e da fé em Deus.”
Nesta passagem, o autor de Hebreus está esclarecendo a diferença entre as doutrinas básicas (que ele chama de base) e as verdades mais profundas da Escritura (que os crentes devem estudar para progredirem na vida espiritual). Ele conclui que, por já serem cristãos há tempo, os crentes já lançaram a base, e têm o conhecimento básico sobre:
a) “A base do arrependimento de obras mortas”. Primeiro componente da base espiritual cristã (At 2.38; 3.19), o arrependimento envolve mente e pensamentos em uma completa reviravolta. Não há mais interesse em atividades que conduzem à sua destruição, evitando-se os efeitos do pecado que traz morte (Rm 5.12,21; 6.23; 7.11).
b) “E da fé em Deus”. Lançar uma base de fé em Deus foi uma ação positiva que os crentes fizeram quando aceitaram a Cristo em fé. Eles se deslocaram de suas “obras que conduziam à morte” para a vida em Cristo pela fé, importante tema tratado no capítulo 11 de Hebreus. Para o escritor, a fé constitui uma confiança completa. Todos que põem sua fé no Evangelho entram no descanso de Deus (4.2.3). Não precisam voltar atrás.
3- Caminhos para a maturidade (Hb 6.2) “E da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno.”
Seus leitores querem alcançar a maturidade, e o autor, prudentemente, reconhece que também está junto a eles na luta pela maturidade, esperando que o efeito dessas observações sobre seus hábitos espirituais seja positivo. Depois do arrependimento e fé, o autor cita as seguintes bases:
a) “Ensino de batismos”. A primeira fase na instrução do crente é o ensino a respeito de batismos. A expressão no plural provavelmente expressa um contraste entre o batismo cristão e todos os outros conhecidos dos leitores. Os quatro evangelhos e Atos mencionam o batismo em águas e também o batismo com o Espírito Santo (Mt 311. At 1.5; 11.16). As epístolas acrescentam o batismo no corpo de Cristo.
b) “E da imposição de mãos”. É recomendada por Jesus para a cura de enfermos e para abençoar pessoas (Mc 16.16: Mt 19.13.15). Em Atos, resulta também no transbordar do Espírito Santo. Outras passagens a mencionam quando da ordenação ao serviço ministerial (At 6.6 13.3: 1Tm 4.14; 2Tm 1.6)
c) “Da ressurreição dos mortos”. Já no tempo do Antigo Testamento, a doutrina da ressurreição era conhecida (S1 16.10; Is 26.19; Ez 37.10: Dn 12.2). Nos dias de Jesus e dos apóstolos, o público em geral sabia a respeito desse ensino (Jo 11.24), porém a seita judaica dos saduceus discordavam dessa doutrina (At 23.6.7)Jesus ensinou a doutrina da ressurreição ao reivindicá-la para si mesmo: “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11:25); os apóstolos fizeram desse ensino a base da sua pregação (At 1.22: 2.32;4.10;5.30; 10.40; 13.37; 17.31,32:26.23).
d) “E do juízo eterno” Logicamente relacionada a da ressurreição, implicando na ressurreição do justo e no julgamento do ímpio. Cristo retornará para julgar vivos e mortos (1Pe 4.5; 2Tm 4.1).
II- OS PERIGOS DA APOSTASIA (Hb 6.4-8)
1- O que é apostasia? (Hb 64,5) “É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindoura”.
O perigo da apostasia é tão real hoje como o era quando esta carta foi escrita Devemos atentar as advertências dessa passagem. Dizer que um crente salvo não pode cair da graça, independente de como viva, vai na contramão da exigência bíblica quanto à vigilância e à santificação. A apostasia é o abandono e negação deliberada e permanente da fé. Ela não acontece de repente. Antes, é parte de um declínio gradual, que passa pela descrença e desobediência, levando ao endurecimento do coração, impossibilitando arrependimento. O autor usou o exemplo dos israelitas para demonstrar este processo (3.18; 4.6.11). Ao longo de toda a epístola, o escritor admoesta seus leitores a aceitarem a Palavra de Deus em fé e a não caírem no pecado da descrença que resulta em juízo eterno (2.1-3; 3.12-14; 4.1,6,11; 10.25,27,31; 12.16,17,25,29). Muitos israelitas pereceram no deserto por causa de sua descrença. Essa verdade aplica-se também ao hebreus cristãos.
2- A diferença entre queda e apostasia (Hb 6.6) “E caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento visto que, de nova, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-a à ignomínia.”
A palavra “caíram [para o lado]”, refere-se àqueles que deixaram o caminho, apostataram – que significa negar ou abandonar a fé de forma definitiva e deliberada. Eles foram iluminados, provaram o dom celestial, fizeram-se participantes do Espírito Santo, provaram da Palavra de Deus, mas retrocederam temendo perseguições, alguns estavam voltando para o judaísmo e negando a te em Cristo. Esses apóstatas desprezaram os dons de Deus (645), rejeitaram o Seu Filho (66) e desistiram das Suas bênçãos (6.7,8). É preciso diferenciar a queda da apostasia. A Bíblia diz que o justo cai sete vezes e se levanta (Pv 24.16). Também deixa claro que aquele que confessa e deixa o pecado, alcança misericórdia (Pv 28.13).
A queda é uma fraqueza momentânea e sanável, quando há, no coração do que caiu, consciência do seu erro e inclinação ao arrependimento. Muitos personagens da Bíblia caíram e se levantaram, Davi cometeu adultério enviando o marido de Bate-Seba para a morte e tomando-a para si. Advertido de seu pecado pelo profeta Natã, arrependeu-se e implorou o perdão e a misericórdia divinos (2Sm 12.1-13;, Sl 51), Seu nome é mencionado em Hebreus 11.32 como exemplo de fé. A igreja em Éfeso, após abandonar a prática de suas primeiras obras, foi advertida por Jesus a lembrar de onde caiu e se arrepender (Ap 2.4,5).
A apostasia, porém, é um ato de rebeldia, um abandono deliberado e consciente da fé, um caminho sem volta, justamente porque não há admissão do erro e nem intenção de arrependimento por parte daquele que apostatou.
A apostasia também pressupõe um deslocamento da fé da pessoa, que passa a descrer das verdades da fé cristã para colocar sua fé em ensinos enganadores e até demoníacos (1Tm 4.1)
Um exemplo de apóstatas na Bíblia são Himeneu e Fileto, que se desviaram da verdade, pregando uma falsa doutrina e pervertendo a fé de outros (2Tm 2.17.18). Dizer que alguém que se afastou da fé nunca foi um crente verdadeiro é um grande equívoco Crentes autênticos e professores estavam de malas prontas para voltar ao judaísmo. O perigo da apostasia era (e continua sendo) evidente.
3- Dois tipos de crentes (Hb 6.7.8) “Porque a terra que absorve a chuva que frequentemente cai sobre ela e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada recebe bênção da parte de Deus; mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada e perto está da maldição; e seu fim é ser queimada.”
De forma alegórica, podemos ver aqui dois tipos de pessoas: os do versículo 7 e os do versículo 8.
A) TERRA BOA: O que recebe a chuva, a Palavra os ensinos, a Doutrina e produz uma colheita proveitosa e por conta disso recebe a bênção de Deus.
B) TERRA RUM: O que recebe as mesmas coisas, mas produz espinhos e abrolhos e, como consequência, é reprovada. É só ver os exemplos de Judas, que se desviou e nunca mais retornou, e Pedro, que caiu em pecado, mas logo se arrependeu Que Deus nos ajude a sermos terra boa para produzirmos boa colheita e desfrutarmos das bênçãos do Senhor.
O autor de Hebreus ensina que a apostasia resulta do endurecimento do coração e de uma incapacidade de arrepender-se. “é impossível outra vez renová-los para arrependimento” (Hb 6.6; 10.26). Por outro lado, o escritor diz palavras encorajadoras aos destinatários de sua epístola: “Quanto aves outros todavia, ó amados, estamos persua- chidos das coisas que são melhores e pertencentes à salvação, ainda que falamos desta maneira” (Hb 6.9)
III- DILIGÊNCIA CRISTÃ (Hb 6.9-19)
1- Deus não esquece (Hb 6.10) “Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciasse para com o seu nome, pois servistes e ainda servir aos santos”.
Pode ser que o homem esqueça que o pastor esqueça, que o amigo esqueça, mas Deus é fiel para cum prir suas promessas e Ele nunca fica devendo nada a ninguém. Jesus usou o barco de Pedro e restituiu o favor com uma grande pescaria Ele não esqueceu José na prisão, Ele não esqueceu Israel no Egito, Ele não esqueceu Daniel na cova “E lembrou se Deus de Raquel e Deus a ouviu, e abriu a sua madre” (Gn 30.22). Ele não esqueceu de Sara, não esqueceu de Rebeca, não esqueceu de Ana, não esqueceu de Mefibosete. Ele não esqueceu das igrejas fiéis: Esmirna e Filadélfia. Ele é fiel
2- Herdeiros das promessas (Hb 6.12) “Para que não vos torneis indolentes mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas.”
Os herdeiros das promessas são privilegiados. O exemplo usado aqui é de Abraão, o pai da fé. E nesse caso:
a) Deus, não tendo ninguém maior por quem jurar jurou por si mesmo, se interpôs com juramento;
b) Mostrou sua imutabilidade;
c) É impossível que Deus minta aos herdeiros. Ora, podemos entender aqui que os herdeiros da promessa devem ter paciência, pois o Deus de Abraão não mudou e fará o que for preciso para cumprir a Sua Palavra Fiel é o que prometeu Sua promessa e juramento são imutáveis. Ele não é homem para que minta (Hb 6.17,18).
3- Ancorados em Cristo (Hb 6.19) “A qual temos por âncora da alma segura e firme e que penetra além do véu”.
A pequena âncora segura um navio gigantesco. Aqui se fala da “âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu” onde Cristo entrou como precursor Num contexto de falta de maturidade, o escritor está afirmando que os que são diligentes e esperam com paciência estão firmes, seguros, ancorados, não com uma âncora de ferro comum fincada. no fundo do mar, mas com uma ncora fincada “além do véu”, no Santo dos Santos, onde o Sumo Sacerdote eterno entrou, abrindo caminho para nós,
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RESPONDA
1) Como são chamadas as pessoas que rejeitaram o Filho de Deus? R. Apóstatas
2) Quem são os que jamais serão esquecidos por Deus? R. Os diligentes
3) Onde está fincada a âncora da nossa alma? R. Além do véu
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