EBD Revista Editora Betel | 3° Trimestre De 2024 | TEMA: A RELEVÂNCIA DA IGREJA, SUA ESSÊNCIA E MISSÃO – Reafirmando os fundamentos, a importância do compromisso com a Palavra de Deus, a Adoração sincera e o serviço autêntico, segundo os preceitos de Jesus Cristo | Escola Biblica Dominical | Lição 12: A relevância da liderança para condução e ensinamento da Igreja
TEXTO ÁUREO
“Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria, e não gemendo, porque isso não vos seria útil.” Hebreus 13.7
VERDADE APLICADA
O processo de aperfeiçoamento cristão passa, biblicamente, por obedecermos e nos sujeitarmos aos pastores constituídos por Deus para cuidar da Sua Igreja.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Conscientizar o cristão sobre o conceito de liderança.
Evidenciar o respeito e submissão à liderança
Refletir sobre a importância da liderança na Igreja.
TEXTOS DE REFERÊNCIAS
HEBREUS 13
7 Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.
8 Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente.
9 Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas, porque bom é que o coração se fortifique com graça, e não com manjares, que de nada aproveitaram aos que a eles se entregaram.
17 Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria, e não gemendo, porque isso não vos seria útil.
LEITURAS COMPLEMENTARES
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SEGUNDA | At 9.15 Paulo: escolhido para pregar o Evangelho.
TERÇA | Rm 13.1 Toda autoridade é constituída por Deus.
QUARTA | Ef 4.11-12 Cristo quer o aperfeiçoamento do Seu Corpo
QUINTA | 1Ts 5.12-14 Devemos ter estima pelos nossos pastores.
SEXTA | Hb 13.7 Devemos nos lembrar dos nossos pastores.
SÁBADO | Hb 13.17 Devemos obedecer aos nossos pastores.
HINOS SUGERIDOS: 9, 11, 16
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore pedindo a Deus que levante líderes genuínos para a Sua obra.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1- A Bíblia e a liderança cristã
2- O chamado vocacional dos membros da Igreja
3- Deveres dos líderes e reconhecimento da Igreja
Conclusão
INTRODUÇÃO
Ao abordarmos a temática da relevância da liderança na Igreja, precisamos antes compreender que ela não se resume apenas a um cargo. Trata-se de uma vocação e um chamado divino [2Tm 1.9].
1- A Bíblia e a liderança cristã
A fonte de toda liderança cristã é o próprio Deus. Toda autoridade é constituída por Ele [Rm 13.1], seja por Sua vontade soberana ou permissiva. Por esta razão, a Igreja deve reconhecer e honrar aqueles que a presidem e lideram.
1.1. O papel do líder na Igreja a exemplo de Jesus. Cristo estabelece na Igreja homens vocacionados e comissionados por Ele para cooperar para o aperfeiçoamento de todos os santos, a fim de que todos sejam dinâmicos e frutíferos em seus respectivos ministérios [Ef 4.11-16] . Por isso, o apóstolo Paulo escreveu: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” [Ef 4.11-12].
A Igreja de Cristo tem como líder maior o próprio Cristo, que é a Cabeça da Igreja. No entanto, enquanto organização, Deus institui líderes que conduzem o rebanho e administram as atividades necessárias para o bem comum.
1.2. O perfil bíblico de uma liderança cristã. O líder cristão precisa ter sua identidade fundamentada no amor de Deus e manter um relacionamento permanente e íntimo com o Senhor Jesus Cristo, que é a “Cabeça” da Igreja [Ef 5.23]. Existem algumas qualificações que são indispensáveis a um líder e precisam ser cultivadas. A lista pode ser imensa: competência técnica, espírito de decisão, inteligência, conhecimento, sabedoria etc. Porém, o mais relevante é ter o perfil e as qualidades de Jesus: líder amoroso; líder servo; líder íntegro; líder corajoso; líder zeloso, líder fiel e líder focado em sua missão [Jo 2.13-22; 8.46;13.1;13.12- 17; Mt 23.13-36; 26.39; Lc 9.18-22].
Bispo Abner Ferreira (Revista Betel Dominical, 3° Trimestre de 2014 – Liderança cristã): “A função de liderança não pertence a todos, mas àqueles a quem Deus escolheu para trabalhar para si em sua seara segundo os seus dons. Qual é o perfil da pessoa vocacionada por Deus para liderar? [1Tm 4.12] É claro que são pessoas dotadas de dons e aptidões que confirmem, com comportamentos exemplares, essa vocação. Devemos lembrar que há vários níveis de liderança. Deus é aquele que chama pessoas para servirem como líderes em Sua Igreja [ 1Tm 1.12].”
1.3. Vocação e chamado para a liderança. O chamado divino para o santo ministério é um requisito imprescindível na vida de quem deseja tal posição de tamanha responsabilidade, diante de Deus e dos homens. O apóstolo Paulo escreveu: “se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja’: Contudo, precisa ter um procedimento digno e coerente com ela, dentro e fora da Igreja [1Tm 3.1-7].
Bispo Primaz Manoel Ferreira (Revista Betel Dominical, 1° Trimestre de 2007, Lição 4 – As qualificações essenciais dos obreiros da casa de Deus): “Em 1 Timóteo 3, Paulo faz uma lista das qualificações dos ministros da Igreja. Primeiro, ele discute sobre os bispos [1Tm 3.1-7]; depois, acerca dos diáconos [ 1Tm 3.8-10, 12-13], fazendo uma rápida referência às mulheres no versículo 11. Paulo concentra-se nas qualidades pessoais daqueles que serviam nessas posições de liderança, e não nos seus deveres. Esse procedimento aponta claramente para a preocupação do apóstolo em ordenar candidatos certos, de caráter ilibado e vida consagrada. A Igreja da atualidade não tem o direito de reduzir esses preceitos que Deus estabeleceu mediante o Espírito Santo.”
EU ENSINEI QUE:
A fonte de toda liderança cristã é o próprio Deus.
2- O chamado vocacional dos membros da Igreja
Todos nós fomos chamados à Grande Comissão, instituída por Jesus, uma vez que Ele mesmo ordenou: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” [Mc 16.15]. Por certo, todos os salvos foram chamados com uma missão e vocação: ser ganhadores de almas.
2.1. O chamado específico. A despeito do chamado evangelístico, comum a todos os que aceitam a Cristo como Senhor e Salvador, há também aqueles chamados específicos. Na Bíblia encontramos chamados específicos para alguns homens: Abraão foi chamado por Deus para uma grande obra [Gn 12.1]; Moisés foi chamado para uma grande missão [Êx 3.10]; Samuel foi chamado ainda bem jovem para uma tripla função: sacerdote, profeta e juiz [1Sm 3.1, 3-4]; Davi foi chamado por Deus para ser rei [1Sm 16], Paulo foi chamado independente da sua vontade para pregação do evangelho aos gentios – obra missionária [At 9-28].
Um aspecto relevante quanto ao chamado de Deus é que não devemos ignorar que o mesmo visa o desenvolvimento do plano de Deus para a humanidade. Tanto o chamado coletivo como o chamado específico têm como propósito alcançar o coletivo. Vide Abraão, Moisés, Samuel, Davi e tantos outros que receberam um chamado específico, visando “todas as nações”; a libertação do “povo de Deus” do Egito, a organização do povo de Deus como uma nação. Este princípio continua no Novo Testamento. Para anunciar o Evangelho a todas as nações e para edificar a Igreja, o Senhor da seara continua chamando, vocacionando, capacitando homens e mulheres. Os membros do Corpo de Cristo são chamados e capacitados para atender ao coletivo, à comunidade [Mt 28.18-20; 1 Co 12.25; Ef 4.12] .
2.2. A variedade de membros e de funções. A Igreja do Senhor, como um Corpo, necessita de uma variedade de membros e funções para desenvolver- -se e manter-se funcionando bem: pastores, evangelistas, missionários, presbíteros, diáconos, auxiliares, professores, porteiros, visitadores, líderes de departamentos, homens, mulheres, crianças, adolescentes, jovens e muitos outros. Todos são “obreiros” e colaboradores da obra de Deus. Cada crente tem o seu trabalho que é determinado pelo Senhor’; e é um privilégio receber dEle uma tarefa específica [Jo 15.16; Ef 4.15-16]. Saiba que quando é Deus quem chama, Ele o faz de forma inconfundível: “(…) Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras.” [Cl 4.17].
Pr. Marcos Sant’Anna (Livro “Aperfeiçoamento cristão’; Editora Betel, 2018, p. 116): “Nenhum discípulo de Cristo é desprovido de algum talento. Somos servos? Jesus Cristo é o nosso Senhor? Então temos responsabilidade na edificação do Seu Corpo. Como tem sido a minha participação? Como estou usando os talentos, os dons, as aptidões e as habilidades que o Senhor me entregou? Cada um de nós pode participar, pois a nossa capacidade vem de Deus [2Co 3.5]. Deus opera (como constatado em Neemias 6.16], mas nós somos cooperadores de Deus [ 1Co 3.9]. Interessante a postura exemplar dos membros das igrejas da Macedônia, pois, primeiro, se colocaram à disposição do Senhor e depois à disposição da liderança da Igreja local [2Co 8.5].”
2.3. A relevância da liderança na Igreja. Com o propósito de que a salvação continuasse a ser anunciada, Cristo escolheu doze homens e os capacitou a dar sequência à missão por Ele iniciada. Do mesmo modo, a Igreja na atualidade precisa de líderes capazes de conduzi-la nesta missão. Deus continua a escolher e chamar homens, capacitando-os para a Sua obra. A escolha divina não se baseia na habilidade que alguém possa ter. O Senhor, segundo a Sua soberania, escolhe e capacita os escolhidos [At 1.8; 9.15-16; 2Co 3.4-6; Fp 3.4-11].
Bispo Abner Ferreira (Revista Betel Dominical, 3° Trimestre de 2014 – Liderança cristã): “Bons líderes são padrões de excelência – Todo e qualquer padrão ou modelo tem uma forma e conteúdo específico. Na questão da liderança inspiradora ela não foge a esta regra. Paulo diz ao jovem líder Timóteo: “Torna-te padrão dos fiéis” [1Tm 4.12]. O homem sem Jesus Cristo é como o início da criação: sem forma e vazio [Gn 1.2]. Mas a presença de Deus em sua vida o torna criativo e capaz. Ele passa a ter forma e conteúdo. O que o forma é a Palavra [Gn 1.3a], e o que o preenche é o Espírito de Deus. E seguindo o modelo que é Cristo, os cristãos amadurecidos e líderes espirituais se tornam espelhos nos quais a próxima geração adquire forma e conteúdo também [ 1 Jo 2.6). A palavra padrão vem do grego “tipos”; ela se refere a “uma figura formada por um golpe ou impressão”: É exatamente isso que Deus quer formar através de seus líderes, e como acontecerá? Com a forma da Sua Palavra e o conteúdo do Espírito Santo.”
EU ENSINEI QUE:
Todos nós fomos chamados à Grande Comissão, instituída por Jesus.
3- Deveres dos líderes e reconhecimento da Igreja
Encerrando esta lição, é salutar enfatizar alguns deveres por parte dos líderes cristãos e a recomendação bíblica quanto a algumas posturas dos membros da Igreja em relação àqueles que foram designados pelo Sumo Pastor para pastorear o Seu rebanho, os quais hão de prestar contas [Hb 13.17].
3.1. Reconhecimento ao trabalho. O apóstolo Paulo orienta os discípulos de Cristo em Tessalônica [1Ts 5.12-13] sobre a necessidade de “reconhecer” (“cuidar de, interessar-se por”) os que se esforçam no trabalho, aqueles que foram constituídos pelo Senhor para guiá-los, ensiná-los e aconselhá-los. A recomendação apostólica é que tais líderes sejam tratados com a mais alta estima, com o maior respeito e amor. Agora notemos como encerra o argumento ou motivo, a razão apresentada por Paulo: “por causa da sua obra” (por causa do trabalho que fazem). Não é por causa do temperamento, da oratória, do sorriso, da aparência física, da formação acadêmica, da influência social ou eclesiástica, dos dons naturais. A base é a tarefa espiritual que receberam Daquele que é a cabeça da Igreja para desempenhar em favor da Igreja de Deus.
Por isso, devemos orar pedindo que Deus levante líderes genuínos para a Sua obra e ajude os que já levantou a se manterem firmes. Sem dúvida, a liderança cristã é uma bênção de Deus, por isso que devemos obedecer aos nossos pastores sendo submissos aos mesmos.
3.2. Obedecer aos líderes. “Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles” (“Obedeçam e sigam as suas ordens” – NTLH; “Obedeçam e submetam-se à autoridade deles” – NVI) [Hb 13.17]. Só é possível estas atitudes pela ação do Espírito Santo na vida de cada membro do Corpo de Cristo. Não é somente em nossos dias que surgem no meio do povo de Deus aqueles que resistem obedecer e se submeter à liderança constituída. Vide Números 16.3, 12 e 3 João 9-10. Mesmo com as determinações bíblicas e os exemplos de insubordinação ao longo da história, ainda há os que resistem serem pastoreados, ensinados, admoestados, disciplinados na Igreja. Contudo, os princípios bíblicos permanecem. Mesmo num contexto de manifestações dos dons espirituais, os princípios da sujeição, decência, ordem e liderança
permanecem [1Co 14.32-33,36-37,40].
E E Bruce (Comentário Exegético – Hebreus, Vida Nova, 2023, P. 472-473) comenta sobre a submissão aos líderes [Hb 13.17]: “Os leitores são convidados a cooperar com seus líderes, a tornar a responsabilidade deles mais leve, para que possam exercê-la com alegria, não com tristeza. A ideia está na mesma linha de raciocínio da exortação de Paulo aos cristãos filipenses para que levem uma vida tal neste mundo que no dia de Cristo eu me orgulhe de não ter corrido em vão nem trabalhado em vão’ [Fp 2.16]. Sempre haveria a tendência em todas as igrejas para que viessem visitantes apresentando doutrinas novas e esotéricas que fossem
considerados personalidades muito mais atraentes e interessantes do que os enfadonhos líderes locais, que nunca ensinavam nada de novo, mas se contentavam com a linha conservadora da tradição apostólica.”
3.3. Deveres dos líderes. Quanto aos deveres dos líderes cristãos, além dos textos mencionados nos subtópicos anteriores, acrescentamos as recomendações do apóstolo Pedro quanto aos deveres dos que tinham a missão de cuidar do rebanho de Deus [ 1 Pe 5.1-4]. É crucial que cada membro do Corpo de Cristo envolvido na obra de Deus em uma Igreja local e ingresse no ministério ou almeje ou esteja se preparando, esteja bem consciente do que a Bíblia revela sobre as responsabilidades: trabalhar para o bem-estar da Igreja, ensinar, aconselhar, advertir, vigiar quanto aos perigos para o rebanho do Senhor, ser exemplo para o rebanho, dentre tantos outros. “Procure cumprir bem a tarefa que você recebeu no serviço do Senhor” [Cl 4.17 – NTLH].
Bispo Primaz Manoel Ferreira (Revista Betel Dominical, 1° Trimestre de 2007 – Lição 9: Procura apresentar-te a Deus aprovado): “O ministro deve mostrar-se diligente [2Pe 1.5], sendo zeloso no estudo e aplicação da Palavra de Deus [2Tm 2.15]. Deve olhar sempre para o alvo [C13.1-3], a fim de progredir espiritualmente. Deve igualmente preparar- -se com o evangelho [Ef 6.15] e jamais abandonar a pura Palavra de Deus. Servir a Deus é um grande privilégio, mas exige a preparação constante [2Pe 1.8]”
EU ENSINEI QUE:
O verdadeiro líder cristão recebeu um chamado divino e se enxerga como servo dos servos, e de posse de uma grande responsabilidade diante de Deus – o Senhor da Igreja.
CONCLUSÃO
Um legítimo chamado divino nunca deve ser entendido como um ato da vontade humana. Devemos reconhecer que, assim como Cristo escolheu doze homens para dar continuidade à missão de evangelizar o mundo, hoje levanta líderes capazes de conduzir a Igreja nesta mesma missão.
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